Capítulo 2

36 10 15
                                    




"Por que é necessário o fim de uma vida para se aprender a apreciar cada dia? Por que precisamos esperar até ficar sem tempo para começar a conquistar tudo o que sonhamos, quando um dia tínhamos todo o tempo do mundo? Por que não olhamos para a pessoa que mais amamos como se fosse a última vez que a vemos? Porque, se olhássemos, a vida seria tão vibrante. A vida seria tão verdadeira e completamente vivida."

Mil Beijos de Garoto – Tillie Cole

Mil Beijos de Garoto – Tillie Cole

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

TOMÁS

Tinha me esquecido o quanto era uma loucura a época de lançamento de livro. Já tem um tempo que não lanço um. Também não é como se eu fosse uma máquina de escrever. Nem que eu quisesse muito, conseguiria ter imaginação suficiente para tanto.

Também não sou um autor best-seller do New York Times. Longe disso. Mesmo que minha mãe insista que um dia eu serei, não me considero isso tudo.

Comecei a escrever quando tinha vinte anos. A princípio, lancei meu primeiro livro, intitulado de "Esqueça-me amanhã", como quem não quer nada. Escrevi-o durante um ano inteiro e resolvi publicá-lo por conta própria — mais ou menos, contei com a ajuda financeira de diversas pessoas. Mas, foi simples assim.

Acordei um dia, em meados de agosto, e pensei: por que não?

E, bom, dado todo o sucesso que acumulei durante esses quase seis anos completos de estrada, acho que foi a decisão mais certa da minha vida. Não tem o que questionar.

O meu início no universo literário, além de sucesso, me rendeu uma grana boa e suficiente para mudar minha realidade. Antes, eu era apenas um garoto sonhador do subúrbio de São Paulo. Hoje, já consigo sustentar minha família no lado valorizado da cidade.

Depois de "Esqueça-me amanhã", um suspense que me orgulho muito, publiquei "A arte da dúvida cruel", um livro de poesias sobre questionamentos, "Só para lembrar de onde vim" e "É daqui que sou", uma duologia sobre pertencimento e dificuldades enfrentadas. E, agora, estou lançando o "Os mistérios da cidade sombria", outro suspense, que, inclusive, já está esgotado na pré-venda.

Esses livros me renderam fama. Sim, um prodígio da literatura brasileira que aparece em diversas capas de revistas e causa alvoroço por onde passa, esgota exemplares e acumula mais de um milhão de seguidores nas redes sociais. É isso que sou para os outros. Entretanto, ainda me pergunto o porquê de merecer isso tudo e se, de fato, sou o que os outros acham de mim.

— Você já publicou foto no Instagram e no Twitter? Não? Tá esperando o quê, Tomás? Seus fãs precisam saber de você — Thiago chama minha atenção.

É estranho quando me chamam de Tomás. Bom, o meu nome é esse, mas para os meus fãs e admiradores, sou o T. L. Bianchi.

Thiago me obrigou a elaborar um nome com "cara de escritor", assim que comecei minha carreira. Por conta disso, chegamos ao T. L. Bianchi. Tudo bem que meu nome é Tomás, isso justifica a letra T abreviada. O L é por causa do meu segundo nome, que é Lorenzo. Omiti meu primeiro sobrenome, pois não curto muito ele — Machado. 

Entre as Linhas Tortas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora