Killua Zoldyck...
Olho para a fachada do restaurante antes de entrar no mesmo. Observo as mesas ao meu redor, a maioria está ocupada, quando em uma das últimas mesas vejo braços se mexendo alegremente, enquanto ela me observa. Dou um longo suspiro e me dirigo até lá.
- Killua Zoldyck... faz tanto tempo que não te vejo. Você conseguiu a façanha de ficar mais lindo nos últimos meses.
Puxo a cadeira da frente e sento.
- Agradeço o elogio - ela sorri, e um fio dos cabelos brancos caem em seu rosto.
- Por que você não olha o cardápio para decidir o que quer pedir?
- Dispenso o convite Pitou, quero resolver as coisas logo.
Ela abre um sorriso.
- Direto como sempre. Me surpreendi quando recebi sua ligação hoje de manhã - ela tomo um pouco do café que estava na mesa- É raro você me procurar, o desprezível do Illumi tem tantas informações quanto eu - assinto.
- Mas nesse caso não posso contar com ele - ela sorri.
- Fico feliz. Vai me dizer que não estava com saudade de me ver?
- Definitivamente não- ela ri e coloca a mão no peito como se estivesse ofendida.
- Certo... vamos lá. No que posso te ajudar?
Quando ia começar a falar um garçom vem até a mesa e coloca um copo de água na minha frente.
- Obrigada - Ele assente e volta a circular. Volto a olhar para a Neferpitou- Preciso de informações sobre um agente da empresa Hunter.
Ela levanta a sobrancelha e se inclina na minha direção.
- Sabe Killua... conseguir informações sobre qualquer coisa interna da Hunter não é algo fácil... nem barato.
Tomo um pouco de água.
- Não vou negociar preço, afinal eu livrei seu caminho no início do ano e não ganhei nada em troca... Já passou da hora de meu favor ser retribuído - ela ri.
- Saudade de ter essas conversas com você pequeno Kill... Você puxou o Silva.
Meu corpo se arrepia apenas com a ideia de ser comparado com o meu pai. Mordo o lábio inferior, ao sentir o gosto de sangue o solto.
- Me diz o nome- ela fala calmamente.
- Kaito. Eu não sei o sobrenome.
Sua feição se modifica e o sorriso some de seus lábios.
- Aceite um conselho... Não se envolva com agentes da Hunter, principalmente com o Kaito.
- Rancor do passado? - pergunto com um sorriso.
- Tivemos um pequeno embate.
- Você tem medo dele. Dá para ver nos seus olhos. Que tipo de monstro ele deve ser?
Ela sorri e seus olhos se fecham um pouco.
- O tipo de monstro que mesmo que esteja na beira da morte, faz o possível pra levar seu executor junto com ele para o inferno. Mas... Já não importa- ela dá de ombros- Não tenho mais do que a ficha inicial dele da Hunter. Faz mais de 10 anos que não é atualizada.
Tento controlar minha respiração, a ansiedade toma minha mente com a ideia de ter alguma pista, algo que me leve a proporção das coisas nessas informações.
- Preciso de qualquer informação sobre ele.
- O que você anda fazendo que o leve até o Kaito?
- Eu vim atrás de uma resposta não de uma entrevista - ela ri .
- Grosso como sempre.
Sorrio.
- Bom, te mando a ficha, não se preocupe que vai ter o quer nas mãos.
- Ok.
Me levanto da mesa e viro de costas quando a escuto me chamar. Apenas viro o rosto sem virar totalmente.
- Eu não sei o que você está planejando ou pra que quer isso mas, toma cuidado, tem coisas que é melhor não se envolver, ainda mais carregando seu sobrenome - me viro.
- O que quer dizer?
Ela dá de ombros.
- Não estou aqui para uma entrevista não é? - ela imita minha voz falhando miseravelmente. Dou de ombros.
- Que seja.
Começo a andar.
- Não vai nem me dar um beijo de despedida? - ignoro a última fala e saio do restaurante.
"Ainda mais carregando seu sobrenome."Respiro fundo. Que merda ela quis dizer com isso?
Gon Freecss...
Passo o pano mais uma vez na máquina de cappuccino, até que consiga ver o meu reflexo.
- Gon- olho para o Kurapika.
- Está tudo bem? - assinto.
- Você está meio aéreo hoje.
- O Killua não me responde a algumas horas, eu sei que ele pode estar ocupado mas acho meio estranho, ele nunca demora tanto para me responder.
Ele coloca a mão no meu ombro e me dirige um sorriso.
- Certeza que está tudo bem, ele só deve estar ocupado ou dormindo.
- É deve ser isso ...
Não posso explicar meus temores para o Kura. Mas desde que o Kill me disse aquelas coisas, tenho estado muito preocupado, como se a qualquer momento algo muito ruim pudesse acontecer, tenho estado em alerta, tentando encontrar uma saída para tudo isso, uma que ele não corra risco algum, uma que possamos acabar juntos sem danos.
Esse sentimento só se esvai de minha mente quando estamos juntos, quando o tenho perto de mim.
- Acho que você foi bem na prova- olho para ele.
- Espero que tenha ido mesmo. Me esforcei dessa vez - ele sorri.
- Verdade. Até o Leorio comentou que nunca te viu tão motivado.
- Só não quero decepcionar a Mito, ela faz tanto por mim e o mínimo que posso fazer é ir bem nos estudos - ele bagunça meus cabelos com a mão direita, o ato repentino me faz corar.
- Olha como ele é fofinho- ele diz rindo.
O encaro com os olhos cerrados. Ele para de rir.
- Olha Gon, não dúvida que você é o maior orgulho dela.
Abro um sorriso.
- Acho que somos- nos encaramos por um tempo até que escuto uma voz feminina no balcão.
- Eu atendo, pode continuar organizando aí- o Kura fala e vai para o balcão. Olho para o pano e para a outra máquina. Respiro fundo. Ainda tenho muito trabalho pela frente.
Volto a limpar, mas minha mente divaga por entre cada detalhe do Killua, por seu sorriso, sua pele, seu abraço, seus lábios... derrepente meu corpo se arrepia ao lembrar de quando seus dedos passearam pela minha cintura enquanto nos beijamos ontem... aquela chama em meu peito que ansiava por mais a cada segundo... será que ele sentiu a mesma coisa?
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A Luz da Minha Escuridão *Killugon*
Fanfic"Com um estrondo o corpo do homem cai no chão. Quando meu celular começa a tocar, instintivamente olho para o rosto do assassino, que me fitava. Me vejo imerso na tempestade azul de seu olhar durante alguns segundos, ele dá um passo que faz com que...