Para Cléo, a pior coisa que existe é ver as pessoas que mais ama duvidar de seu caráter, e isso acontece quando ela mais precisa, no momento em que ela se sentia fraca, sozinha, despedaçada, abandonada.
Cléo nunca iria tirar aquelas imagens da cabe...
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Todo aquele barulho me incomodava bastante. Meu corpo não parecia ser capaz de se movimentar, na verdade ele não estava respeitando meus comandos. Eu sei que pessoas estão ao meu redor, mas não sei exatamente o porquê.
Entretanto, o desconhecimento durou pouco. Logo me lembrei de tudo…
Terminar de escrever aquelas carta não foi uma tarefa fácil. Mas eu precisava. Eu já havia tomado os remédios, esperei, esperei e esperei, mas nada do efeito chegar. Por que estava demorando tanto? Eu estava começando a relutar sobre aquela decisão até que chegou a primeira tontura, e eu descobri que não tinha mais tempo, foi então que eu resolvi colocar um ponto final naquela carta.
Porém, uma ligação acabou me atrasando, fiquei na dúvida se deveria mesmo atender, mas eu atendi.
— Oi… Eu disse que ligaria apenas quando você se sentisse confortável, mas você parou de me responder e eu acabei ficando preocupada.
Não respondi. O motivo era que eu não tinha o que falar e também tentava não deixar minha visão embaçada me atrapalhar de terminar minha escrita.
— Eu sei que você pode estar assustada, envergonhada ou algo do tipo. Mas não precisa se preocupar. Se não quiser falar não terá problemas… — A calmaria era visível em sua voz. Ela deveria estar pensando minuciosamente em cada palavra antes de proferi-lá a mim. — Agora, se você ainda está na linha é porque não se importa de ouvir minha voz, e eu não me importo em falar mesmo sem ter sua resposta. Para mim isso não é incomodo algum, contanto que eu possa te ajudar.
Finalmente consegui terminar de screver, no entanto, uma forte dor se alastrou por minha cabeça e eu tive que fazer o possível para não soltar um murmúrio de dor. Queria poupar Bianca disso, então resolvi falar pela primeira vez para acabar com nossa conversa.
— Você não precisa mais se preocupar. Pode ficar tranquila que nunca mais precisará perder seu tempo comigo, sei que não mereço depois do que fiz. — Minha voz saiu arrastada e eu não soube se ela conseguiu me entender.
— O que você fez? você está em casa? — Sua pergunta desencadeia em mim uma corrente de lágrimas. O arrependimento estava invadindo minha mente, mas eu já sabia que não poderia reverter a situação. Já era tarde demais.
— Eu já disse que não precisa se preocupar… Já é tarde demais. — minha garganta doeu ao dizer essas palavras e eu não consegui conter o choro. Tentei então controlar os soluços.
— Eu preciso saber seu nome! — Sua pergunta me pega de surpresa. Para que ela precisava saber meu nome? Era algo tão insignificante… Eu me sentia tão insignificante, mesmo com a atenção especial que essa moça estava me dando.
— Meu nome… — Demonstro minha confusão mais do que o desejado, porém decido responder do mesmo jeito. — Meu nome é Cléo, mas isso não importa, mais.
— Cléo, eu preciso que você continue na linha. Me fala mais um pouco sobre você. — Ela queria mesmo conversar comigo naquele momento? eu não tinha condições, nem sei como ainda não apaguei.
— Eu-eu não acho que você vai gostar de saber… — Minha vida é um desastre! - completo mentalmente. Mas sessa era a única verdade. Muitas pessoas já deixaram claro que o melhor para todos seria que eu deixasse de existir. Então.. . É isso que vá acontecer agora. Ninguém vai precisar me ter por perto nunca mais!
— Claro que vou, Cléo. Pode me contar. — foi a última coisa que a escutei dizendo. Isso mexeu com meus sentimentos… Será que ela estava sendo realmente sincera? ela se importava comigo de verdade? Pela primeira vez em muito tempo eu estava me sentindo importante para alguém, mas esse sentimento não iria durar por muito tempo.
Eu não senti dor quando o chão bateu conta me corpo… Estava anestesiada, mas tudo o que eu queria era poder pegar aquele telefone e continuar a conversa. Tudo que eu queria era pegar aquele telefone e aproveitar o momento onde eu ainda poderia me sentir especial para alguém.
Mas eu não pude. Eu havia desperdiçado aquela chance.
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Sei que é triste, mas quero saber o que estão achando da estória.