Nervous

Apaixonado?

Jace estava no trabalho há horas mas não tinha feito nada de útil. Ele não conseguia se concentrar, Clary não saia de sua cabeça nem mesmo por um segundo.
Jace estava mesmo preocupado de como Clary iria reagir assim que eles se encontrassem novamente.
Eles precisavam conversar e sobre tanta coisa. Jace tinha que se desculpar pelo modo como a tratou na cafeteria dias atrás, também tinha que se desculpar pelo ataque de Violet, tinham que falar sobre o beijo e Jace também precisava perguntar se o tal garçom brasileiro era namorado de Clary ou talvez um amante.

Só de lembrar de Clary abraçando e rindo com o brasileiro fazia Jace ferver de raiva, ele não queria de jeito nenhum ver Clary novamente com aquele garoto. Sentia que iria surtar e fazer um show.
Jace ouviu um Track.
E percebeu que havia quebrado o lápis que estava em sua mão.

— Merda. - xingou se levantando.
— Preciso beber.

Jace pegou seu palitó e saiu de sua sala apressado.

[...]

— Irmão, você está mal. - Disse Simon olhando para Jace, preocupado.

— Estou bem. - Jace falou enrolado. Estava praticamente dormindo no sofá de sua casa.

— Sim, claro que está. - Simon zombou.
— Vamos, vou te ajudar a se deitar.

— Não. - Jace gritou e tentou se sentar no sofá mas não conseguiu.
— Preciso ligar para Clary. Ela precisa me ouvir.

Simon bufou. Jace estava acabando com a paciência dele, algo que era inédito. Simon achava que tinha paciência ilimitada, mas ali estava Jace lhe mostrando que não era bem assim.
O homem não tinha parado de falar de Clary desde que Simon chegou em seu apartamento. Jace havia ligado para ele pedindo que fosse até lá, pois era algo urgente. Simon foi que nem um doido e quando descobriu o real motivo da urgência, ele quis socar a cara de Jace. Mas então o loiro começou a falar o que aconteceu na última vez que esteve na casa do pai, depois começou a beber e então choramingou pelo resto da noite.
Simon estava a ponto de ligar para Clary e pedir que ela viesse até o apartamento, talvez assim Jace parasse de choramingar como uma criança que teve um pedido negado.

— Hoje não, cara. Amanhã vocês conversam.

— Mas eu quero conversar hoje.

Com muito custo Jace conseguiu se sentar e então tentou pegar o celular que estava em seu bolso.

Simon suspirou tentando manter a calma. Ele foi até Jace, tirou o celular do bolso dele e o desligou.

—Nada de fazer ligações hoje. Principalmente para Clary. Ela vai te xingar se você tentar falar com ela nesse estado, cara.
- Disse gentilmente.

Jace voltou a choramingar, fazendo Simon revirar os olhos com tanta força que ele achou que os olhos sairiam das órbitas.

— Mas eu gosto tanto dela...
- Jace disse com a voz embolada e embargada.

— Vou filmar isso e te mostrar amanhã. Tu é insuportável bêbado. Apaixonado, então...
- Simon zombou pegando o celular e abrindo a câmera.

— Não estou apaixonado.
- resmungou Jace.

— É claro que não.

Simon riu e então começou a filmar o amigo que já estava cochilando sentado.

[...]

Dias se passaram e Clary não viu Jace, nem mesmo ouviu falar dele.
Clary tentava não pensar em Jace mas era um pouco difícil, ainda mais depois de ser beijada por ele
Ela estava tão pateticamente caidinha por Jace. Ficava toda boba sempre que lembrava do beijo deles, de como Jace a abraçou, mas então ela se lembrava que Jace tinha uma namorada. Namorada essa que quase os flagrou se beijando e ainda discutiu e tentou bater em Clary.
Clary já odiava a garota. Naquela noite ela teve vontade de agarrar a garota pelos cabelos e bater a cabeça dela na parede diversas vezes.
Clary não era do tipo violenta e agressiva, ela sempre levava tudo na paz, mas a Violet parecia despertar o pior nela.
Jace tinha omitido que namorava para Clary e ainda a beijou. Ele traiu a namorada com Clary.
Se Jace achava que Clary era do tipo que curtia ser amante, ele estava redondamente enganado.
Clary ia mostrar isso para ele assim que o visse novamente.

Suas aulas de Artes haviam começado na New York University (NYU)  e Clary estava ansiosa.
Clary esperava fazer amizade pelo menos com uma pessoa. Era horrível ser nova, ainda mais no meio do ano.
Ela bufou e desceu as escadas e seguiu direto para a sala de jantar onde Jovelyn e Valentim tomavam seu café da manhã.

— Bom dia. - os cumprimentou, sentando-se.

— Bom dia, filha.
- Jocelyn sorriu para ela.

— Bom dia, querida. Ansiosa para as aulas?
-Perguntou Valentim, gentilmente.

Clary deu de ombros e comeu uma torrada.

— Você agora tem o seu próprio motorista. Ele vai levá-la e buscá-la todos os dias na universidade.
- Avisou Valentim.

Clary queria dizer que não precisava. Que não queria. Mas sua mãe sorria largo. Então ela se obrigou a sorrir.

— Obrigada. Isso é muito gentil.

— Clary, não quero ocupar o lugar de seu pai, mas gostaria que tivéssemos uma boa relação. Você terá tudo o que desejar. Quero que saiba que está em casa. Tudo isso também é seu, entende?

Clary sorriu novamente.

— Sim. Obrigada.

— Seremos uma linda família.
- Disse Jocelyn, sorridente.

— Já somos, meu amor.
- Valentim sorriu com paixão para ela.

Clary fez uma careta. Se sentia desconrfatvel naquela mesa de café da manhã, se sentia desconfortável só de estar morando naquela casa. Mesmo que Valentim fosse sempre gentil, Clary temia que iria sempre se sentir desconfortável naquele ambiente.

[...]

— Cara, você está caidinho por essa garota.
- Simon zombou de Jace.

— Cale a boca. - resmungou.
— Vou supreeenda-lá na Universidade. Jocelyn me disse que ela ama lírios e margaridas.

Simon soltou uma risadinha.
Jace estava comendo na mão da ruiva e ambos não se deram conta disso.

— E se ela não quiser falar com você?
- Ele perguntou. Jace que ajeitava a camisa em frente ao espelho congelou e encarou Simon, completamente pálido.

— Eu não tinha pensado nisso.
- Admitiu.

— Pois deveria. Não sei se você percebeu, mas essa garota não é como as outras. Ela não está nem aí pra sua aparência agradável, irmão. Além do mais, parece que suas cantadas não funcionam com ela.
- Simon sorriu ao ver Jace se sentar no sofá com os olhos arregalados.

— Droga. É verdade. - suspirou.
— Mas vou tentar a sorte.

Jace pegou o grande buquê de lírios e margaridas e saiu, deixando um Simon sorridente no sofá.

Hehehe