Laví Sancia é uma jornalista formada, mas, no momento, está desempregada e sem saber qual rumo dar a sua vida. Seu hobby preferido é ler livros e, posteriormente, publicar resenhas críticas em um blog chamado Lide Literário, no qual divide a autoria...
"O problema com a vida é que ela não se importa. Não faz diferença se a sua cabeça está totalmente fora do lugar, se o seu mundo foi revirado, reduzido a pedaços ou pó, se seu coração está capenga, tentando manter o ritmo das batidas, ou tão quebrado a ponto de nem sequer arriscar. A vida não está nem aí; simplesmente segue em frente, e, se você não tentar acompanhá-la, ela te atropela com tudo."
Amor sob encomenda – Carina Rissi
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
TOMÁS
Quando o Thiago me disse que tinha encontrado o lugar onde mora a responsável por praticamente transformar minha carreira num inferno apenas com uma postagem em um site, eu comemorei bastante. É uma maneira de colocá-la contra a parede e também explicar o motivo pelo qual eu agi daquela forma.
Assim que meu agente disse que tinha encontrado a Laví, perguntei como ele conseguiu essa façanha em tão pouco tempo. Ou seja, só tive tempo de voltar para São Paulo e ficar um pouco com a minha família e a Aline, mulher do meu melhor amigo. Ontem à noite, peguei outro voo para o Rio de Janeiro, em busca de uma solução para o meu problema.
Ele disse não foi muito difícil de encontrá-la, pois ela é uma pessoa que usa abundantemente as redes sociais, diferente de mim — ele consegue me alfinetar, de todas as maneiras possíveis, em relação ao meu perfil desapegado das mídias.
Thiago falou que, há uma semana, Laví tinha publicado uma foto em uma padaria e marcou a localização. Ele entrou em contato com o Roberto, o dono do estabelecimento, e ele informou onde ela morava, pois fazia entregas para ela, às vezes.
A parte mais difícil foi passar pelo porteiro, ainda pouco. Eu menti — e não me orgulho disso —, disse que era um amigo da Laví. Ele insistiu que nunca tinha me visto pela a área. Inventei que ela estava passando mal e a Ellen, sua melhor amiga, pediu para que eu a visitasse enquanto estava fora.
Por fim, ele acreditou em toda a minha baboseira e me deixou entrar. Agora estou em frente à sua porta.
Estou um pouco nervoso. Parecia mais fácil na minha imaginação. Mas, agora, encarando-a, não sei muito bem como vou contar sobre tudo o que aconteceu comigo nesses últimos dias. Principalmente porque eu tive a excelente ideia de vir de manhã cedo, antes mesmo que ela pudesse trocar o pijama. Não consigo não reparar no seu look, que contém vários gatos estampados pelo conjunto de peças, e o cabelo castanho com mechas loiras preso em um rabo de cavalo bagunçado.
Quase deixo escapar um sorriso.
Recupero a postura e volto a lembrar do porquê estou onde estou.
— Você vai ficar que nem uma estátua ou vai me convidar para entrar? — Apoio minha mão esquerda no batente da porta.
— É... Ahn... — Ela não consegue terminar a frase, mas faz menção para que eu entre em seu apartamento.
