Mais um pouquinho de Anabela E Joaquim pra vocês, espero que gostem. Assim que for escrevendo irei postando aqui! Obrigada pelo carinho que estou recebendo, vocês são maravilhosas!
Anabela.
Tentei ignorar as ligações insistentes de minha mãe quase o dia todo. Era incrível que ela sentia minha falta apenas quando era conveniente para ela. Mas eu estava decidida a me manter firme. Havia passado tempo demais tentando me adequar às suas expectativas, agora uma nova Anabela estava pronta para florescer. Ali mesmo debaixo do teto daquela velha casa, que em alguns dias eu poderia chamar de minha.
"Tem mesmo certeza de que vai vender esse lugar? "perguntei mais uma vez.
"Posso reconsiderar, se não estiver mais interessada." ele brincou.
"Não!" neguei apressada, comprar aquele lugar era tudo oque eu mais queria.
A brisa suave balançava as folhas das árvores que cercavam a propriedade, criando uma melodia suave e relaxante. Ao longe, podíamos ouvir o canto dos pássaros que habitavam a região, adicionando uma trilha sonora natural à serenidade do ambiente.
Continuamos a andar pelo pier, o silêncio pairando entre nós como uma névoa densa. Então, de repente, minha bota prendeu em uma tábua solta e eu me desequilibrei, prestes a cair.
Joaquim se moveu rapidamente, estendendo a mão para me segurar, mas foi tarde demais. Ambos perdemos o equilíbrio e caímos na água gelada do lago com um splash alto.
Por um momento, tudo pareceu congelar. A água nos engoliu, nos cercou, nos abraçou em seu abraço gelado. E então, finalmente, rompemos a superfície, ofegantes e rindo, a adrenalina pulsando em nossas veias.
Enquanto nos recuperávamos do susto, eu olhei para Joaquim e percebi como ele estava bonito com os cabelos molhados grudados na testa. Seus olhos brilhavam com alegria e seus traços pareciam ainda mais definidos. Um sorriso sem jeito se formou em meus lábios enquanto desviava o olhar, tentando disfarçar minha admiração.
Então, ele olhou para mim com um sorriso travesso, deixando-me desconcertada.
"Você não precisava me empurrar na água só para ter uma desculpa para me abraçar."disse.
Notei meus braços ao redor do pescoço dele, enquanto nossos corpos molhados se aproximavam. Um calor súbito subiu ao meu rosto, misturado com uma risada nervosa.
"Eu... eu não ..." balbuciei, fazendo menção de me afastar, mas ele me puxou mais para si.
Seu toque era firme e reconfortante, como se ele soubesse exatamente o que eu precisava naquele momento. Eu podia sentir o pulsar do coração dele batendo em sincronia com o meu, como se estivéssemos dançando uma música que só nós podíamos ouvir. Um arrepio percorreu minha espinha quando nossos olhares se encontraram, faíscas de eletricidade dançando entre nós.
"Não precisa fugir, senhorita Muller, estou apenas brincando." disse, com um sorriso travesso nos lábios.
Eu balancei a cabeça, ainda sentindo o calor subindo pelas minhas bochechas.
"Sim, acho que sim," murmurei, tentando recuperar a compostura. "De qualquer forma, acho que é melhor sairmos daqui antes que alguém nos veja nesse estado."
Joaquim concordou, ajudando-me a sair da água.
"Preciso voltar pra casa," informei, tentando me concentrar em outra coisa que não fosse a maneira com que a camiseta branca dele se agarrava ao seu corpo por causa da água, marcando os músculos definidos de seu abdômen.
Joaquim assentiu, um sorriso gentil brincando em seus lábios.
"Pode voltar quando quiser. A casa é sua."
Um calor reconfortante se espalhou em meu peito ao ouvir suas palavras.
"Quase." brinquei.
Com um sorriso, agradeci e corri em direção ao meu carro, acenando para ele ao partir. Olhando pelo retrovisor, vi Joaquim ficando para trás, observando-me com uma expressão que eu não conseguia decifrar completamente. Era como se houvesse algo mais por trás daquele olhar, algo que eu não conseguia entender completamente naquele momento. Sacudi a cabeça, afastando os pensamentos confusos, e me concentrei em dirigir de volta para casa. No entanto, a imagem de Joaquim permaneceu gravada em minha mente, como uma lembrança vívida de um momento inesperado e cheio de emoção.
Estacionei o carro em frente ao meu prédio quase que ao mesmo tempo que o carro vermelho de minha mãe se aproximou do meio fio. Respirei profundamente tentando me preparar para a tempestade que ela trazia consigo.
" Mãe, o que faz aqui?" quis saber me aproximando dela, que me olhou com aquele olhar de repúdio habitual.
"Onde você estava Anabela?" falou entre dentes tentando manter a pose elegante. " Está pingando água."
Sorri involuntariamente me lembrando do acidente no lago , apesar do susto inicial, havia sido uma bela aventura.
" Fui me refrescar um pouco. Mas, aconteceu alguma coisa, porque está aqui?"
"Foi se refrescar? Você enlouqueceu menina? Sua vida está um caos e você foi se refrescar?"
Revirei os olhos e comecei a andar em direção ao portão do prédio, com ela em meu encalço.
"Você parece mais preocupada com isso do que eu, mamãe." constatei, encarando-a "Se veio até aqui para falar sobre Samuel, é melhor ir embora."
"Você..."
"Você não pode simplesmente ignorar a realidade, Anabela. Samuel é o melhor para você, vocês podem consertar as coisas se você se esforçar mais," ela insistiu, sua voz carregada de desdém.
Bufei, sentindo a raiva borbulhando dentro de mim.
"Me esforçar mais?" aquilo só podia ser uma piada. "Eu não vou voltar para alguém que me trocou por outra, mãe. Já disse isso mil vezes. Samuel fez sua escolha, e eu fiz a minha," declarei, minha voz tremendo de emoção contida.
Ela me lançou um olhar de desaprovação, mas antes que pudesse responder, dei meia-volta e entrei no prédio, deixando-a para trás. Sentia-me exausta da batalha constante com minha mãe, mas ao mesmo tempo, uma sensação de alívio me inundava. Eu estava determinada a seguir em frente, mesmo que isso significasse enfrentar sua desaprovação.
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De Repente 30
RomanceAnabela sempre procurou viver para agradar a todos. Filha mais nova de uma tradicional família da sociedade ela deixa os sonhos de adolescência para trás e torna-se braço direito do pai nos negócios numa tentativa falha de conquistar a aceitação da...