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- Sua tia desconfia de algo ou...- Catra pergunta se sentando na cadeira da cozinha enquanto eu pego as coisas para o café.

- Mais ou menos, mas ela não é do tipo que desaprova isso.- Ponho os pães em cima da mesa e me sento na cadeira ao lado da garota. Lhe passo um prato e começamos a comer em silêncio enquanto o sol fica mais forte a cada minuto que passa. Em um dia de domingo é normal estar um clima mais quente e fico pensando se vou passar o dia todo esquentando nessa casa.

- O que vamos fazer hoje?- Catra pergunta enquanto põe o pão com geleia em sua boca e suja os cantos. Limpo os cantos da sua boca e dou de ombros.

- Não sei. Quem sabe nós vamos naquela sorveteria que fomos na primeira vez parece que vai fazer um calorzão. - A garota olha para trás e vê a janela sem as cortinas e também percebe sobre o que eu estava falando. Suas costas agora estão apoiadas no mármore e seu corpo virado para a sala.

- Sabe... Me sinto estranha.- Tomo um gole do meu café e a olho, esperando continuar sua fala.- Sempre achei que eu seria uma pessoa sozinha, quer dizer eu tenho minhas amigas mas não é a mesma coisa.

Concordo com a cabeça e a ofereço meu copo, e ela aceita de bom grado e bebe um gole curto.

- Te entendo, nunca estive procurando por alguém mas agora que eu tenho não sei como lidar direito.- Confesso ficando na mesma posição. Será que é cedo demais falarmos disso? Estamos apressando as coisas? Nem temos nada mas estamos falando sobre essa coisa nova e...

-  Você faz isso toda hora, para de pensar muito e me diz as coisas sem pensar em nada.- Catra diz pegando o copo da minha mão e tomando mais um gole. Ficamos tanto tempo afastadas e mesmo assim ela me conhece direito para saber as minhas pequenas ações.

- Eu não quero parecer apressada nem nada mas eu nunca estive em um relacionamento ou algo sério, e não sei como me comportar na maior parte do tempo.- Minha perna sobe e desce eu mordo meu lábio inferior. Eu não sei o que ela está pensando.

- Eu sou do mesmo jeito e sabe de uma coisa? Eu li uma vez que casais que começam a namorar entre 16 e 17 anos tem mais chances de terminarem antes de um deles fazer 20.- Olho para ela assustada e ela ri de mim. - Estou brincando mas de uma coisa eu tenho certeza, vai ser uma coisa legal e nova para nós duas e eu topo qualquer coisa que você quiser.

- Mesmo se eu quiser só uma amizade colorida?- Pergunto rindo e ela ri comigo.

- Eu disse qualquer coisa não disse? - Concordo com a cabeça e olho para a janela a nossa frente. - O que você quer?

- Você. Não importa como, mas eu quero. - Catra solta um riso baixo e põe sua mão em meu rosto e se aproxima de mim. As pupilas de seus olhos estão levemente dilatadas e seus olhos baixos por causa do sono.  Ela junta nossos lábios em um selinho delicado e beija minha bochecha em seguida.

- Que tal não rotular nada ainda? Nunca gostei muito de rótulos e eu só tenho vontade de ficar contigo.- Começo a gargalhar e me levanto. Pego em sua mão e a levo para o sofá e nós sentamos lado a lado.

- Estamos sendo tão gays essa manhã não acha? -Ela diz sorridente e eu aceno com a cabeça. 

A verdade é que passamos grande parte da manhã deitadas no sofá sem fazer nada apenas aproveitando a companhia uma da outra. Havia um clima calmo na sala e não existia preocupações entre nós como se finalmente eu pudesse respirar aliviada por tê-la. E acabei percebendo que ela fica linda com a luz do sol iluminando seus olhos, os tornando brilhantes e talvez até mais fortes que o próprio sol. Dediquei toda a minha manhã para enchê-la de beijos e carinho como ela sempre gosta. 

Ela está deitada em meu colo enquanto falamos sobre café ser melhor quente ou frio até que eu ouço uma batida na porta, que eu já conhecia muito bem. Me levanto e tenho o olho curiosos da garota em cima de mim e quando eu abro a porta eu o vejo em pé com as mãos nos bolsos.

- Oi... Eu estava na casa da Gli e resolvi dar uma passada aqui.- Bow diz meio envergonhado e eu abro espaço para ele entrar. Tranco a porta atrás de mim e vejo que Catra tem um  olhar surpreo no rosto.

- Eu achava que você era igual a roxinha e me odiava. - Catra diz olhando para ele. Bow se senta no sofá ao menos uns 30 centímetros longe de Catra.

- Eu era imparcial, não tinha nada contra você mas também não tinha nada a favor. Mas não significa que eu ainda seja assim.- Ele se explica assim que vê Catra abrindo a boca para contrariar.

- O que a Gli está falando sobre mim?- Pergunto me sentando ao seu lado.

- Ela está magoada por você ter escondido isso dela, mas eu conversei com aquela cabeça dura e ela disse que vai ser difícil porém vai tentar suportar Catra.- A garota dos olhos colorido começa a rir e eu dou um leve chute em sua perna.

- Não ri ok? Vocês duas vão se resolver... Aliás eu nem sei o motivo de vocês duas se odiarem.

- Nem eu ué, eu sou com ela igual eu sou com todo mundo. Talvez ela seja aquele tipo de pessoa que se falar qualquer coisa fica magoada e leva para o coração. - Por um lado Catra estava certa mas não significa que ela deva ser assim com Glimmer.

- Vamos fazer o seguinte, você deixa de ser esse amor com ela e eu e Bow convencemos ela a deixar de ser mole. O que me diz?- Catra da de ombro e eu levo isso como uma confirmação.

- Se eu puder continuar beijando você ta tudo bem por mim.- Bow faz um barulho estranho e bate palminhas.

- Vocês duas são fofinhas, principalmente Catra com essas orelhinhas. Você percebe que quando você fala com a Catra as orelhas se abaixam?- A garota parece ficar com vergonha e eu começo a rir, nunca tinha percebido isso e depois dessa informação eu sinto que tenho uma arma em minhas mãos.

- Arrrg eu vou te matar.- Catra diz com raiva e parte para cima de Bow e eles começa a rolar no chão e rir por conta das cosquinhas. 

Gimme Love ( Catradora)Onde histórias criam vida. Descubra agora