Avisos:
Esse foi o primeiro capítulo dessa fanfic que escrevi. Vocês vão perceber a escrita está meio diferente, me perdoem por isso.
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Caminhar ou correr era uma atividade saudável segundo Elídio. E ele não estava errado. Contudo, Daniel, além de não querer, não tinha forças pra aquilo – provávelmente ter um apagão e depois fugir de um hospital, cansava.
– Vamos lá Dan! – Usou o apelido curto (e fofo) enquanto puxava o braço do outro.
Aquela manhã estava não era fria, porém tinha um vento agradável. O céu tinha nuvens pouco densas, as quais tentavam tapar o brilho fraco que o sol tem pela manhã. Perfeito para exercícios – ao menos no olhar de Elídio.
– Corra sozinho, Lico – Disse num tom de quase indignação.
Elídio encarou o mais velho, fazendo uma cara triste e foi retribuído por um rolar de olhos. Daniel sabia que aquilo era pro bem dele, mas ele realmente não tinha essa energia. Então o moreno finalmente desiste de puxar Dani, ele solta seu braço e começa a correr em círculos no quintal do mais velho, como se quisesse incentivar o amigo a se juntar a ele.
Os dois se fitam a todo momento, mesmo correndo Elídio não tira os olhos do rosto de Daniel – agora sorrindo –, o tempo para por um alguns segundo para o mais novo, e volta a funcionar com a dor da queda.
– Elídio!
Daniel obviamente se assusta, mas logo recebe uma dolorida resposta de "estou bem", isso o faz dar uma leve risada com a teimosia de seu amigo, e então se vira em direção a entrada da casa com rapidez:
– Vamos pra cozinha pra eu botar um gelo na sua testa – Falou de um jeito preocupado.
– Calma cara, já cai quedas piores.
A resposta para o outro não era convincente. Claro que Elídio não estava 100%, mas ele não queria dar mais dor de cabeça ao amigo que se virou apressado rumo a cozinha, atitude essa que o fez deistir de protestar, ele se levantou e o seguiu.
Mal havia entrado no cômodo e Elídio já deu de cara com Daniel segurando uma sacola plástica com cubos de gelo – ele é rápido –, mas ao invés de entregar o saco para Elídio, o mais velho fica encarando a boca do moreno de uma forma realmente descarada que chega a provocar um desconforto no mais novo.
O semblante de Daniel é estático, era como se ele estivesse hipnotizado – como no dia anterior –, e hipnotizado especialmente em um ponto: o canto do lábio inferior. Tinha algo de especial ali que Sanna também sentia: a dor. Lá era um ponto mais forte de dor, após ter caído de cara. O moreno pressiona o dedo indicador no local e ao checar novamente o dedo, observa com uma careta, a mancha de sangue, ele olha novamente para Daniel – que já havia largado a sacola no chão – e pode ver o mais velho se aproximar cada vez mais de seu rosto, até finalmente ele estarem quase colados. Elídio não sabe o que sentir e não entende muito o que está acontecendo, ele chama pelo amigo e o outro não responde, era realmente como se ele estivesse hipnotizado. O moreno se sente paralisado com a situação, ele não consegue se mover.
Daniel finalmente faz algo além de encarar o machucado: ele estica a língua e passa levemente a ponta sobre o machucado, ele o lambe uma... duas... três... várias vezes. A respiração de Elídio de descompassa, ele sente um arrepio que chega até sua espinha, e, por algum motivo que só Deus – e o Diabo – sabe, Sanna se permite a um impulso aleatório de beijar Daniel. Ele é retribuído no mesmo instante, o moreno pode sentir o gosto do próprio sangue durante o beijo e ele acha isso bizarro, mas logo seus pensamento se distanciam disso e vão para a luxuria, sentimento e pecado.
Ele retira a blusa juntamente com a ajuda de Daniel, eles voltam a se beijar até que o mais velho para e começa a escorregar seus lábios até o pescoço de Elídio, seus braços o contornam e suas mãos chegam de encontro com as nuas costas de Sanna. O mais velho começa a morder e dar chupões pelo pescoço de Elídio que geme e choraminga ao mesmo tempo – tal como um alguém que está de fato sentindo prazer, porém está corrompido por uma ansiedade –, Daniel começa a arranhar de leve as costas de Elídio que também contorna seus braços envolta do outro, Elídio enfia suas mãos por de baixo da blusa do mais velho e passa a apertar a macia pele do outro homem, os apertos se igualavam a altura de seus gemidos.
Sanna estava fora de si, porém, mais fora de si do que ele estava Daniel. Se ao menos Elídio pudesse saber que Daniel não estava na mesma realidade que o moreno, se ao menos Elídio pudesse ver os olhos sem vida, se ao menos Elídio pudesse saber...
Finalmente Daniel dava uma trégua em seus arranhões e chupões, ele deita a cabeça no ombro do outro homem e começa a dedilhar as costas do mais novo, bem rente a espinha, isso faz Elídio arrepiar–se ainda mais, aquilo era como uma provocação para ele. A respiração do mais velho vai ficando mais fraca e compassada, Elídio ainda respira alto e se pergunta o porquê de Daniel ter parado, e a primeira coisa que vem em sua cabeça seria o arrependimento do outro homem de ter se deixado levar pelo beijo – Elídio não sabia que o mais velho gostava de homens, na verdade, até pouco tempo nem ele sabia que ele próprio gostava –, então seria entendível se Daniel só não quisesse mais, seria entendível...
– Elídio?
A primeira coisa que Daniel faz ao se desvencilhar era fazer uma cara de dúvida e falar o nome do amigo em forma de pergunta, tal como alguém que não entende a situação que se encontra. Algo estava errado. O rosto de Sanna muda de exitado para confuso e envergonhado ao ver o outro indagar o que estava acontecendo. Daniel não usou palavras pra isso, só o olhar dele já expressava o que queria dizer.
[...]
A água quente corre por todo seu corpo limpando suas impurezas externas, mas e as internas? O moreno se sentia sujo. A pessoa mais suja do mundo. Aquilo parecia tão errado, mesmo que no começo soasse certo. Ele não queria mais jogar aquele jogo.
Os pensamentos inundam a mente de Elídio enquanto a água inunda o box do banheiro. Ele se encolhe e tampa o rosto vermelho a todo momento. Ele ignora as lágrimas que teimam em manchar seu rosto e se misturarem com a correnteza.
Tanta coisa, em tão pouco tempo.
Notas do autor:
Uau. talvez alguém me odeie agora ou talvez ninguém se importe mas: Eu já tinha esse e o sétimo capítulo prontos quando entrei em "hiautus" (um desnecessário). Na verdade a maior probabilidade é que a fanfic seja descontinuada ou entre em um real hiatus - talvez eu suje-me ainda mais ao dizer que não falta muito pra acabar.
Acho que não sirvo pra essas coisas.
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❛𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 𝐟𝐫𝐢𝐨 _ 𝐝𝐚𝐧𝐢𝐝𝐢𝐨❜
General Fiction« Mas todos temos que enfrentar os problemas alguma hora - ou dormir pra sempre, quem sabe. » ❆ O frio. O sangue. A mente. Amor é como uma doença e, nesse caso, o doe...