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Acordar no dia seguinte não foi a tarefa mais fácil. 

A claridade que entrava pelas janelas do cômodo, ainda tinha um tom acinzentado, e o barulho da chuva, que na noite anterior era alto, agora não fazia questão de aparecer. 

Um vento frio bateu em minhas costas, me fazendo arrepiar. Com algum custo, levantei a cabeça e olhei para as janelas, que eram cobertas por uma simples cortina da cor branca. O edredom, sobre meu corpo, igualmente da cor branca, estava amassado e embolado. 

Eu fechei os olhos e fleches do que aconteceu durante a noite caiu sobre minhas pálpebras como relâmpagos. Me sento rapidamente na cama, jogando minhas pernas para fora do colchão macio, puxando um lençol que tinha ali, para me cobrir. 

Isso não poderia ter acontecido. 

Vejo as roupas espalhadas pelo chão do quarto e apoio minha cabeça em minha mão, fechando os olhos rapidamente e respirando fundo. Eu estava fudida. 

Me enrolo no lençol, enquanto me levanto e tento recolher minhas roupas o mais rápido possível, sem fazer nenhum barulho. Corro para a primeira porta que vejo dentro do quarto e entro no banheiro, uma sorte.

Me olho no espelho e havia olheiras sob meus olhos, meus cabelos estavam uma bagunça nada agradável. Me viro para ver se havia alguma marca em minhas costas, logo que constato que não, respiro aliviada e largo o lençol cair no chão e abro a torneira e lavo meu rosto com a água fria. Eu realmente estava fudida. 

Me visto com um pouco mais de calma e saio do banheiro, com o lençol em minhas mãos. Ver aquele corpo na cama me fez relembrar parte da noite, e assim me arrepender novamente, pelo que parecia ser a vigésima vez desde que acordei. 

Deixo o tecido sobre a cama e saio do quarto com cuidado para não fazer barulho. Desço as escadas e escuto as patas de cachorro vindo em minhas direção. Faço carinho em Ella que aparece assim que termino de descer e vou até o sofá, que deve ter sido o lugar que meu celular se encontrava. 

Procuro pelo aparelho e o mesmo estava debaixo de várias almofadas que haviam sido jogadas ali. 

-Desculpe, eu não queria ter acordado você. -Me assusto e viro em direção a cozinha e vejo uma mulher de meia idade ali. Ela estava tão assustada quanto eu, então respiro e sorrio de uma forma tímida para ela.

-Tudo bem, já estou de saída, de qualquer forma. -Digo e vou em direção a porta e calço meus sapatos e pego meu casaco. Abro rapidamente a porta e desbloqueio o celular ao mesmo tempo. 

Tinha algumas chamadas de Julie, mensagens da mesma e eu resolvo apenas responder quando estivesse bem longe dali, possivelmente no hospital. 

Aí é que está, eu não sabia para onde ir. Estava perdida depois de tudo que havia feito. Eu sabia que era errado. 

Caminho para longe da casa e entro no aplicativo de corridas e chamo um carro. O dinheiro que tinha na carteira deveria dar para poder chegar ao hospital. Tinha de dar. 

Continuo andando até chegar a entrada do condomínio. Vejo um banco ali e resolvo me sentar para esperar o carro chegar. 

As lembranças me atingiam feito gotas grossas de água. Me faziam sentir arrependimento e remorso pelo que ocorreu, mas mesmo assim eu me sentia mais leve. 

Era como se eu tivesse precisando disso. Respiro fundo e me encosto no banco e fico observando as pessoas que passavam pela rua. Algumas correndo, outras apenas passeando com seus filhos ou cachorros. 

Vejo um carro estacionar a minha frente e percebo que é o que me levaria para longe daquele lugar, daquela mulher. Entro rapidamente e ofereço o endereço do hospital e o rapaz segue para lá. Abro o casaco e me encosto no estofado do banco enquanto coloco o cinto e vejo a paisagem passar rapidamente do lado de fora da janela do automóvel. 

Meu celular começa a vibrar no bolso e eu pego o mesmo rapidamente e atendo sem nem olhar quem era. Mesmo sabendo quem era, eu sinto uma culpa enorme pairando sobre meus ombros e pesando minha cabeça. 

-Finalmente resolveu atender. -Julie diz e eu sorrio de forma envergonhada, mesmo ela não podendo ver. Abaixo a cabeça e penso no que dizer. -Posso saber onde a senhorita passou a noite?

-Em um hotel. Estava indo pro hospital ontem e o carro estragou, não poderia chegar atrasada porque o Avy estava me esperando. -Digo essa mentira, mais para me convencer do que a ela, que parece acreditar em mim. -Desculpa não ter atendido, depois de lá eu fui para um hotel e desliguei o volume do celular e dormi, estava cansada. 

-E agora você está vindo para casa? -Ela pergunta com um pouco de esperança na voz e eu me praguejo mentalmente. 

-Na verdade estou indo pro trabalho. Vou me arrumar lá e trabalhar antes de ir palestrar. -O carro para em um semáforo e o motorista olha pelo retrovisor e eu fecho a cara por saber que ele estava escutando toda a conversa, mesmo sabendo que não era de propósito. 

-Você precisa comer alguma coisa. -Ela diz e escuto as cachorras latindo ao fundo e sorrio ao lembrar delas, imediatamente me lembrando de Batman e Ella. Sacudo a cabeça de um lado a outro para afastar as lembranças e concordo com Julie e ela ri e pede para Laila para de pular que ela já iria colocar ração para elas. 

-Liga para alguém ir buscar o carro por favor. As chaves estão comigo, então teria de passar no hospital para poder pegar. -Ela concorda e diz que vai chamar um amigo nosso para poder fazer isso. -Agora tenho de ir, estou chegando no hospital. Até mais tarde. 

-Eu vou te buscar, só me ligar avisando a hora que vai sair. Te amo. -Ela diz e eu me despeço novamente e desligo. 

Pago ao motorista e desço do carro e entro no hospital para tentar começar aquele dia que já havia cometido erros durante a madrugada. 



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Motivos de eu não ter escrito nada sobre a noite???

EU NÃO SOU BOA PARA ESCREVER ESSAS COISAS. 

Quem me acompanha algum tempo, sabe que a primeira vez que escrevi sobre foi horrível. Me desculpem.

Bom, vocês já sabiam que isso aconteceriam, então não é novidade. 

Esse é o último capítulo que tenho escrito, estou passando pela bosta de um bloqueio. Então não sei quando que vai ter outro, espero que gostem. 

Votem e comentem sobre o que estão achando da história. 

Bijos bb's lindos do meu coração.

Amo vocês. 

Amor por acidente. (Book two)Onde histórias criam vida. Descubra agora