Capítulo IX

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O sol brilhava, aquecendo o vento suave e inundando o ambiente com luz. Mesmo me sentindo um tanto desgastado, decidi que seria um dia para mudanças.

Optei por não ir trabalhar. Encarar minha mãe depois da confusão do dia anterior era a última coisa que desejava. Além disso, estava decidido a seguir meu próprio caminho, mesmo que a ideia ainda fosse apenas um sonho distante, mas só o pensamento já me animava.

Enquanto caminhava pela rua, alguns olhares curiosos me acompanhavam. Era evidente que seria o assunto das conversas alheias por um tempo, mas decidi não me importar. Entrei no carro e dirigi até o chalé onde combinara de encontrar Joaquim.

A visão dele sem camisa na minha sala me fez corar. "Uma bênção", Lucas tinha dito, sem noção alguma.

Consultei o relógio do celular pela décima vez ao estacionar em frente à casa. Eram 7:35 da manhã, e eu esperava que ele já estivesse acordado.

Caminhei pelo pátio em direção à varanda. Após algumas batidas na porta e nenhum sinal de resposta, suspirei. Estava prestes a voltar para o carro quando algo capturou minha atenção. Nos fundos da casa, um pequeno deck oferecia vista para o lago. Lá estava ele, sentado em uma das cadeiras de madeira, pés descalços, violão nos braços, e uma melodia envolvente preenchendo o ar, deixando-me sem fôlego.

Sua voz era incrível. Eu sabia que aquela cena ficaria gravada na minha mente por um bom tempo.

Ele me olhou, o som do silêncio ecoando enquanto meu coração batia mais forte.

"Desculpe, não queria te assustar. Bati na porta, mas..."

"Está atrasada", ele interrompeu.

"Não combinamos um horário", retruquei, cruzando os braços.

"Eu sei... Estou brincando", ele disse, sorrindo.

Revirei os olhos.

"Hum... Você parece melhor", comentei.

Joaquim tocou o ferimento quase cicatrizado.

"Sim... Essa é uma das minhas habilidades especiais. Eu me curo rápido."

"E quais são as outras?", perguntei, irônica.

"Quer mesmo saber?", ele perguntou, com um sorriso zombeteiro.

"Não, obrigada!"

Joaquim

Anabela, sem dúvida, era a criatura mais estranha e intrigante que já conheci. Seu jeito introvertido tinha até um toque engraçado. Ela falava pouco e, às vezes, ficava vermelha do nada.

"Entra aí", convidei, afastando-me para que ela passasse pela porta.

"Eu só vim até aqui para discutirmos os termos da venda e...", ela começou a falar sem parar.

"Podemos fazer isso enquanto eu tomo café? Estou morrendo de fome", interrompi.

Ela mordeu o lábio, dando de ombros.

"Senta aí", indiquei o lugar na bancada de madeira.

Anabela pensou em resistir, mas acabou aceitando a oferta.

"Essa casa é incrível", ela suspirou, olhando ao redor. "Não consigo acreditar que você realmente queira vendê-la."

"Não tenho muitas opções, e ficar na cidade definitivamente não é uma delas", respondi.

"Quantos anos você tinha quando foi embora?", ela perguntou, curiosa.

Cocei a cabeça. Eu não costumava falar muito sobre aquela época, mas me sentia à vontade ao conversar com ela.

"Quase onze. Mas não guardo muitas lembranças boas deste lugar."

"Que pena", ela disse, apoiando o rosto nas mãos e arqueando a sobrancelha curiosamente. "O que você faz da vida, senhor Xavier?"

"Fotografia", respondi. O semblante dela pareceu iluminar-se ao ouvir minha resposta, e sentada ali, atenta a tudo, eu podia jurar que era a mulher mais bonita que já vi.

"Que droga, Xavier, caia na real!", repreendi-me mentalmente.

"Deve ser um trabalho interessante", ela comentou.

"Sim, é legal e paga as contas. E você, por que quer comprar esta casa?"

"Liberdade." - Vi uma faísca de luz iluminar seus olhos ao dizer aquilo. Eu a conhecia a pouco tempo, mas podia sentir que ela ansiava por mais.

"Sim, liberdade", ela repetiu, como se reafirmasse para si mesma. "Estou cansada de viver presa em meio a tantas expectativas, tantas convenções sociais. Esta casa, este lugar, representa para mim uma chance de recomeçar, de descobrir quem eu sou."

Seu tom de voz era carregado de determinação, misturado com uma certa vulnerabilidade que a tornava ainda mais cativante. Eu sabia que havia algo mais profundo por trás daquelas palavras, algo que ela talvez não estivesse pronta para compartilhar, pelo menos não naquele momento.

"Entendo", respondi, tentando transmitir meu apoio através do olhar. "Todos precisamos de um lugar onde possamos ser livres, ser nós mesmos sem restrições."

Ela assentiu com um leve sorriso, como se apreciasse minha compreensão silenciosa. Em meio àquele momento de conexão, percebi que nossa conversa havia ultrapassado os limites de uma simples negociação imobiliária. Havia uma conexão mais profunda entre nós, uma afinidade que ia além das palavras trocadas naquele instante.

Era como se, de alguma forma, nossos destinos estivessem entrelaçados, e aquele encontro não fosse apenas uma coincidência, mas sim o início de algo novo e significativo para ambos.


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De Repente 30Onde histórias criam vida. Descubra agora