Gimme Love ( Catradora)

7

- Cheguei. - Digo para as paredes geladas da minha casa. Tiro os sapatos e deixo eles ao lado da porta e vou direto para o banheiro poder tomar banho depois de andar o dia inteiro. Deixo meu celular em cima da pia de mármore branco e começo a desabotoar minha calça até ver uma notificação chegar no meu celular.

" Oi gatinha queria dizer que hoje o dia foi super divertido contigo. "

Por alguns momentos eu esqueci que ela realmente tinha pegado meu número e tinha me mandado mensagem, mas eu ainda não adicionei o número dela.

Loira burra.

" Acabei de adicionar teu número como loira burra, o que você achou?" Mando a mensagem e em segundos Adora já a responde.

" Meio sem graça, faça insultos melhores Catra."

Quando eu iria rebater sua resposta ela me manda foto de seu armário.

" O que eu quero com essa foto Adora? " Os três pontinhos que sinalizam que ela está digitando aparecem e somem frequentemente durante esse meio tempo. Quando ela demorou mais de dois minutos para responder eu decido banhar logo e por uma roupa mais confortável.

Tomei um banho rápido e enrolei a toalha em meu corpo e vejo uma ligação de FaceTime com a Adora na linha. Arrumo meu cabelo de um jeito rápido no espelho e atendo a ligação.

- Não consegue viver sem mim agora? Que vergonha de você Adora. - Falo sorrindo contra a tela do celular. Ela está com seu rabo de cavalo de sempre mas agora com um tipo de camisa cinza que pelo jeito está enorme.

- Há há ha senhora Catra sua autoestima me deixa perplexa. Eu só queria confirmar se a minha jaqueta vermelha está contigo, porque ela não está no meu armário.

Olho para a pia do banheiro e vejo lá o tecido grosso e vermelho da jaqueta dela. Que ótimo agora ela acha que eu sou ladra.

- Caso você queira saber eu não roubei isso ok? Eu não percebi que estava comigo ainda. - Adora me olha de um jeito estranho e finalmente olha para a câmera do celular. Seus olhos descem um pouco e me sinto exposta em como ela está me analisando.

- Você estava banhando? - Ela pergunta desviando o olhar. Confirmo e ela afasta o celular, de um jeito que não de para nós duas nos vermos. - Termina de se vestir, você por acaso atende todas as garotas assim?

- Só as que eu gosto de provocar. - Falo divertida e ouço uma risada do outro lado da linha. Coloco todas as minhas roupas no cesto e levo comigo a jaqueta vermelha de Adora até o meu quarto e começo a decidir que roupa usar enquanto nós duas falando de um assunto qualquer.

Coloco uma blusa larga e um short de algodão e me jogo na cama.

- Já pode olhar palhaça. - Seu rosto aparece na tela do meu telefone e ela está com uma tigela na mão. Me cubro com a coberta e me enrolo até ficar com apenas meus olhos e nariz para fora.

- Você tá parecendo uma borboleta no casulo. - Ela diz rindo. Eu ignoro seu comentário e observo o macarrão ir para sua boca e depois uma garrafa vermelha também ir. Algum barulho chama a atenção dela e uma voz feminina é audível. - Já tô indo tia.

- Você tem algo que não seja vermelho? - Eu pergunto abafada pelo cobertor em minha boca. Seu rosto branco agora está um pouco avermelhado e seus olhos lacrimejando.

- Tenho meus olhos mas puta merda essa porra tá cheia de pimenta. - Sua voz desesperada quase me faz ter um ataque de risos. Esse é o motivo dela estar bebendo água toda hora. - Ei gatinha se você está com sono vai dormir. A gente pode se falar amanhã se quiser.

- Uhum e o que faz você pensar que eu quero falar com você de novo? - Falo provocando. Adora me olha com as sombrancelhas arqueadas e chega mais perto da tela do celular, se não fosse pela coberta na minha cara eu estaria sem jeito de vê-la tão de perto.

- O fato de você estar com a minha jaqueta. Não aguentou meu charme não é?

- Que como assim? Você nem tem, só pra começar a conversar e segundo esse lance de charme é meu. - Falo irritada tirando meu rosto do cobertor. Adora faz caretas pra me provocar e começa a rir.

- Poxa gatinha admite que você ama meu charme. - Começo a reclamar e desligo a chamada na cara da Adora. Imediatamente ela me manda outra mensagem " dorme bem".

Me sinto esquisita com essa atitude de Adora, mas retribuo com um " Você também." E desligo o telefone o colocando em cima da minha escrivaninha e vejo a jaqueta vermelha no pé da cama.

Vou com relutância até ela e a pego em minhas mãos, sentindo a textura e tirando alguns pelinhos dela. Inconscientemente eu levo a blusa até meu nariz e inspiro fundo sentindo o cheiro único de Adora e me deito novamente com a peça de roupa em meu rosto e adormeço com seu cheiro em meus pulmões os tornando quente.

O sol se torna forte do lado de fora de casa. Até mesmo com as cortinas fechadas eu consigo ver as brechas dos raios solares maltratarem meus olhos. Me alongo na cama e quando me dou conta a peça de roupa da Adora está bem do meu lado da cama e finalmente me dei conta do que aconteceu.

Enrolo os meus cachos entre meus dedos e suspiro. Que merda você fez Adora.