Capítulo 1

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"Dizer que os homens podem ser teimosos como mulas seria um insulto às mulas."

O Duque e Eu - Julia Quinn

O Duque e Eu - Julia Quinn

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LAVÍ

— Lavínia Vitória, não se esqueça que hoje temos que postar no blog! Acabou de ler o livro?

Mal abro meus olhos e Ellen já está me balançando, sentada na beirada da minha cama de solteiro e com seu corpo curvado sobre mim. Seus cabelos pretos encaracolados estão roçando o meu ombro direito e fico tentada a me virar e puxá-los, só para irritá-la. Se não bastasse ser acordada em pleno domingo dessa forma, ela ainda menciona meu nome composto.

O que eu odeio.

Merda.

Toda vez que ouço alguém pronunciar "Lavínia Vitória", tenho vontade de matar a minha querida mãezinha. Uma infinita lista de nomes legais para me registrar, e ela escolheu logo esse. Tudo bem que ela é fã de William Shakespeare e quis fazer uma homenagem à obra Titus Andronicus, mas... Eu simplesmente detesto.

Pela glória de Deus, meu pai começou a me chamar de Laví, ainda quando eu era uma criança. Tenho certeza de que alguém iluminou a cabeça do meu velho – e serei eternamente grata. E não é que pegou? O que é curioso, porque está tão internalizado que meu nome é Laví, que toda vez que dizem meu nome composto, eu nem reconheço. Meu apelido, por outro lado, é minha marca registrada.

Inclusive, assim que entrei para a faculdade de Jornalismo, decidi criar um nome artístico. É, eu não sei de onde tirei essa ideia, mas pareceu o certo a se fazer. Minha imaginação falou mais alto e eu apenas decidi que tinha que ser assim. Dessa forma, peguei meu apelido (Laví) e o completei com as três primeiras letras do meu primeiro sobrenome — que é Santos — e as três últimas do meu último sobrenome — Garcia. Assim surgiu Laví Sancia.

Laví Sancia.

Mais que perfeito, fala sério!

Acho que super combina com a minha aparência — meus cabelos castanho-escuros com mechas naturais avermelhadas, minha altura equivalente à de um minion e meus olhos quase verdes — e meu jeito, claro.

— Ainda são nove horas da manhã, Ellen. Esqueceu que a gente só posta às três? Relaxa, cara. A resenha já está prontinha, não precisa ficar insistindo. Nem todo mundo acorda com as galinhas como você. Respeite meu sono, por favor? Hoje é domingo. Eu tô cansada da festa de ontem — balbucio com a boca grudada no travesseiro, deitada virada com o rosto para a parede, à minha esquerda.

— Eu também estou exausta, mas já até fiz o nosso café da manhã. Preciso ligar pro André pra ele vir aqui te tirar dessa cama? Você já é bem grandinha, né? Vamos!

Assim que ela menciona o nome do meu namorado, sento-me rapidamente. Nunca é um bom sinal quando ela recorre ao André, como está fazendo agora.

Entre as Linhas Tortas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora