Ele não merece a gente

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A mesa do bar estava ficando pequena demais para as lamúrias e lágrimas de Oikawa e Sugawara.

— Eu ainda não acredito que isso tá acontecendo — resmungou Oikawa, virando a garrafa no copo, enchendo-o pela quinta vez naquela noite. — Eu não fui o primeiro, nem serei o último. Vou te contar, viu. Quando eu percebi, ele tinha mais dois. — Ele virou o copo. — Tá explicando, a mudança radical no visual. Tava com três tipo de cheiro, deixou a barba crescer. Tem tempo que tava me negando, nem na porcaria da cama tava comparecendo.

Sugawara tocou o ombro do amigo, balançando-o, com simpatia. A identificação com a situação de Oikawa era inevitável.

— Comigo aquele sem vergonha fez do mesmo jeito — disse Sugawara, enchendo seu próprio copo. — Também fui enganado, eu não duvido que tem mais um no meio.

Os dois olharam para Akaashi. Ele levantou as mãos, como se estivesse falando que estava desarmado.

— Não olhem para mim, eu sou aquele que tem dois relacionamentos.

— O filha da puta é privilegiado — resmungou Oikawa, Sugawara anuiu, concordando com ele.

— Vocês tão sofrendo em vão — Akaash suspirou, bebendo da sua própria bebida. — Vocês são lindos e gostosos, podem conseguir outro, e melhor que ele, fácil.

Mas Sugawara e Oikawa não estavam ouvidos, afogados na própria desgraça.

— Ele me traiu — resmungou Oikawa

— E acabou me traindo — Sugawara o seguiu.

— Eu vou pro boteco!

— Me espera que eu tô indo! — Sugawara se levantou também. Sugawara segurou o rosto de Oikawa. — Deixa ele dar vexame. Vai chorar, ficar doente. Esse traste não merece a gente.

Os dois trocaram um olhar significativo, concordando com a cabeça em sincronia. Com os braços um do ombro do outro, saíram do bar, deixando Akaashi para trás com a conta para pagar. 

Só não vale chorar e ligar pro ex depois de beberOnde histórias criam vida. Descubra agora