Capítulo 2

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Oi, ovelhinhas!

Hoje tem o ponto de vista do nosso Alê. E o bichinho tá sofrendo viu! É de cortar o coração!

Leiam o capítulo ao som do nosso Mik Morrone!❤️

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Alessandro

Durante as semanas que se seguiram, eu liguei o piloto automático. A frieza que me cercava era tão cortante, que eu a sentia impregnada em mim. Mas não era só ela que me acompanhava. As lembranças dos momentos que passei com a Ana Flor vinham sempre muito vívidas e me desnorteavam. Pensar que fui desprezado pela pessoa que mais amei na vida, doía muito.

Quase não dormia à noite, e quando pegava no sono, eu tinha pesadelos. Na maioria das vezes, acordava suado, sem fôlego e o corpo enrijecido. Algumas vezes cedi à vontade desenfreada de meu açoitar. Lançar as tiras do chicote sobre minha pele trazia uma paz estranha, recheada de culpa e medo. Eu me acalmava um pouco e então conseguia trabalhar.

Chegava sempre cedo à empresa, antes mesmo dos funcionários. Seguia para minha sala e me enfiava lá dentro, saindo apenas depois que a noite surgia. O meu apartamento vazio me oprimia ainda mais. Para não ser vencido pela solidão, eu bebia. Pegava uma garrafa de uísque, colocava sobre a mesa e enquanto eu respondia e-mails, fazia ligações, eu seguia bebendo uma, duas, três doses por noite. Algumas noites, eu perdia a conta das doses que eu ingeria.

Várias noites, eu acabei dormindo sentado no sofá com o copo meio vazio do lado e o notebook ligado. Acordava de madrugada e ia me arrastando até a cama. Lá, eu me jogava e apagava de novo. Minha família e amigos estavam preocupados comigo, com a minha aparência, que estava realmente assustadora. Além das marcas escuras embaixo dos olhos, das noites mal dormidas, a barba e o cabelo estavam crescendo de forma desgovernada. Meu cabelo chegava na altura do colarinho da camisa, uma situação anormal no meu caso. Mas eu não ligava. Sem a Ana Flor, a minha vida deixara de fazer sentido.

Tentei ligar inúmeras vezes para o celular e nada. Ana Flor havia sumido do mapa ou tinha sido um sonho vívido na minha vida e não a realidade que eu vivi. Isso me deixava cada dia mais irritado, enraivecido e impaciente. Fiquei mais exigente com os funcionários e quase não falava mais com o Ticiano ou com o meu pai. Não tinha fome. Nem mesmo os biscoitos e bolos que Ilda fazia e me enviava através Aramis ou do Julião eu comia. Eu parecia um morto vivo.

Betina, a minha irmã, teve o bebê. Gabriel nascera e a toda a família estava feliz, exceto por mim. Não fui vê-la no hospital, apenas enviei flores quando ela chegou em casa. Não tinha coragem de ver o menininho, pois trazia lembranças que eu queria esquecer. Eles sabiam e respeitavam o momento pelo qual que estava passando.

Era quinta-feira de tarde e nós estávamos no meio de uma reunião com alguns empresários. Ticiano estava ao meu lado animado, negociando com eles, falando sobre a qualidade dos nossos produtos. Eu até me esforçava para manter a mente focada no trabalho, mas a Ana Flor vinha ao pensamento, me desconcentrando.

Flor do éden - redenção e amor - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora