Capítulo 2: Um novo eu?

389 53 1
                                    

Jisung havia recebido alta. O dia estava lindo, o clima estava perfeito; do jeito que o garoto gostava. O dia não podia estar melhor.

O jovem estava sentado no banco de trás do carro de sua mãe, apreciando o exterior. Assim que saíram pelas portas do hospital, foram logo embora. Jisung não sabia o que sentir; ele sentia que havia algo diferente em sua vida, mas não conseguia saber o que era, afinal, ele não lembrava, mesmo que se esforçasse bastante pra isso. A mente de Jisung dizia uma coisa, contudo, seu corpo dizia outra; ele estava totalmente perdido e confuso. Tudo que havia em suas lembranças era: "sou apenas um garoto de dezessete anos cursando o último ano do ensino médio"; mas não era bem assim. Nem ele mesmo podia acreditar que tinha vinte anos.

— Mãe? – Chamou o garoto sentado no banco traseiro do carro. — Sim, meu filho? – A mulher dizia com sua atenção totalmente voltada para o trânsito.

— O que aconteceu depois que saí do ensino médio?

— Você entrou para a Universidade Nacional de Incheon para cursar artes.

— Espera! Eu consegui entrar para a faculdade de música? Como? – Jisung estava eufórico. Sempre fora o seu sonho entrar naquela universidade desde os quinze anos. — Simples! Você é muito talentoso quando se trata de música, portanto, conseguiu uma bolsa com muita facilidade.

— E o Felix? E o Minho? O que rolou com eles? Eu não consigo lembrar de nada depois do ensino médio.

— Sobre o Felix, não sei. Você sabe que o Felix é bem na dele e não é de falar muito. Mas o Minho conseguiu uma bolsa em uma faculdade de dança.

— Aqui em Incheon?

— Não. Ele foi para Seoul. – Disse a senhora ainda com o olhar na rua.

— E você não sabe o que aconteceu com o Felix esse tempo todo? – Jisung perguntava desconfiado.

— Jisung, depois que vocês saíram do colégio, o Felix ficou um pouco distante. Ele não vinha mais na nossa casa, era sempre você que tinha que ir até ele. Ele e o Minho até brigaram um vez, inclusive. – A mulher dizia com um olhar tenso.

— Como sabe disso?

— Você me contou, Jisung. – Ela olhou para o filho assim que parou no sinal vermelho. — Teve um certo tempo que você começou a me contar várias coisas. Eu fiquei feliz por você confiar em mim à este ponto e se abrir, pois você sempre foi bastante fechado, então eu fiquei meio receosa com tudo isso. Com isso, te perguntei o porquê de me contar todas aquelas coisas e você me disse que não conseguia mais confiar no Minho e no Felix porquê você achava que eles estavam escondendo algo de você. De acordo contigo, você não se sentia mais confortável em desabafar com eles. E eu, era a única pessoa que você confiava o suficiente. No começo eu fiquei perplexa, porque vocês são amigos de infância. Eu não sabia muito bem como te consolar quanto a isso. – Assim que sinal abriu, a mulher seguiu com o carro. Depois de ouvir tal declaração, Jisung não conseguiu dizer mais nada. Ele só conseguia pensar no que poderia fazer para descobrir o que realmente estava acontecendo em sua vida. Ele podia sentir que havia algo muito errado, só não sabia o quê, mas ele iria descobrir.

[...]

— Felix, você é maluco ou só se faz? – Bang Chan olhava totalmente incrédulo para o loiro à sua frente. — Se acalme, Chan, eu sei o que estou fazendo. – Disse o garoto sentado-se em uma poltrona qualquer, situada naquele imenso quarto.

— Sabe? Não sei se você está com essa bola toda, Yongbok.

— Me chame assim de novo e eu quebro essa sua cara linda! – Felix dizia dando um sorriso singelo ao maior. — Nunca vi tão falso. – Disse Chan, se virando para sair. — Aonde acha que vai? – Felix se levanta da poltrona indo em direção ao maior. — Você não vai sair daqui até fazer o que mandei.

— Por que eu tenho que fazer isso, hã? – Bang Chan o olhava com uma cara de descontentamento. — Porque eu estou mandando. – Disse simples, voltando a se sentar.

— O que você quer que eu faça com ele?

— Mate-o!

— Matar pra quê? Eu posso apenas dar um susto no garoto. – Chan já estava com tédio daquilo tudo.

— Eu não gosto daquele cara, e o Jisung também não, então não vejo problema em me livrar dele. – Felix dizia com um sorriso calculista no rosto. Sempre que lembrava do menor, era assim. Ele não conseguia evitar.

— É sempre por causa do Jisung! Jisung isso, Jisung aquilo... Quando essa sua obsessão por aquele garoto vai acabar? – O moreno estava visivelmente irritado.

— Ciúmes, Christopher? – Felix olhava para o maior com um olhar totalmente debochado e provocador.

— Quando quer que eu o pegue? – Chan mudou completamente de assunto. Ele não gostava de confessar certas coisas. Felix riu do amigo e logo acrescentou:

— Hoje à noite. A mãe de Jisung fará plantão a noite toda, então preciso que ele esteja fora. – Disse Felix se recompondo.

— O que você vai fazer com o Jisung? – Chan estava curioso.

— O que qualquer casal de namorados fariam, ora! – Felix olhava para a janela do quarto observando o sol ir embora, assim, anoitecendo. — Você já pode se retirar, Chan. – Disse o loiro fazendo um gesto com as mãos, ainda olhando a noite dar as caras. Segundos após, ouviu o baque estrondoso da porta.
— Eu tenho muita pena de você, Chan. Muita pena mesmo.

Should I Believe You? - JilixOnde histórias criam vida. Descubra agora