02 ❥ Jiang Cheng acha que puxar a trancinha de uma garota é só provocação.

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Havia sempre uma grande comemoração quando a Lufa-Lufa ganhava um jogo — se ele era preliminar, de treino ou da final não importava realmente, sempre havia festa. Os lufanos amavam festa, grandes aparelhos de som, videogames trouxas trazidos de casa, comida roubada da cozinha, mesas cheias de jogos aleatórios e, as vezes, estudantes em cima como se nada estivesse acontecendo. No fim, era tudo uma enorme bagunça.

E Wei Wuxian amava cada parte daquilo.

Quando tinha onze anos e o chapéu seletor o colocou na Lufa-Lufa e Jiang Cheng ficou na Sonserina, a única coisa que pensava era em como odiava aquele estúpido objeto falante. Foram passadas várias semanas de raiva e birra entre os dois irmãos, Yanli tendo que lidar com todo aquele chororó e ainda com as reclamações de como "eu durmo numa masmorra, uma masmorra" ou o inesquecível "de que adianta estar perto da cozinha se os elfos me dão medo?".

Com o tempo, os dois pararam de levar faltas e carões atoa. Certa vez por Jiang Cheng ter ido a mesa da Lufa-Lufa sentar com os dois, ou por Wuxian "ter assuntos sobre a aula de herbologia a discutir na mesa das cobras". Foi um estorvo ainda pior quando os dois neurônios que eles dividiam naquela época de tocaram de que não jogariam quadribol no mesmo time — Cheng passou semanas  andando pra lá e pra cá xingando o chapéu, os professores, os colegas e até mesmo xingou a diretora que escutou. Por sorte, Baoshan fingiu que não ouviu nada e apenas os chamou para conversar.

Não seria o fato de estarem em casas diferentes que o afastariam — e principalmente, não o impediriam de deixar Jin Zixuan bem longe de shijie. Talvez a senhora se arrependesse do dia que os aconselhou, porque desde aquele dia e até o presente momento os dois aprontavam tanto que até mesmo o Pirraça os achava uma dupla impossível.

E bem, apesar da masmorra da Sonserina ser um território impossível para Wei Ying — eles nunca deixavam ninguém de outras casas entrar lá e se gabavam de não serem invadidos a mais de 200 anos —, no salão comunal da Lufa-Lufa qualquer amigo de qualquer casa podia entrar, se sentar a mesa ou se juntar para jogar just dance.

E era por isso que enquanto uma festa muito bem animada rolava, lá estava Jiang Cheng, da Sonserina, sentado todo errado numa das cadeiras enquanto se empanturrava com salgadinhos e suco de laranja. Também, é claro, ele escutava junto de A-li os lamentos de Wuxian — estava tão triste que mais parecia que ele havia perdido o Torneio Tribruxo para a Corvinal (segundo Jiang Chang, ganhar deles era a coisa mais fácil possível, não era uma declaração muito confiável já que o time da Sonserina era pura apelação).

Shijie~, o que eu vou fazer agora? — perguntava a cada dois segundos numa voz chorosa atípica. Se não era em tom de choro, então mal dava pra entender o que ele falava.

Wei Wuxian estava comendo a comida mais triste conhecida por trouxas e bruxos: sorvete. Estranhamente, uma das bolas era de menta, outra de limão e a última de... Chiclete?!

— Você vai conversar com ele, é claro, está mais do que na hora do A-xian falar como se sente — enquanto afagava seus cabelos, ela tentava explicar calmamente. Do mesmo jeito que fazia com as crianças recém chegadas para o primeiro ano em Hogwarts.

Yanli tinha treinado como lidar com criancices, birras e comportamentos infantis desde muito cedo. Em parte porque era um pouco mais velha que seus irmãos, em outras porque nenhum dos dois estava exatamente... Crescido. Semana passada, ele teve que impedir os dois de jogarem uma bomba fedorenta no salão comunal da Grifinória e ainda precisou convencê-los de que era sim uma péssima ideia dar a bomba desfarçada de presente a Lan Quiren. Talvez por isso o cargo de monitora lhe coubesse tão bem!

Jiang Cheng resmungou enquanto comia, vendo que ninguém conseguia entender o que eram aqueles "humhumhm", engoliu mais rápido as bolinhas de queijo. — Do jeito que você tem fama, é capaz dele achar que foi só uma pegadinha sua. Especialmente porque o Lan Wangji não gosta de você.

Ele tentou sorrir para deixar a frase menos ofensiva, mas não serviu muito. Wei já tinha lhe dado um puta tapão no ombro, com raiva. Não fosse pela irmã lhe olhando na maior cara de "se vocês começarem a brigar agora vou transformar os dois em porquinhos-da-índia", teria devolvido o tabefe.

— Não diz isso nem de brincadeira, seria o maior micão — enfiou outra colher de sorvete na boca. — Além disso, só você acha que ele não gosta de mim, Jiang Cheng.

— É claro que ele não gosta, tu passa o dia inteiro atazanando ele. Uma vez até puxou o cabelo dele na aula de Astronomia, e ele quase te matou vivo com os olhos!

— Não, não, não é bem assim. Primeiro que isso foi no ano passado, segue o baile — listou com os dedos. — Segundo, todo mundo sabe que quando você puxa o cabelo de alguém e não está no meio de uma briga constrangedora, é sinal de que você gosta dessa pessoa.

Yanli concordou, — É, até que ele tem razão. Puxar o cabelo das outras crianças é o jeito das crianças mostrarem um tipo diferente de afeição.

— Isso, isso — Wei Ying balançava a cabeça confirmando o pensamento de sua irmã, mas então se tocou de uma coisa: — Eu não sou uma criança!

— Isso foi ano passado, A-xian, segue o baile — riu, ao menos o irmão tinha trocado a expressão de desolamento dramático pra "tá me tirando"?

— Desde quando puxar o cabelo de alguém é afeição? É provocação pura, mesmo que não seja numa briga!

— Tipo você e a Wen Qing, A-cheng? — a mais velha perguntou.

— Exatamente! Eu não gosto dela, mas ver a careta de raiva toda vez que eu ouço o cabelo dela faz o meu dia melhor.

Yanli riu e automaticamente se virou para o lufano. — Viu? Pessoas infantis atormentam as pessoas que gostam, especialmente não conseguem admitir seus próprios sentimentos!

Enquanto Wei Ying chorava de tanto achar graça, Jiang Yanli tentava não rir enquanto escutava os reclames completamente raivosos e esquivos do irmão.

No fim, eles eram tudo o que precisavam. Independente do que acontecesse amanhã ou se ficaria de castigo após a aula de História da Magia, Wuxian sabia que sempre teria aqueles dois do seu lado. O fazendo rir, lhe dando conselhos, aprontando juntos ou concordando que a melhor solução para o problema era colocar a culpa no Wen Chao, os dois Jiang estariam sempre consigo e isso acalmava seu coração.

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desculpem a demora, eu meio que perdi a senha da conta k k k cada k é uma lágrima de desespero enfim
deu tudo certo e eu amo esse capítulo, os eles três são tudinho e mais um pouco pra mim!!!
espero que tenham gostado 💜
até o próximo!


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⏰ Última atualização: Dec 04, 2020 ⏰

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