Olá leitoras
Eu estou apaixonada por essa história e espero que estejam curtindo tanto quanto eu. Em breve capitulo novo e posso dizer que vai estar cheio de coisas boas!
Boa leitura!!
🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼🌼-Aquele filho da puta!
A mulher bravejou irritada. A voz embargada pelo álcool. Havia bebido o suficiente para cair em coma alcoólico.
-Aquele...aquele...
-Maldito filho da puta?- completei, era a milésima vez que a ouvia dizer a mesma coisa. Ela alternava entre chorar e lamentar e chingar e amaldiçoar.
Pensei várias vezes em larga-la ali e me mandar. Mas minha honra não permitia. Maldita hora que eu a encontrara!
- Isso mesmo! -ela concordou preparando-se para virar mais um gole de vodka pura. Segurei a garrafa impedindo-a.
-Hey! -ela disse- me devolve isso garoto..Não tá na hora de você ir pra casa?Deixe os adultos se divertirem!
Suspirei irritado. Aquela mulher era um encosto.
Me levantei pronto para sair. Já passava dá uma da manhã e além de nós só uma meia dúzia de gatos pingados ainda estava por ali.
- Onde você vai?- ela me agarrou pelo braço. Encarei-a do alto de meus um metro e oitenta e cinco.
Era pequena de altura, mal alcançava no meu ombro. E a pele negra exibia um tom iluminado.
- Vou pra casa e acho melhor fazer o mesmo.
Respondi puxando o braço. Ela franziu a testa fazendo um biquinho.
Bom, não era da minha conta. Eu nem mesmo conhecia aquela doida. E ela era adulta o suficiente para saber oque estava fazendo.
Sai do bar e caminhei em direção a moto. Um vento frio soprava e o céu estrelado do fim do inverno enfeitava a noite.
Estava prestes a subir na moto quando a mulher veio em minha direção sorrindo e acenando como se não me visse a décadas.
-Ah aí está você, garoto, me leve pra casa.
-Oque?
-É...Isso mesmo! Me leve pra casa nessa sua motorcicleta -ela fez silêncio como se estivesse refletindo e logo explodiu numa gargalhada. -Motorcicleta? -repetia debilmente.
Merda! Que mulher estranha.
-Pessa um táxi. - respondi irritado.
-Taxi? Sua mãe não te deu educação?Não pode deixar uma dama sozinha...
-Dama? Tá mais pra uma bêbada folgada.
-Do que me chamou seu pirralho metido?
Nos encaramos. Cada qual sustentado suas posturas. Ela mais parecia uma criança mimada. Os pés descalços, os sapatos nas mãos .
-Nossa...-ela disse derepente estendendo a mão para afagar meu rosto. -Você é bem bonito...
Antes que eu pudesse dizer algo ela se aproximou de mim. E então aconteceu...
-Ah que merda!
O liquido pegajoso e quente escorreu pelo meu peito ensopando a camisa. O cheiro forte invadindo as narinas. A mulher despencou em meus braços logo em seguida.
Estava inconsciente. E eu, bom eu estava coberto pelo vômito dela.🌸🌸🌸
AnabelaAbri os olhos de vagar piscando várias vezes na tentativa de me acostumar a claridade opaca que vinha de algum lugar. Minha cabeça estava pesada e um embrulho no estômago me fazia sentir como um zumbi.
Acho que bebi demais.
Eu nem conseguia lembrar como havia chegado até ali. Sentei na cama com um pouco de dificuldade e olhei ao redor.
Mas que merda é essa? Aquele não era meu quarto, aquela não era minha cama e definitivamente aquela não era a minha casa!
Uma onda de nervosismo é ansiedade tomou conta de mim. Eu não me lembrava da metade das coisas que havia feito na noite anterior. Era como se um apagão tivesse acontecido.
Ah meu Deus Anabela, que merda você fez? O quarto era grande e espaçoso, a cama de dossel parecia ter sido entalhada a mão. Não era um hotel, e eu nunca estivera ali antes. Mas isso não importava precisava dar o fora o quanto antes. Eu não queria ficar ali esperando para ver o tamanho do problema no qual eu tinha me metido. A última coisa de que me lembrava era do bigodudo que cheirava a álcool me chamando de boneca.
Oh não! E se eu tivesse aceitado a bebida dele e se aquela fosse a casa dele???
-Nao, não , não ....
Afastei as cobertas apressada.
-Puta merda Anabela!
Nua. Não em pelo. Mas de lingerie. Como em nome de Zeus eu viera parar ali e usando apenas roupas íntimas?
Eu estava tão chocada que quase infartei quando a porta do quarto se abriu.
-Bom dia.
Disse o rapaz normalmente.
-Quem...quem é você? -puxei as cobertas rapidamente me cobrindo. -E oque tá fazendo aqui?
-Eu moro aqui. -ele respondeu, me encarava como se eu fosse louca.
-E oque EU tô fazendo aqui?
-Boa pergunta. - ele me jogou uma pilha de roupas.- Vista isso, são roupas limpas.
Não disse mais nada, saiu do quarto fechando a porta atrás de si.
A situação era pior do que eu imaginava. Não era o bigodudo, mas o rapaz alto e bonito que eu vira no banheiro do hotel. Senhor, eu podia ser presa por pedofilia!
Sera que..?Nós dois? Ah não!
-Não, não , não!-sacudi a cabeça a fim de espantar aqueles pensamentos. Precisava me vestir e dar o fora dali o quanto antes.
Minutos depois já devidamente vestida com a calça de moletom e uma camiseta preta que mais parecia um vestido . Sai do quarto.
A casa de madeira tinha dois andares e as paredes brancas eram enfeitadas por porta retratos com rostos sorridentes. Desci as escadas de vagar era apenas um pulo até a porta da frente. Pelos meus cálculos uns dez passos e eu poderia sair sem ser vista. Um barulho vindo de um dos cômodos lá embaixo me chamou a atenção, logo um gato gordo e peludo passou por mim correndo. Cheguei a até a porta e estava prestes a abri-la quando ouvi a voz dele novamente:
- Vai precisar de um guarda chuva.
-Oque?
Me virei para olha-lo. Estava parado perto da porta da cozinha, as mãos no bolso do jeans , pés descalços.
- Vai precisar de um guarda chuvas.- repetiu.
Olhei pela janela e vi as gotas de chuva que batiam contra o vidro.
- Merda. -praguejei baixinho.
-Posso levá-la pra casa...mas antes, tome um café. É bom pra curar essa ressaca.
-Eu posso ir pra casa sozinha, é só uma chuvinha.
Um trovão cortou o céu como se alguém lá em cima estivesse a fim de me ferrar.
-Como quiser.
Ele replicou como se estivesse se divertindo com a situação. Soltei um suspiro resignado.
-Quer comer alguma coisa?
Ele remexia nos armários. Pegou duas tigelas e empurrou uma para mim sobre a bancada de mármore.
-Não obrigada.
Ele deu de ombros enquanto enchia sua tigela de cereal.
-Como..-pigarreei.- Como exatamente eu vim parar aqui?
-Você tomou um porre ontem, e eu a trouxe pra cá.
- Só isso?
-Oque mais quer saber?Se nós transamos?
Puta merda! Pirralho constrangedor.
-Cinco vezes.
Arregalei os olhos numa mistura de espanto e constrangimento.
Ele explodiu numa gargalhada. Aquele tipo de risada que da vontade de rir também.
-Fala sério eu não transaria com você...Não numa situação como essa.
Oque ele quis dizer?
-Você ficou me pedindo pra ti levar pra casa, e desmaiou, eu te trouxe pra cá.Achei melhor do que te deixar no meio da rua.
-Entao não aconteceu nada?Entre nos?
-Parece desapontada. -cara ele estava zombando de mim.
-Qual é garoto você não faz meu tipo.-
Falei sem pensar.
- Claro, você prefere os 'malditos filhos da puta'.
Engoli em seco. Ele estava falando de Samuel.
Por alguns segundos a imagem dele nos braços de Débora me invadiu a mente. Meu coração se contraiu no peito, como se algo ali dentro tivesse se soltado.
-Eu vou embora.
Declarei decida.
O rapaz saiu de trás da bancada e me seguiu agarrando meu braço.
-Espera.- disse, olhei para cima. Estávamos próximos demais, eu quase podia sentir o calor do corpo dele.
Passou a mão pelo cabelo sedoso e suspirou.
-Foi mal pelo comentário.- disse, recolhi o braço me afastando.- Não precisa sair assim, a chuva passou eu te deixo em casa
Mordi o labio,cogitando resposta.
-Ok.- o quanto mais rapido eu chegasse em casa melhor.
🌸🌸🌸Ele subiu na moto e me ofereceu o capacete. Eu nunca havia andado numa daquelas. Nao que eu me lembrasse.
Queria saber como ele conseguira me trazer ate ali na noite anterior.
-Pode segurar em mim- ele disse ante o meu constrangimento.
-Oque?
Ele segurou meus braços e passou-os em volta de sua cintura.
-Pode segurar em mim.- repetiu dando partida.
Prendi o fôlego, meu rosto colado em seu ombro, minhas mãos espalmando seu abdomem bem definido.
Sacudi a cabeça afastando aqueles pensamentos.
Alguns minutos depois estavamos no centro da cidade. Meu apartamento ficava a uma quadra da praça central. Ele estacionou em frente ao antigo prédio e eu desci da moto sobre os olhares curiosos de alguns dos vizinhos. O sistema de monitoramento natural de Vila Velha, como costumávamos brincar.
-Obrigada pela carona-agradeci devolvendo o capacete.
Ele sorriu. Duas charmosas covinhas surgindo em suas bochechas.
-Me desculpe pelo transtorno...E obrigada...
-Tudo bem... Tirando a mancha de vômito na minha camisa, ta tudo ok.
- Me desculpe por isso também.
Ficamos em silêncio, um silêncio constrangedor, até que ele enfiou o capacete novamente e preparou-se para dar partida.
-Se cuida.
Disse, com olhos brilhantes.
-Espera...- iniciei.- Você não me disse seu nome...
-Xavier.
Foi a ultima coisa que o ouvi dizer antes da motoclicleta sumir na curva da estrada. Fiquei parada ali por alguns instantes sentindo as gotas da garoa fria que voltavam a cair. Eu estava de volta a minha vida...e as lembranças da noite anterior começavam a voltar para me assombrar.
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De Repente 30
RomanceAnabela sempre procurou viver para agradar a todos. Filha mais nova de uma tradicional família da sociedade ela deixa os sonhos de adolescência para trás e torna-se braço direito do pai nos negócios numa tentativa falha de conquistar a aceitação da...