VIII

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—CAPÍTULO VIII—
Pai.

SOFIA'S POV
Quando o meu pai foi embora ele deixou quatro coisas em Los Angeles:
1-Duas fitas
2-Um caderno de capa preta
3-A minha mãe
4-Um violão
Tudo, exceto a minha mãe, estava empoeirando no porão da casa dos meus avós quando eu encontrei há três anos. A minha mãe só sabe que eu tenho o vilão, ela não sabe que dentro das fitas tem duas músicas que ele fez pra ela e nem que dentro do caderno tem várias músicas que ele compôs e outras que ele não chegou a terminar.
Desde o final do ano passado eu venho tentando terminar as músicas que ele começou, mas isso é muito complicado. Quero deixar elas perfeitas e fazer com que pareça que foi ele quem fez tudo só que isso é difícil já que eu não o conheço.
"I'm going through changes
My life's rearranging
Finding love in different places
Maybe one day you will know
How hard it is to let this go

Just for you know before I go
You'll always be part of me
Without you, who would I be?
Oh, just for you know
Thankful for all these memories
They'll always be part of me"
—O que acha disso Almofadinhas?-eu olhei para o cachorro deitado ao meu lado
Ele apoiou a cabeça na minha coxa e levantou o olhar, ele gostou.
—É, eu também gostei cachorrão!-eu sorri e peguei a folha com os acordes da música
Meu pai havia começado a escrever uma música que ele chamou de Flowers, ele fez toda a parte da melodia e a primeira estrofe da canção. Eu não tenho nenhuma ideia base dele, porque aparentemente ele não era fã de anotações, mas usando os rabiscos que ele fez na folha com os acordes consigo pescar uma coisa ou outra.
—Na B14 ele desenhou um rosto chorando e na B15 uma flor murcha.-eu comecei-E se nessa estrofe eu escrever alguma coisa envolvendo lágrimas de tristeza para combinar com a flor murcha e fazer uma analogia usando as flores morrendo?-eu coloquei a ponta do lápis na boca e mordi pensativa
Comecei a cantarolar e uma ideia surgiu na minha cabeça. Eu rapidamente peguei o caderno e comecei a anotar. Um barulho na rua fez com que Almofadinhas se levantasse e pulasse para fora da cama saindo correndo do quarto em seguida.
"A thousand flowers on the stage
The tears are rolling down my face
'Cause I'm watching something slip away
But flowers die and people change
Because of you, I'll never be the same"
—Aí eu posso repetir essa última frase mais duas vezes e acabou.-eu disse e suspirei feliz-É ISSO E UHULL!-eu gritei animada e Almofadinhas apareceu no quarto
Ele estava com a língua para fora o que mostrava que tinha vindo correndo até aqui.
Eu sai da cama e me sentei no chão de frente para o meu cachorro é o abracei.
—Eu consegui amorzinho!-eu disse com a voz abafada devido ao abraço
Eu o soltei e ele começou a latir feliz. De repente a campainha tocou e Almofadinhas saiu correndo do quarto novamente.
—SOFIA!-minha mãe chamou-VISITA!
—JÁ ESTOU INDO.-eu gritei e rapidamente guardei as coisas que estavam espalhadas pela minha cama
Quando eu cheguei na sala me deparei com a coisa mais estranha da face da Terra: o senhor Noah sentado no sofá conversando com a minha mãe como se a conhecesse a anos. O que caralhos ele tá fazendo aqui? E como ele sabe onde eu moro?
—Professor Noah!?-eu falei surpresa e eles dois me olharam
Noah sorriu e minha mãe ficou seria de um jeito estranho, ela nunca fica tão séria assim. O que tá acontecendo hoje?
—Oi Sofia!-ele acenou-Como você está?
—Bem...é olha sem querer ser grossa nem
nada, mas o que você tá fazendo aqui?
—Eu preciso conversar com você sobre um assunto. Um assunto sério.
—Nós precisamos.-minha mãe o corrigiu e ele assentiu
—O que aconteceu?-eu perguntei levemente preocupada
Minha mãe e ele trocaram um olhar como se estivessem decidindo algo e Noah começou a falar:
—Eu tenho o seu sobrenome certo?-eu assenti confusa-E eu ter ele não é uma coincidência.-eu fiquei mais confusa ainda e ele respirou fundo antes de continuar-Sou da sua família Sofia.
—Como é?
—Eu sou filho da sua avó Wendy e do seu avô Marco, sou irmão das suas tias e do seu tio...e seu pai.-meu queixo caiu-Conheci a sua mãe no colégio e por sermos novos nossos pais não aceitaram a gravidez e me mandaram pra
longe, eu nunca tentei contato, porque pensei que você não tivesse nascido. Eu sinto muito por isso querida.-disse ele e eu senti meus olhos se encherem de lágrimas e uma raiva estranha crescer dentro de mim
Eu desabei em lágrimas e cai de joelhos no chão. Meu coração estava apertado, minhas mãos tremiam e minha cabeça estava girando.
Meu pai estava aqui e ele era o Noah.
O mesmo Noah que é pai da Lara, o mesmo Noah que me ensinou três vezes com a maior paciência do mundo reações com excesso e que me trata bem desde que me conheceu. E ao mesmo tempo esse Noah é o cara que deixou a minha mãe sozinha em Los Angeles e nunca apareceu, o cara que é filho dos meus avós que conseguiram fazer uma coisa cruel com dois adolescentes, o cara que aparentemente nem sabia que eu existia até um tempo atrás.
—Filha.-minha mãe chamou vindo até mim e eu fiz um sinal para que ela parasse
—Por que nunca me contou?-eu perguntei com a voz alterada enquanto lágrimas ainda rolavam pelo meu rosto-Me disse que meu pai se chamava Jacob e que ele foi embora sem saber que você estava grávida, mentiu pra mim mãe.
—Eu sinto muito.-ela pediu com os olhos marejados
—Não culpe a sua mãe.-ele disse e deu um passo à frente-A culpa foi minha por não ter ido contra os meus pais, por nunca ter feito contato algum.
—A culpa é de todos vocês.-eu falei e sequei as últimas lágrimas teimosas e suspirei-Mas está tudo bem, quer dizer não está e não sei quando vai ficar, mas sei que vai.-eu me virei para minha mãe-Me desculpa por ter gritado.
—Vou deixar passar.-ela falou e soltou uma risada nasal
Eu me virei para o Noah e disse:
—Eu sei que as coisas não aconteceram, porque você quis, mas mesmo assim é difícil assimilar tudo entende?-Noah assentiu e vi seus olhos ficarem tristes-Só que eu ainda aceito um abraço seu.
Ele me olhou e se aproximou de mim com receio e só sorriu e me abraçou forte quando eu assenti com um sorriso fino nos lábios. Eu o abracei de volta e senti seus músculos relaxarem quando fiz isso. Fechei os olhos e inspirei fundo o seu perfume guardando o seu cheiro na minha memória.
—Obrigada por estar aqui agora.-eu disse quando separamos o abraço
—Não tô fazendo mais do que a minha obrigação.-ele falou-Além do mais a sua mãe me prometeu um jantar.-ele disse em tom de brincadeira e eu ri
—Por que você voltou?-eu questionei curiosa
—Porque finalmente deixei que a saudade que eu sentia de casa falasse mais alto.-ele respondeu sincero e eu desabei novamente depois de entender
Minha mãe. Por alguma razão estranha eu sabia que ele estava falando da minha mãe, ela era a casa dele. Estava um pouco despedaçada e com alguns remendos, mas ainda assim era a casa dele.
Ele me envolveu em seus braços e eu molhei todo o ombro da sua camisa com as minhas lágrimas.
Elas eram de felicidade, raiva, confusão e vários outros sentimentos que eu não sei o que são.
Meu pai está aqui. Eu estou vendo ele depois de anos sonhando com isso e me perguntando por que ele nunca esteve aqui. Ele não esteve por um bom tempo e isso me dá um pouco de raiva, mas agora ele está aqui e acho que no momento é só isso que importa.
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@sosocarson_deinert: Aqui vai o óbvio: o Almofadinhas é um bebê no corpo de um cachorro adulto

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@sosocarson_deinert: Aqui vai o óbvio: o Almofadinhas é um bebê no corpo de um cachorro adulto. 🐕‍🦺❤️
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HEY PESSOAS!
Tudo bem?
ACONTECEU O QUE O MUNDO TAVA ESPERANDO (pelo menos eu tava ahahhahaha)!!
Gente eu sei que parece que aconteceu rápido, mas na versão original foi bem antes. Juro que eu tô enrolando pra escrever o que aconteceu nesse capítulo faz tempo.
Qualquer dúvida ou sugestão são muito bem vindas, o feedback de vocês é importante para eu saber se estão gostando da reescrita!
XOXO
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MELODY

O pai da minha filha Onde histórias criam vida. Descubra agora