Capítulo 3

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Eu e Susan estávamos caminhando pelo centro da cidade e conversando.

— Então... Kate, você tem sonhos? — Ela pergunta, enquanto lambe sua casquinha de chocolate. — Por exemplo: emprego dos sonhos ou viver um romance com um garoto que você considera perfeito... — Pensei um pouco. Era uma boa pergunta.

— Olha, me fizeram a mesma pergunta numa entrevista de emprego. E eu respondi que não tinha sonhos. Na época eu era só uma adolescente de 16 anos que era sustentada pelos pais. Com o que eu teria que me preocupar? Meus pais pagariam minha faculdade, uma casa, e eu teria tudo que eu quisesse. Que sonhos eu poderia ter? Meus pais não eram ricos nem nada, mas eu até que tinha uma vida razoavelmente boa. Então, nunca tive nenhum sonho legal.

— Nem um sonho pequeno? — Ela pergunta, esperançosa e ansiosa para receber uma resposta decente.

— Não — Respondo, tirando toda as expectativas dela.

— Sério? Credo, Kate. Você tem que sonhar às vezes, sabia?

— De que adianta sonhar? São só sonhos. São pura imaginação. Você nunca vai conseguir ter um relacionamento com um cara bonito, rico e famoso como nas fanfics. Sonhar é pura perda de tempo! Quer ser a namorada do Harry Styles? Vá ler uma fanfic e se iludir por aí! Não vou perder meu tempo sonhando com bobagens.

— Sonhos não são só imaginação! São possibilidades. Se você acreditar, um dia eles podem se realizar. — Reviro os olhos e dou uma risada sarcástica.

— Susan Walker, você sabe que eu só acredito em coisas concretas. Só porque tais coisas são possíveis, não significa que vão se realizar. Isso tudo é uma grande besteira — Digo e ela suspira.

— Ok, Kate. Se você não quer sonhar, deixe pra lá! Eu vou continuar aqui tendo meus sonhos. Sou muito feliz sonhando— Ela suspira de novo.

— Está bem. Me desculpe — Ela me olha e sorri.

— Tudo bem. Você sabe que sempre depois das nossas brigas, voltamos a conviver normalmente — Ela ri e eu dou um pequeno sorriso. — Ainda bem que já nos acostumamos com as nossas brigas quase diárias — Ela diz e nós rimos. Às vezes me pergunto se isso que é uma amizade de verdade. Sem traições (óbvio, né), com reconciliamentos e tudo mais. Se isso for realmente uma amizade verdadeira, é a melhor coisa que já experimentei nesses meus 18 anos de vida.

— Walker, desculpe pelas coisas idiotas que sempre digo a você — Me desculpo e ela sorri.

— Tudo bem, Kate. É que você só não sabe se expressar muito bem. É isso. Já me acostumei — Ela diz, com tranquilidade. Fico surpresa ao ver que às vezes a Susan consegue ser mais calma do que eu. Porque eu sou MUITO calma.

— Amiga, vamos na loja da Guess? — Susan pergunta.

— Claro! Por que não?

Estávamos andando pela rua a caminho da loja quando vimos uma garota muito bem arrumada e com uma mala gigante sendo puxada por uma das mãos. Ela parecia estar bem perdida. Estava andando bem atrapalhada pela rua, com seu celular na mão. Foi quando Susan, a salvadora da Pátria (ou das garotas perdidas de Vancouver) decide ir até ela.

— Oi, tudo bem? — Susan pergunta e a garota tira os óculos de sol (que pareciam ser caros) que estava usando.

— Oi. Vocês por acaso sabem onde tem um hotel bom por aqui? — A garota pergunta. Olha, ela é bem direta. Hahaha!

Aquele garoto diferenteOnde histórias criam vida. Descubra agora