Só não vale chorar e ligar pro ex depois de beber

Eu não sou novela

Hinata teve sua dança interrompida por alguém puxando seu pulso. Ele se virou, irritado, querendo saber quem foi o idiota que cortou seu barato.

— Então é aqui que você tava? Por que não atende a porcaria do telefone?

Hinata franziu a testa, puxando seu braço de volta.

— Enlouqueceu? Me solta.

— Isso é lugar de cara comprometido ficar?

Hinata piscou, surpreso. Antes de começar a rir.

— Comprometido? Eu? Meu amor, foi só um lance, só uma noite. Eu tive que desligar meu celular, porque só tava dando você — ele suspirou, com toda a paciência do mundo, continuou — Fica ligando, quer saber por onde eu ando. Já tá até me apelidando de bebê. — Ele riu, balançando a cabeça.

O cara na sua frente estava visivelmente confuso. Hinata já conhecia aquele enredo, sabia onde ele estava tentando chegar. O cara estava tentando por coleira nele, mas bem, aquele plano ia cair por terra.

— Foi gostosinho, mas você já tá forçando a barra. Então para. — Passou a mão no cabelo, revirando os olhos. Aquele cara não ia desistir até ouvir a real. — Já tá ficando complicado aturar você.

— Do que você tá falando. A gente não marcou de ficar se vendo?

— Eu falei algo assim?

— Achei que tivesse ficado nas entrelinhas?

O cara tentou segurá-lo novamente, Hinata prontamente o afastou.

— Cara, fica na moral. Deixa eu respirar. Eu não te prometi conto de fadas. Mas se você ainda não se ligou, eu vou ter que te falar. — Hinata cutucou o peito do outro com o indicador, falando bem próximo ao seu rosto para não ter a desculpa de não ter ouvido devidamente por causa da música alta do bar. — Eu não sou novela pra você me acompanhar. Não sou santo e nem quero mudar. Gosto de ser livre. — Ele se aproximou do seu rosto, os lábios quase roçando em seus ouvido. — Pode vir com tudo, mas sem emoção. Aprecie com moderação. Se tiver carente, eu posso ser a solução. Mas, meu amor, compromisso aqui não dá não.

E saiu de perto do estraga prazeres, rebolando enquanto seguia de volta para a pista de dança improvisada. Continuando a não dever nada a ninguém, e ser apenas dele mesmo.