Capítulo 3

6K 284 13
                                    

Larissa


Depois de tantas emoções numa noite, a festa acabou. No dia seguinte, eu precisei obrigar Beatriz a sair da cama. Estávamos acabadas. Quando saímos do quarto, para nossa surpresa, os meninos já estavam de pé. Eles fizeram o café da manhã. Aposto que foi ideia do Guilherme. De qualquer forma, eu precisava muito disso.

— Você é um anjo. – falo vendo Gui me servir uma caneca de café.

Foi difícil conseguir comer alguma coisa, só de olhar para a comida já sentia meu estômago embrulhar.

Depois de praticamente empurrar o café da manhã goela abaixo enquanto era interrogada por Victor e Guilherme, que não paravam de perguntar sobre o policial, nós fomos para o lado de fora.

Bernardo assumiu a churrasqueira, Victor tomou conta da JBL, Bia e eu fomos para a beira da piscina aproveitar o sol.

Algumas latas de energético depois, eu estava pronta para aproveitar o domingo ao lado dos meus amigos.

De repente Guilherme chega por trás de mim e me joga na água, pulando logo em seguida também.

— Sério? - jogo água nele.

— Que foi? O que eu fiz? - sínico.

— Peraí que eu vou te mostrar! - tento afundar ele, sem sucesso.

— Viu, nem consegue. - ele joga água em mim.

— Você vai ver... - passo a mão no rosto.

Ele mergulha e passa entre as minhas pernas me levantando.

— Me solta!

— Não, fica ai. Vamos brincar de briga de galo. - Bia sugere.

Eu olho para Guilherme, ele segura minha perna com força.

— Bê, me levanta? - Bia pede.

Bernardo solta o espeto que estava segurando e vem em direção à piscina. Ele empurra Beatriz e ela cai na água. Todo mundo ri, enquanto ele volta para a churrasqueira.

— Aff, sacanagem! - fala chateada.

Ela vai em direção à borda, pronta para sair da piscina.

— Eu vou Bia! - Victor se levanta da cadeira.

Ele corre em direção à água tirando a camisa e a joga de lado antes de pular.

Victor se abaixa e Beatriz sobe em seus ombros.

— Amigo firma aí! - falo para Guilherme.

Victor e Beatriz se aproximam.

— Relaxa, eu to no controle. - se gaba.

Bia não precisou de muito esforço para me derrubar. Ela é mais forte que eu.

Eu sugeri trocar, meninos contra meninas.

Beatriz se abaixou e eu subi no ombro dela. Victor subiu no ombro do Guilherme.

Não sei como, mas nós vencemos. Tenho quase certeza que os meninos entregaram.

—Ei, vamos jogar! - Kauan nos chama segurando um baralho.

—Bora. - Victor sai da água.

Beatriz o segue.

— Você vem? - Guilherme pergunta.

— Pode ir, eu já vou.

Eu fico sozinha. Deixo meu corpo flutuar na água e fecho meus olhos para aproveitar.

Um flash de ontem à noite me vem na cabeça. Só de lembrar todas as emoções daquela festa...

Automaticamente, me lembro dele e meu coração acelera.

Aquele par de olhos claros mexeu comigo.

Foco Larissa!

O beijo foi mágico, mas eu não vou mais ver aquele homem outra vez então, é bom eu parar de pensar sobre isso.

Por que é tão difícil esquecer?

Alguém joga água no meu rosto, me trazendo de volta a realidade.

—Ta viajando? - Guilherme pergunta rindo.

— Idiota. - passo a mão no rosto.

—Vem, eu preciso de uma dupla.

Eu me aproximo da borda da piscina.

Ele se abaixa e me estende a mão.

Seguro sua mão fingindo que vou sair e o puxo.

Guilherme cai na piscina.

Eu saio da água e o encaro rindo.

— Ta ferrada! - fala.

— O que eu fiz? - pergunto sínica.

Consigo ouvir a risada do pessoal atrás de nós.

— Anda, sai...

Antes que eu possa terminar a frase, Bernardo me pega no colo.

— NÃO! - grito e me debato tentando sair.

Ele pula na água comigo.

— Isso aí gordão!

Guilherme estende a mão e Bernardo da um tapinha.

— Vocês vão ficar brincando ou vão vim jogar? - Beatriz reclama.

— Estamos indo! - Guilherme.

Nós finalmente saímos da água e nos juntamos aos outros.

O pessoal foi embora por volta da meia noite.

Eu tomei um banho e fui dormir. Amanhã eu volto a minha rotina de trabalho e preciso estar focada.

Trabalho em uma agência de moda.

Comecei a trabalhar como modelo aos 15 anos, fazendo pequenas parcerias com lojas. Aos 17 entrei para uma agência e me profissionalizei.

Depois de terminar a escola, me candidatei a uma vaga para a equipe de criação da agência onde trabalho atualmente.

Consegui crescer e me destacar nesse meio no ultimo ano.

De fora, a vida perfeita. Jantares, festas, eventos... Dos bastidores, caos e desespero.

Entrei nesse mundo de supetão, de tanto ouvir das pessoas que eu tinha "porte". E é claro que isso me abriu portas, mas às vezes eu penso se é isso mesmo que eu quero.

A verdade é que eu não sei, nunca experimentei tentar outra coisa. Mas também, que outro trabalho pagaria tão bem quanto esse?

Mas o preço por escolher levar uma vida como essa é alto, as pessoas são cruéis. Já ouvi tanta coisa desnecessária.

Em pleno século XXI e as pessoas ainda enaltecem a magreza. Enquanto isso tem gente sofrendo de transtorno alimentar. Vejo tantas meninas abaixo do peso e inseguras com o próprio corpo.

É assustador como isso é ignorado.

Meu namorado PolicialOnde histórias criam vida. Descubra agora