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Eu juro que não queria fazer aquilo de novo, mas saber que alguém está usando você, e da pior forma possível, mesmo com todas as pessoas te dizendo que ele não era bom e você estar cega, era frustrante. 

Na verdade, eu sabia que ele não era a pessoa certa, mas eu queria acreditar que era porque eu não queria admitir que a pessoa que eu mais queria na minha vida, não estava mais lai por culpa minha mesmo. 

É, talvez eu merecia isso. Mas eu não queria estar aqui, não em uma festa que eu tinha sido chamada de última hora, com bebidas e maconha, mesmo não sendo o pior para mim. Mas que com certeza me levaria a ter mais uma recaída e isso me mataria. 

-Olha quem resolveu aparecer depois de tanto tempo. -Olho para o lado e vejo Beck, uma "amiga" de longa data. -Me admira você ter vindo hoje.

-Me admira você estar viva ainda. -Comento e ela sorri e levanta um copo. Logo sai de perto e eu ando mais um pouco pela festa. 

Eu só queria poder esquecer dos problemas por essa noite e me divertir com tudo que iria acontecer nessa festa. E vai ser o que vou fazer. 

Comecei a dançar com velhos conhecidos, que se esfregavam em mim e eu me esfregava neles. A música alta e inebriante causava uma sensação libertadora em meu corpo, a qual eu recebi de bom grado para poder apenas esquecer os problemas da vida. 

Fui até a mesa de bebidas e não achei nada que não tivesse álcool, então decidi tomar um pouco de cerveja, mas era tão estranho estar nessa vida novamente e ao olhar para tudo que eu passei nesses últimos anos, só me fez querer beber mais. E foi o que fiz.

Vocês devem estar pensando que eu poderia apenas parar de beber e sair daquela festa o quanto antes para que não me causasse tantos danos, mas eu não queria, eu queria o poder de esquecer e seguir em frente, mesmo que no dia seguinte viesse uma dor de cabeça para me lembrar o quanto eu fui irresponsável. 

Mas a vida é assim. Você é irresponsável um dia para ser aclamada em outro. Você acaba com sua vida para fazer os outros felizes. Você dá o seu melhor e tem aqueles que enxergam apenas o seu pior. Você transparece felicidade e os outros querem ver sua derrota.

Volto a dançar como se não houvesse amanhã. Por um lado eu queria que não houvesse mesmo e que dessa forma tudo de ruim acabaria. Eu poderia deixar de ser forte e apenas me entregaria àquela escuridão que tinha dentro de mim. Eu poderia ser livre de uma vez e talvez aproveitar a vida ou o que restasse dela. Poderia ser eu mesma. 

Continuo bebendo e dançando. Meu corpo começava a se cansar, mas eu não pararia até que a última música tocasse. Continuei a beber para tentar aplacar a cede que vinha com o cansaço. Eu não queria pensar em nada, não queria sentir nada, mas ao olhar meu celular para me certificar das horas, acabo lembrando de S/N. 

Será que ela estaria acordada agora? E se eu tentasse ligar para ela? O número de telefone seria o mesmo? Ela estaria com aquela garota ainda? As duas eram namoradas? Onde ela estaria agora? Ela me aceitaria de novo ou me daria uma nova chance de tentar reconquistá-la?

A verdade era que eu amava aquela mulher. Amava ela com cada célula do meu ser. Eu queria poder ir atrás dela e dizer que tudo que aconteceu não significou nada para mim e que ainda amava ela, que queria até poder ter uma família com ela e mais o que ela quiser. Eu largaria minha vida de ídolo de alguém para poder viver ao lado dela. 

Começo a sentir falta de ar e resolvo ir para o lado de for da casa. Tinha várias pessoas por ali, umas se agarrando e outras apenas deitadas no gramado, tentando curtir sua brisa sozinhas. Acho que elas estavam certas no final. Nada era melhor do que viver para fazer o que queria. 

-Olha quem está aqui com os meros mortais. -Beck comenta e eu olho para a direção da voz da mulher. -Me diz, por que diabos resolveu vir nessa festa de pessoas normais para acabar com seus cinco anos de sobriedade? 

-A verdade é que eu não sei. -Comento e chego mais perto da mulher que tinha um cigarro em sua mão. Fico olhando ele e ela percebe e sorri de forma indiscreta, me oferecendo o mesma que eu acabo aceitando. Não queria mas era involuntário não pegar ele. Era involuntário fazer tudo que eu estava fazendo hoje. Mas eu tinha consciência de tudo.

Ou pelo menos tive até certo ponto da festa. 

A última coisa que eu me lembro foi de me sentar na escada que dava acesso para o gramado do fundo, ainda com falta de ar. O calor da cidade era grande aquela noite. O dia amanheceria dentro de duas horas e eu não conseguia respirar. Não conseguia por ar dentro de meus pulmões. 

Queria gritar por ajuda, mas ao lembrar que estava em uma festa onde as pessoas estavam em estados piores que o meu, desisti e apenas coloquei a mão na garganta, e ofegante, tentei puxar o ar para dentro de meus pulmões. 

Parece que não foi suficiente. 

Abrir os olhos foi uma tortura. E eu não sabia onde estava. A falta de luz do ambiente me incomodou no minuto que tentei abrir os olhos. Mas meus ouvidos capitaram um som de máquina ao meu lado direito. 

E então, como alguém que cai gradativamente em um sono profundo, eu entendi onde estava. Soube na hora exata que tinha dado entrada ao hospital. Eu não poderia estar aqui novamente. Não queria. 

-Boa tarde, senhorita... -Não poderia ser verdade. Escutar aquela voz só me fez arrepiar todos os pelos de meus braços, coluna e nuca. 



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Oii, sou eu de novo.

Consegui escrever esse capítulo aqui para vocês. 

Me desculpe por não fazer ele mais emocionante, é que eu não sirvo para escrever essas coisas com drogas e bebidas, apenas sirvo para beber mesmo.

Fora isso, eu ainda estou escrevendo outras histórias, não com a Demi, mas acho que vocês possam gostar. Então se sentirem falta da minha escrita ou quiserem passar o tempo, dê uma olhada no meu perfil e me sigam para mais atualizações. (sempre quis falar isso kkk)

Votem e comentem bastante que eu vejo de trazer o outro o mais rápido possível. 

Beijos bb's do meu coração. 

Amor por acidente. (Book two)Onde histórias criam vida. Descubra agora