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Quando viro a rua e vejo uma casa cor cinza entre duas brancas a silhueta de Catra fica visivel na frente delas, usando seu telefone concentrada aparentemente pois ela nem percebe eu chegando em sua frente. 

- Desse jeito você vai ser assaltada, você não presta atenção nas coisas ao seu redor?- Pergunto com um tom de provocação na voz e a garota vira o rosto e faz uma cara de brava.

- Eu estou na frente da minha casa então não. Agora vamos logo comer? Eu tô necessitada.- Catra diz enquanto eu via que ela estava para chamar um Uber, mas eu fui rápida o suficiete para pegar seu telefone e ao mesmo tempo receber um empurrão em meus ombros. - Que porra é essa Adora tu quer morrer? Me devolve.

Me esquivo de suas mãos e me afasto devagar de seu corpo, porque sei que qualquer deslize eu saio com uma cicatriz enorme no rosto.

- Nós vamos apé...- ela resmunga alto e se joga em cima de mim, mas eu desvio e ela continua resmungando.- Meu ovo que eu vou apé Adora anda logo me devolve. 

- Não... E olha só não é tão longe daqui, vamos lá Catra deixa de ser assim. - Ela reclama mais alto e joga sua cabeça para trás enquanto suas mãos esfregam seu rosto. Seus olhos cansados se encontram com os meus e finalmente vejo sua expressão  de  derrota. 

- Que vontade de te matar Adora. 

E depois de 10 minutos de caminhada e uma Catra ao meu lado ofegante e super cansada, chegamos finalmente ao fast-food e a primeira coisa que Catra pediu foi um copo grande de coca-cola junto de batatas fritas e um hamburguer maior de que os habituais. Fiquei nervosa só de pensar em isso tudo indo pro corpo minúsculo dela e entupindo todas as veias. Pedi apenas um milkshake e uma batata média e recebo olhares de desaprovação da garota. Quando fomos para a nossa mesa, Catra começa a atacar tudo como se estivesse amarrada a anos.

- Ei ei ei, calma aí gatinha não sei se consigo carregar um corpo morto por 10 minutos não. - Ela me da língua e volta a comer seu hamburguer. Ela é até que fofa comendo... 

- Você percebeu que nós só saímos duas vezes, nessas duas vezes foi pra comer?- Ela diz casualmente. Parando para pensar isso é verdade. Ponho uma batata na minha boca e balanço a cabeça em concordância.

- Pra mim é um ótimo encontro. - Catra me olha curiosa e põe os cotovelos na mesa e me olha atenta. Minha perna fica balançando sem para enquanto ela me olha.

- Então estamos em um encontro? Não achei que você fosse do tipo que se apaixona rápido loirinha.- Reviro os olhos e dou um chute na perna de Catra, que começa a rir e rouba uma batata minha. Bato em sua mão e pego de volta a batata que ela roubou.

- Só pra você saber eu não sou fácil assim, se o seu sonho é me fazer ficar apaixonada por você infelizmente tenho que dizer que não está funcionando.- Catra sorri debochada e pega o telefone em suas mãos e depois de uns segundos o entrega para mim. 

- Isso aqui mostra o contrário. - Vejo a nossa conversa da noite passada e me sinto envergonhada por causa do que eu falei. A minha vontade era me enfiar dentro de um buraco e não precisar sair, até porque quando eu mandei isso eu não fazia ideia do que estava fazendo e quando vi era tarde demais. Só para não perder para Catra eu tiro coragem de não sei onde e a rebato. 

- Acho que não preciso me apaixonar por você para querer isso não é?- O rosto de Catra não se moveu, ele na verdade tinha agora um sorriso cínico. Me sinto nervosa por ter me exposto tanto mas meu coração nunca bateu tão rápido como ele está batendo agora, e ter a garota me provocando faz ele bater mais rápido. Mais do que eu pensava que poderia.

- É acho que você está certa. Então, quando que isso vai acontecer? - Ela pergunta colocando o canudo na boca e não tirando seus olhos coloridos de mim. Uso o meu canudo para mexer o milkshake e a adrenalina de estar nesses joguinhos com Catra deixa as coisas mais intensas.

- Já aconteceu na primeira vez que saímos se lembra? Você foi no meu quarto, só não rolou nada. - Ela concorda de mal gosto e amassa a embalagem das coisas para poder jogar fora. 

- Uma pena, teremos outra chance tá loirinha? Não se preocupa. - Solto uma risada e me levanto junto com ela para irmos embora, mesmo que eu ainda esteja com a batata e a bebida em minha mão. Catra tira as coisas da minha mão e começa a comer eles também.

- Não estou preocupada Catra, eu praticamente moro sozinha então poderíamos fazer quando nós quisermos.- Meu deus. Isso ta indo longe demais, ela está falando sério ou eu estou inventando tudo isso na minha cabeça?

- Como você tem tanta certeza que eu quero hum?- Suas palavras me acertaram em cheio. Ela é uma incógnita. Ela é definitivamente diferente de todas as coisas que as pessoas falam dela, ela cria barreiras idiotas em volta dela e é má mas não é a real personalidade dela. 

- Você teria parado de flertar comigo desde te mandei a mensagem... Ou eu estou errada? - Ela não responde mas sei que pelo jeito que ela me olha que é verdade. Voltamos até a sua casa e assim que eu deixei ela na porta ela me puxa pelo braço e chama a minha atenção.

- Seu casaco...

- Fica com ele por quanto tempo quiser. Gostei muito de hoje Catra.- Me aproximo de seu rosto e beijo sua bochecha e no canto de seus lábios. - Te mando mensagem quando chegar em casa. Se cuida.

fogo no parquinho fogo fogofogo


Gimme Love ( Catradora)Onde histórias criam vida. Descubra agora