Aqui vai o relato do meu abuso.
Minha mãe me teve muito nova e sempre teve que trabalhar muito pra cuidar de mim, pois era mãe solteira. Certo dia quando eu tinha 9 anos, ela foi arrumar a unha de uma mulher que é da igreja que ela vai, isso foi no finalzinho da tarde, e eu fui com ela. Chegamos lá e eu estava brincando perto dela, já estava escurecendo, pedi uma água pra minha mãe e a mulher disse pra eu ir na cozinha e pegar, pois estava no baixo, fui até lá, peguei a água, bebi e voltei pra perto da minha mãe, como eu era pequena, estava entediada de ficar sentada olhando minha mãe fazer a unha da mulher, até que eu fui pra dentro porque estava com frio e minha mãe tava com a mulher na área. Quando cheguei lá dentro, o filho da mulher que provavelmente tinha uns 20 anos, estava sentado no sofá assistindo. Eu sentei no outro sofá e fiquei assistindo, porém toda hora eu ia na minha mãe pra ver se estava terminando, e ele estava com o pé de um sofá para o outro, atrapalhando a passagem, pedia licença e ele falava pra eu passar por baixo, toda vez que eu ia na minha mãe e voltava ele falava isso e eu passava e rua porque pra mim parecia uma diversão. Até que ele começou a brincar comigo de fazer cócegas e eu levando tudo na brincadeira, uma garotinha inocente. Ele sentou do meu lado e nessa de "fazer cócegas" ele começou a passar a mão pelo meu corpo e eu não sabia muito bem o que ele estava fazendo, ele deslizava aquelas mãos imundas sobre meu corpo e pegava nas minhas partes íntimas, até que ele pegou minha mão e colocou sobre o pênis dele e me fez ficar passando a mão ali, eu estava completamente paralisada e não consegui nem chamar minha mãe. Ele me levou pro banheiro que era ao lado da sala e continuou com aquilo, ele me usou, abusou de mim, roubou o que eu tinha de mais puro, tirou minha inocência e me deixou com feridas, cicatrizes que não são capazes de sumir ou ao menos de amenizar. Ele me machucou e me fez ter medo, fez eu perder a vontade de brincar, de sair, de conversar, de comer, de dormir, de viver. E o pior é que eu não consigo esquecer, lembro-me a cada instante, exatamente tudo que aconteceu. E isso dói e faz eu sentir nojo de mim mesma e me odiar.
Posso não ter conseguido contar tudo, mas nunca imaginei que conseguiria contar nem isso.
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C A R T A A B E R T A
Poesía"Eu sei que você ri com seus amigos até a barriga doer para disfarçar a dor que sente antes de se deitar"