Capítulo 4

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"Tenho medo de que os sentimentos sejam a única coisa na nossa vida sobre a qual não temos qualquer controle." 

Talvez Um Dia - Colleen Hoover

Talvez Um Dia - Colleen Hoover

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TOMÁS

Após um dia desgastante, mas gratificante, só consigo pensar na cama do hotel que está prontinha para ser desarrumada por mim. Como desejei por isso.

A sessão de autógrafos, que começou às 16h, só foi encerrar quase às 20h. Some umas duas horas para organizarmos tudo e pegarmos um carro até onde estamos hospedados. Praticamente, mais de doze horas fora de casa.

Se não bastasse o cansaço físico, estou mentalmente esgotado por um acúmulo de coisas. Principalmente porque toda hora eu me lembro que acabei de perder meu melhor amigo num acidente de carro. Em que ele estava bêbado, sem cinto de segurança e cochilou no volante.

Não consegui dormir nada na noite passada, então fiz o mínimo que eu poderia ter feito: liguei para minha mãe, que é madrinha do Nathan, e ela me explicou tudo o que aconteceu. Foi terrível e doloroso escutar e processar o que ela falava.

Tive vontade de quebrar outros copos e tudo que encontrasse pela minha frente.

Confesso que estou na fase da negação, ainda mais por imaginar como deve estar sendo duro para a Aline passar por isso. Só de pensar que ela vai ter que criar uma filha com a ausência do pai, sinto meu estomago embrulhar. Ninguém merece isso.

Já deixei claro para ela e para qualquer pessoa da família que podem contar comigo para qualquer coisa, sem pensar duas vezes. Eu me sinto no direito de ajudar as pessoas que amam e foram amadas pelo meu amigo. Tenho certeza de que, se pudesse, ele pediria isso para mim.

Quando me dou conta, estou chorando pela milésima vez desde que soube da notícia. A dor está ficando cada vez mais insuportável conforme a ficha vai caindo. Estou de mãos atadas, sem forças para continuar agindo como se estivesse tudo bem.

Não está nada bem, porra!

Sei que a morte de Nathan não é justificativa para eu ter agido com descaso hoje na sessão de autógrafos com a Estela. É, eu gravei o nome da menina. Pudera também... Ela ter praticamente quebrado meu celular não foi nada se comparado ao aperto no peito que eu senti ao entender a ironia daquela tela toda rachada. Automaticamente, eu comparei o vidro quebrado com o que eu estava e estou sentindo. Parece que meu coração está aos pedaços, estilhaçado, sem forças para se regenerar tão cedo...

Fui um covarde. Gritei com ela sem pensar nas consequências. Claro que depois reconheci meu erro e pedi desculpas, mas ela saiu chorando copiosamente da sala, sem olhar para trás. Não quis nem que eu me explicasse. Mas eu entendo o lado dela. Juro que entendo. Nunca que ela imaginaria que o seu "ídolo" fosse tratá-la dessa forma.

Entre as Linhas Tortas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora