Capítulo 12

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"Como a vida é engraçada, né? Bem na hora em que você pensa que está tudo resolvido, bem na hora em que você finalmente começa a planejar alguma coisa de verdade, se empolga e sente como se soubesse a direção em que está seguindo, o caminho muda, a sinalização muda, o vento sopra na direção contrária, o norte de repente vira sul, o leste vira oeste, e você fica perdido. Como é fácil perder o rumo, a direção..."

Simplesmente Acontece - Cecelia Ahern

Simplesmente Acontece - Cecelia Ahern

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TOMÁS

Já se passaram trinta dias da última vez que vi a Laví. Sim, eu estou contando os dias. E também estou caçando uma oportunidade para voltar ao Rio e encontrá-la novamente.

Não sei o que ela fez comigo, só sei que não consigo parar de pensar nela e na gente. E nem naquela maldita cena no quintal da casa da minha vó. Por um momento, eu me critiquei por tentar avançar o limite. Mas, agora, me julgo por não ter arriscado.

Como teria sido se eu tivesse provado daqueles lábios?

No dia em que ela publicou o vídeo, à noite daquela quinta, eu fiz um post no Instagram – coisa que eu estou zero acostumado – da minha foto com ela, que a minha vó tirou. A Laví estava tão linda...

Será que estou me apaixonando?, penso.

Qual a outra explicação, plausível, por eu não a tirar da minha cabeça um minuto sequer? Ou por eu ter virado um viciado em redes sociais só para saber mais sobre ela? Estou seguindo-a em todas. E sempre rio dos seus stories com o McLuhan ou com a Ellen, sua amiga, que não conheci pessoalmente. Ainda, acrescento mentalmente.

Eu e Laví, durante esse mês que se passou, trocamos mensagens e até algumas ligações. Ela me contou que sua vida continua a mesma, fazendo trabalhos independentes, cuidando do gato, escrevendo para o blog... E eu falei sobre o fim da minha turnê, sobre estar fazendo alguns cursos online relacionado à administração, dando algumas entrevistas...

Também comento, quando preciso muito, sobre algumas questões emocionais, principalmente o fato de que ainda não superei a morte do Nathan. Ela parece me entender e se envolve nos meus questionamentos sobre vida após a morte, missão de vida e destino.

Já perdi a conta de quantas vezes chorei após ele ter falecido. Ainda que eu esteja tentando seguir em frente, como qualquer pessoa que passa pelo luto, não está sendo nada fácil.

Tenho encontrado, com mais frequência, a Aline, esposa do Nathan, grávida de sete meses. Estou ajudando-a no que posso. Desde ir ao supermercado fazer as compras, para ela não ter que fazer tanto esforço, até resolver outros pepinos, como pagar contas no banco. Mesmo que, com isso, eu chame atenção dos meus fãs e eles sempre me parem para tirar foto e pedir autógrafo.

Hoje, sábado, marquei de ir até sua casa para bater papo depois do almoço. Meio que virei seu confidente. Além de lidar com o meu luto, estou tentando lidar com o dela. Ela precisa de um ombro amigo nessas horas. E estou cumprindo esse papel com o maior prazer.

Entre as Linhas Tortas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora