Capítulo 44

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Ele abre a porta e me encara confuso. Esses olhos claros e essa cara de sono...

Ele abre espaço e eu entro.

— Pensei que ia sair com a Beatriz - fala fechando a porta

— Eu saí – me viro para ele — Voltei pra casa cedo mas não consegui dormir.

— Ai decidiu dirigir até aqui de calcinha e camiseta?

— Posso dormir com você? – falo dengosa

Ele ri fraco vindo em minha direção, estende o braço passando ao redor dos meus ombros e me guia até o quarto.

Nos deitamos abraçadinhos de baixo da coberta. Era só isso que eu precisava.

***

Acordo e levanto com cuidado para não acorda-lo. Coloco uma música para tocar baixinho enquanto preparo o café.

Planejei um dia incrível para nois dois. Quero passar o máximo de tempo possível com ele antes de viajar.

Estava distraída cantarolando e dançando no ritmo da música enquanto fazia tapioca, quando sinto uma mão na minha cintura.

— Ahh! – eu grito e dou um pulo de susto

Quase derrubei a frigideira.

Ele ri me abraçando por trás e deposita um beijo molhado na minha nuca.

— Bom dia pra você também! O que te fez acordar animada assim?

— Você sabe que o meu voo é amanhã né? – me viro ficando de frente pra ele

— Na verdade, eu tava torcendo para que isso fosse brincadeira.

— Queria que fosse comigo...

— Eu também queria poder ir, mas é seu trabalho e eu também tenho o meu aqui.

— Eu sei - faço beicinho encostando a cabeça em seu peito

— Ta sentindo esse cheiro? - pergunta

— A tapioca!

Eu olho para o fogão. A tapioca já estava com o fundo preto. Eu giro o botão apagando o fogo enquanto Rafael da risada.

— Droga!

— Me da aqui, deixa que eu cuido disso.

Ele assume o controle do fogão, joga a minha tapioca queimada no lixo e faz uma omelete.

Depois de tomar café, ele toma um banho e se arruma.

—Você tem mesmo que ir? Eu planejei tanta coisa pra gente fazer juntos. – resmungo entrando no quarto

— Você sabe que eu queria ficar com você, não sabe? – beija o topo da minha cabeça

Eu suspiro e concordo com a cabeça.

— A noite saímos juntos para jantar. O que você acha? - pergunta

— Por mim tudo bem. – dou de ombros

***

Eu vou para casa. Abro o portão da garagem, guardo o carro e desço do mesmo.

— Bom dia vizinha! – escuto atrás de mim

— Que merda! – sussurro batendo a porta do carro.

Segurando a barra da camisa e puxando para baixo eu me viro e olho para minha vizinha.

— Oi... Vizinha! – falo completamente sem graça

A mulher encara minhas pernas de fora.

— Eu to com um pouquinho de pressa, então eu vou subir. Mais tarde a gente conversa melhor. – falo passando por ela.

Eu tenho o dom de passar por situações constrangedoras. Entro em casa, me jogo na cama e encaro o teto.

Eu decido ligar para minha mãe. Falo para ela se arrumar pois vamos ao parque. Ela amou a ideia, ficou toda animada e desligou falando que ia ligar para Denise.

Depois de desligar, eu tomo um banho e me arrumo.

Hanna corria atrás de mim pela casa sem parar.

— Você não pode ir meu amor. – me abaixo e faço um carinho nela — Mais tarde eu te levo pra correr um pouco.

Eu coloco ração em seu pote e saio de casa.

Passo para pegar minha mãe e nois vamos para o parque. Denise disse que vai nos encontrar lá.

Depois de um tempinho de viagem, chegamos ao parque. Nois entramos e vamos passear pelo lugar.

Pouco tempo depois Denise chega com os meninos e nos encontramos perto da entrada.

Foi uma tarde muito divertida, tiramos muitas fotos juntos. Eu amei passar esse tempo com eles.

Quando a tarde caiu e o sol começou a se por, fomos embora. Já estávamos cansados. Me despedi de todos e deixei minha mãe em casa.

Voltei para casa e me joguei no sofá. Hanna apareceu com sua guia na boca e se sentou de frente pra mim me encarando.

— Ta bom, você venceu! – falo rindo e me levantando

Levo ela até a praia e nois caminhamos pela orla, estava um lindo fim de tarde. Eu posto um stories do céu e continuo caminhando com Hanna, distraída.

Eu não sei bem como, mas a guia escapou da minha mão e Hanna saiu correndo pela praia.

— Hanna! – eu saio correndo e gritando atrás dela

Consigo ver de longe um homem se abaixando e pegando ela no colo. Quanto mais me aproximo, mais acho ele familiar.

— Acho que a sua dog fugiu! – ele fala quando estou a poucos metros dele

— Guilherme? O que esta fazendo aqui? - pergunto

— Eu to trampando nesse quiosque hoje – fala me entregando Hanna

Eu a pego de seu colo e a coloco no chão, dessa vez eu enrolo a guia na mão.

— Legal...

— Por que não vem aí a noite me ver tocar? – sugere

— Eu... Tenho outro compromisso – coço a cabeça

— Sei...

— Mas se der eu dou uma passada por aqui – falo sem graça

— Beleza – limpa a garganta

Um silêncio constrangedor se forma.

— Eu vi suas fotos de hoje no parque – quebra o gelo

— É, tava passeando com a família.

— Isso é importante...

— É sim...

— Dog bonita – aponta para Hanna

— Valeu... – sorrio fraco para ele

Eu consigo ouvir um grilo fazendo CRI CRI.

— Então, o que tem de legal nesse quiosque? - pergunto

— Eu – ri — Ah, vai ter tipo um luau. Vão fazer uma fogueira, cantar umas músicas e tocar violão... E no final, eu vou entrar em cena.

— Bacana...

Hanna começa a latir e se agitar olhando para o calçadão. Eu olho na direção em que ela está latindo e vejo uma silhueta que eu conheço bem.

— Bom, eu tenho que ir. Vou começar a montar meu equipamento. – Guilherme fala olhando para Rafael e sai.

Eu olho para Guilherme indo embora e depois para Rafael, que se aproxima.

— Oi! – vou em sua direção — Como me achou?

— Seus stories – ele me da um selinho.

Percebo que ele está olhando para algo atrás de mim e olho para trás, ele e Guilherme se encaravam.

Meu namorado PolicialOnde histórias criam vida. Descubra agora