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Gon Freecss...

O tempo parece correr lentamente enquanto aguardo o Killua chegar. Ele me mandou mensagem dizendo que primeiro iria passar em casa para tomar um banho, a essa altura o sol já começa a se pôr e a noite passa a chegar timidamente.

Hoje tivemos mais trabalho que o normal, pois teve uma grande encomenda que ocupou todo o tempo da tia Mito, eu e o Kura tivemos que cuidar de todo o resto. Devido a exaustão, vamos fechar a cafeteria um pouco mais cedo que o normal, até porque a entrega da encomenda é do outro lado da cidade, e a Mito que vai ter que levar.

O Kura entrega o último pedido da noite para uma mulher de longos cabelos ruivos, que sai logo em seguida. Ele fecha o caixa e dá um longo suspiro.
- Finalmente acabou.

Assinto e paro de limpar a mesa para encará-lo.
- Quer que eu confira o caixa?
- Pode deixar que eu faço isso.
- Ok - um barulho de porta ecoa antes da Mito passar com umas caixas na mão.
-Essas são as últimas, vou por no carro e já vou levar. Assim que terminarem podem trancar a cafeteria, talvez eu demore um pouco... desculpa o longo dia de trabalho meninos.

Sorrimos.
- Está tudo bem tia.
- Quer ajuda para levar as caixas? - O Kura pergunta e ela nega com um aceno - Vou ao menos abrir a porta para você.
- Obrigado Kura.

Ele anda até a entrada da cafeteria, mas antes de chegar à porta, a mesma se abre. Meu rosto parece se iluminar em um longo sorriso, ao ver a figura do Kill, que logo sorri ao me olhar.
- Killua - o loiro diz.
- Oi Kurapika.

A Mito chega a porta e o Killua dá espaço para que ela possa sair.
- Oi Mito - o Kill diz com um meio sorriso.
- Oi Killua. Fica à vontade, desculpa não poder falar mais, tenho uma entrega para fazer.
- Tudo bem.

Ela sorri e sai indo em direção ao carro. Os olhos do Kill encontram o meu, ficamos nos encarando por um tempo, a alguns passos de distância.
- Hã... eu ... vou ... arrumar umas coisas lá atrás- o loiro dá um sorriso antes de sair.

Quando escuto a porta da cozinha se fechar, dou um passo em direção ao albino.
- Fiquei preocupado com você hoje.

Ele se aproxima e coloca a mão em minha cintura.
- Me desculpa por não ter te respondido- ele abaixa e dá um beijo em minha testa - Você está bem ?
- Estou sim. Só meio cansado. Mas só falta terminar de limpar as mesas, para que eu possa finalizar o dia...

Ele assente e puxa o pano que estava na minha mão.
- Vou te ajudar - ele solta minha cintura e vai em direção a mesa mais próxima.
- Kill - no momento que ele se vira dou um beijo rápido em seus lábios. Ele sorri.
- O que foi isso?
- O que você esqueceu de fazer.

Ele começa a rir.
- Vou me lembrar de não esquecer mais - nós encaramos por um tempo, ambos com um sorriso nos lábios.
- Que fofo- nos viramos em direção a voz, o Kura nos encarava com o braço apoiado no balcão.

Começo a rir.
- Desde quando você está aí? - ele dá de ombros.
- A tempo suficiente para ver essa bela cena.

O Killua começa a rir.
- Vamos logo terminar com isso - ambos assentem e voltamos a organizar tudo.

Como éramos nos três na arrumação, não demorou muito para que tudo estivesse no devido lugar. O Kura logo foi embora, fechei a cafeteria e subimos para casa. O Killua ficou responsável por fazer a pipoca enquanto eu tomava banho. Quando sai fui direto para sala, ele já está sentado no sofá esperando.

Sorrio e vou em silêncio até atrás dele, envolvo meus braços ao seu redor e meu rosto fica na curvatura de seu pescoço.
- Você está cheirando a sabonete.
- Lógico, eu acabei de sair do banho- solto seu corpo e dou a volta, sentando do seu lado.
- Já sabe o que possamos assistir?

Dou de ombros.
- O que acha do mesmo que íamos ver aquela vez se eu não tivesse dormido- ele assente.

Pego o controle e procuro o filme. Quando o acho, me levanto para apagar a luz antes de voltar a sentar. Aperto o Play e a sala passa a ser iluminada pela televisão.
- Está um pouco gelado.

Ele segura meu corpo o puxando para o seu, seus braços me envolvem.
- Está melhor? - coro e assinto.

Não importa quantas vezes eu o toque, meu coração se acelera da mesma forma. Passo a prestar atenção no filme, antes que perceba já havia encostado minha cabeça no peito do Killua, e posso ouvir seus batimentos, acelerados...
- Isso é bom - digo quase que em um sussurro.
- O que?
- Ouvir seu coração - ele ri.
- O que tem de bom nisso?

Me viro e o encaro.
- Quando escuto que ele está acelerado, e sei que é por minha causa... eu fico feliz- coro e desvio o olhar.
- Você é muito fofo Gon ...

Me curvo e pego o pote de pipoca na mesa de centro. Pego uma e levo até a boca do Killua.
- Come.
- Você podia me avisar quando fosse me dar pipoca - ele diz depois de mastigar - quase engasguei - começo a rir.
- Desculpas.
Sinto suas mãos afagarem meu cabelo.
- Tudo bem.

Derrepente surge uma inquietação em minha mente.
- Kill... O que você estava fazendo hoje?

Me viro e o encaro.
- Estava resolvendo uma coisa... nada sério.

Olho em seus olhos, apesar de estarem serenos, posso ver uma leve preocupação escondida. Mesmo que a superfície do mar esteja serena, não quer dizer que as sua profundeza também está... acho que define bem o seu olhar nesse momento.
- Não precisa desconfiar ok?

Me viro ficando de frente para ele.
- Eu confio em você. Se você diz que não é nada sério... eu acredito - seus lábios se curvam em um sorriso e sua mão para do lado do meu rosto.
- Obrigado- coloco minha mão em cima da sua.

Nossos olhares se perdem um no outro. Me aproximo lentamente até nossos narizes se tocarem, fecho os olhos. Um fio de sua respiração atinge meu rosto, antes da distância entre nós acabar... em um beijo calmo meu corpo se aquece assim como o seu, seus braços me envolvem fortemente, enquanto minha mão está em seu cabelo, meus dedos dançam entre os fios... mordo seu lábio inferior o puxando com o dente antes de soltá-lo. Abro os olhos.
- É muito difícil fazer alguma coisa com você - ele diz após um tímido sorriso.
- Por que?
- Tudo se torna muito desinteressante quando o tenho na minha frente.

Coro e abaixo dando um leve selar em seus lábios.

Ele se arruma, meu corpo está entre suas pernas, seu braço ao meu redor, a medida que voltamos a olhar para o filme... apenas sinto sua leve respiração atrás de mim.

Ele beija minha nuca e meu corpo se arrepia.
- Não faz isso- sussurro.
- Por que ?
- Me arrepia.

Ele ri e beija novamente.
- Killua.
- Ok... parei.

Ele me abraça e volta a olhar para a televisão, ficamos assim no decorrer do filme... sinto que não há melhor coisa que estar entre seus braços... fecho os olhos ao seu toque... contando que estejamos juntos vamos ficar bem ... eu sei disso...

A Luz da Minha Escuridão *Killugon* Onde histórias criam vida. Descubra agora