XV

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—CAPÍTULO XV—
Pizzas, gelatos e pontos turísticos

SOFIA'S POV
Um tapa. Dois tapas. Três tapas. Quatro
tapas. Cinco tapas no braço e eu acordei totalmente contra a minha vontade. Eu não entendo essa vontade que as pessoas tem de me acordar aos tapas ou aos berros ou com panelas.
—Chata.-eu taquei um travesseiro na cacheada que ria se divertindo com a situação
—Anda logo, temos que ir tomar café em vinte minutos.-ela disse antes de ir até o banheiro
Eu bufei e me levantei abandonado a minha coberta quentinha e minha cama macia.
—Vai estar quente hoje né?-eu perguntei quando Nour apareceu no quarto e ela assentiu
Comecei a fuçar a minha mala em busca de alguma combinação boa de roupa. Como eu não quero que o meu pé morra eu preciso usar meu tênis vermelho então preciso de algo que combine com eles. Cropped vermelho ou cropped branco? Vermelho, é, vai ser o vermelho e meu shorts jeans.
Quando me levantei para ir me trocar alguém começou a bater na porta.
—Eu vou.-disse para Nour enquanto largava minhas roupas em cima da minha sala
Fui até a porta e ao olhar pelo olho mágico senti um sorriso bobo surgir nos meus lábios. Abri a porta e pulei em cima do moreno à minha frente.
—Bom dia!-ele exclamou com o rosto na curva do meu pescoço
Leo depositou um beijo molhado no local e eu sorri feliz e radiante. Quando o soltei, ele me analisou dos pés a cabeça e indagou com uma das sobrancelhas arqueadas:
—Pijama lindinha?
Eu sorri amarelo e respondi sem graça:
—Me atrasei, mas já estava indo me trocar.-eu apontei para a pequena pilha de roupas sobre a minha mala e ele riu-Se quiser pode entrar.
—Se a Nour não se importar.-ele olhou para a garota por cima do meu ombro
—Ela não liga, não é Nour?-eu me virei para trás e vi a menina negar com a cabeça
Ela estava sentada na sua cama lendo o seu romance clichê e italiano demais para se preocupar com Leo dentro do quarto. Ele é o menor dos problemas dela nesse momento.
—A gente é bagunçada, mas finge que você não reparou em nada.-ele riu antes de assentir e eu abri passagem para ele entrar
—Caramba vocês conseguiram fazer tudo isso em uma noite?-ele questionou inspecionando minuciosamente todo o quarto
Eu terminei de trancar a porta e corri para dar um tapa nele, mas Nour, como sempre uma boa amiga, foi mais rápida que eu e acertou uma almofada na cara dele.
—Qual é Nour, pensei que gostasse de mim.-ele fingiu um misto de decepação e indignação e eu ri do seu drama
A cacheada deu de ombros e disse:
—Ninguém mandou falar da minha bagunça, só eu posso.
—Beleza então.-ele se atirou na minha cama e me lançou um sorriso-Vai lá se trocar amor.
Eu ri e fui pegar a minha roupa. Só no meio do caminho para o banheiro que eu me liguei no que ele tinha falado. Amor. A M O R.
Quatro letras processadas perfeitamente pelos meus neurônios me fizeram travar no meio do pequeno corredor e adquirir uma coloração avermelhada no rosto. Eu me virei e marchei como um robô até a beirada da minha cama. Leo me olhava com cara de interrogação e Nour deixou de prestar atenção no seu livro para prestar atenção em sabe se lá o que eu ia fazer.
Eu nem sei o que eu vou falar, vir até aqui foi meio instintivo. Eu não sei.
Depois de alguns breves segundos de hesitação a minha boca se abriu e eu fiz a pergunta mais ridícula e clichê do mundo:
—Me chamou do que?
—É...amor.-Leo coçou a nuca e sorriu sem
graça.-Desculpa se te deixei com vergonha, não fiz de propósito, só saiu.
Eu lancei minhas roupas na cara da Nour, que bufou em protesto, e me joguei em cima do Leo que soltou uma exclamação surpresa, mas me abraçou com força mesmo assim.
—Eu te adoro muito muito muito!-eu exclamei depositando beijinhos na sua bochecha e ele riu divertido
—O amor tá liberado então?-eu assenti freneticamente e ele sorriu-Ótimo, porque pra você também tá, e faz tempo que tá.
—Você só esqueceu uma coisa básica.-eu disse cruzando os braços e ele me olhou confuso-O meu beijo.-ele soltou um ar que acho que nem ele sabia que estava prendendo e tomou meus lábios para si
Nos beijamos por alguns longos minutos apesar das reclamações de Nour que dizia que devíamos ir para o banheiro ou que éramos muito melosos ou que ela ia morrer sozinha ou que odeia segurar vela.
—Deixa ela se trocar.-Nour tacou uma almofada em nós dois, o que me fez rir alto
Eu saí de cima do Leo, peguei as minhas roupas na cama da Nour e corri para o banheiro. Se antes eu tinha apenas vinte minutos para me trocar agora eu tenho muito menos tempo, se eu tiver dez vai ser lucro.

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