XIV

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—CAPÍTULO XIV—
Ciao Itália!

SOFIA'S POV
Depois de uma hora presos no aeroporto, porque o nosso voo atrasou e mais de cinco horas de voo nós finalmente chegamos na Itália.
—Argh eu já não aguentava mais ficar naquele avião.-Tory reclamou-Eu juro que no final do voo senti um cheiro de ovo perto de mim, não sei como você não sentiu.-ela me olhou e eu dei de ombros
É nessas horas que eu agradeço pela minha gripe infinita deixar meu nariz entupido durante boa parte do ano.
—Eu senti o cheiro e quase vomitei.-falou Marina-Tenho certeza que foi o Enzo.-ela lançou um olhar cortante para o irmão que fez pose de indignado
—Não é porquê eu me entupi de ovos com bacon no café da manhã que a culpa é minha, pode ter sido o Max, ele comeu também.-Enzo apontou acusadoramente para o irmão que replicou a posse de indignação
—É bem capaz.-Tory lançou um olhar provocativo para Max que revirou os olhos em resposta
Já fazem algumas semanas que Tory e Max vem se bicando mais do que o normal. Eles tem esse negócio estranho de se irritar e se provocar desde a sétima série, mas ultimamente tá demais.
—Isso não acaba nunca?-Leo murmurou no pé do meu ouvido e eu balancei a cabeça em negação discretamente
—Que tal irmos pegar as malas?-sugeriu minha madrinha-Preciso muito deitar e dormir então quando mais rápido irmos pro hotel melhor.
Todos concordamos e fomos até a esteira das malas. Várias e várias malas passavam e quase metade delas pertencia a minha família. As pessoas até nos olharam torto quando a cada cinco malas que passavam três pessoas do nosso grupo iam pegar três delas.
—Acho que essas pessoas vão nos odiar pra sempre.-Lisa comentou rindo enquanto saíamos do aeroporto
—Sim, ocupamos boa parte da esteira com as nossas malas e as delas quase nunca
apareciam.-falou Amy
—Elas deram graças a Deus quando saímos de lá.-falou Dove e eu concordei rindo
Minha madrinha, meu tio, minha mãe e meu pai foram tentar conseguir alguns táxis enquanto o resto do grupo esperava perto de algumas pilastras.
—Hey lindinha!-Leo exclamou me abraçando por trás
Ele enterrou o rosto no meu pescoço e inspirou fundo o meu perfume, e depois perguntou:
—Hum...que perfume é esse?
—Um novo que eu comprei na Natura, é bom?
—Muito!-ele respondeu e depositou um beijo no meu pescoço me fazendo sorrir
—Acho que minha glicemia tá subindo com tanta melação.-Tory brincou colocando as mãos na testa dramática
Leo riu e apertou o abraço na minha cintura ao passo que eu mandei a língua para Tory que mandou um beijo para mim.
—Más notícias gente.-Saby disse enquanto ela e os outros se aproximavam-Não conseguimos os táxis, nenhum deles quer levar cinco pessoas de uma vez.
—Como vamos fazer então?-Josh perguntou preocupado
—Podemos ir de van.-sugeriu Amy e todos olhamos para ela confusos-Ali gente, tá escrito que cabe até 20 pessoas, mas se nós nos espremermos acho que cabe todo mundo.-ela apontou para uma van branca do outro lado da rua
Tinha um homem na frente da van segundo uma plaquinha que dizia "Viagem para qualquer hotel em um raio de 25 quilômetros por apenas 10 euros."
—10 euros!?-Any perguntou desconfiada-Muito barato não?
—Muito é uma palavra fraca demais pro preço daquilo ali.-Joalin indicou a van com as mãos
—Não custa nada tentarmos né?-começou
Lisa-Até porque só temos essa opção.
—Bora então?-falou Bailey-Se a gente morrer vamos pelo menos estar juntos.
—Bora uai, é só isso que a gente tem
mesmo.-Saby disse dando de ombros
Ela começou a andar até a borda da calçada e nós a seguimos, quer dizer, nós menos o padrinho que permaneceu estático.
—Eu não vou entrar naquele negócio, van é coisa de plebe.-Krys protestou e minha mãe riu antes de voltar e arrasta-lo até onde estávamos
Atravessamos a rua com Krys xingando e reclamando sobre como uma pessoa igual ele não deve entrar em uma van daquelas. A minha mãe ria tão alto que as pessoas começaram a olhar para ela e a nossa nada discreta caravana como se fôssemos as pessoas mais estranhas do mundo.
O dono da van falava apenas italiano e como nenhum de nós não fala algo em italiano que não seja oi, tchau e quero água foi difícil fazer ele entender que queríamos uma carona até o hotel que ficava há poucos minutos do aeroporto.
O caminho todo foi um caos: o cara não dirigia muito bem e foi acima da velocidade permitida durante todo o trajeto, o carro cheirava a rato morto e perfume barato de homem e todos estávamos incrivelmente apertados, igual sardinhas em um pote, naquela van que com certeza não comportava vinte pessoas.
—Eu nunca gostei tanto de chegar em um
hotel!-Saby exclamou soltando um suspiro aliviado assim que colocamos os pés no hotel
Ele cheirava a lavanda e mel, era grande, um pouco luxuoso e tinha uma enorme escada central com o seu meio coberto por um tapete
vermelho com bordas dourados. Flores discretas prateadas e alguns outros detalhes em dourado deixavam o teto branco uma verdadeira obra de arte. Parecia um palácio.
—É tão lindo!-eu exclamei admirada e vi Tory concordar comigo pelo canto de olho enquanto olhava abobada para tudo ao seu redor
—Acho que eu não quero ir embora nunca.-Amy disse e vários de nós concordamos com ela
—Tá legal pessoal!-Any exclamou batendo as mãos-Eu, Sina, Sabina e Joalin vamos fazer os chek ins então passem todos os documentos pra cá.
Quase que em perfeita sincronia todos nós retiramos os documentos das nossas bolsas e carteiras e minhas tias e minha mãe saíram pegando todos eles e, em seguida, foram dar entrada no hotel.
—Eu nunca quis tanto dormir.-confessou Dove se apoiando na sua mala
—Duas.-disse Marina se apoiando em Dove
—Qual é gente, cadê a animação?-Hina questionou de braços cruzados
—Ela sumiu depois de longas horas de voo.-disse Marina e, em seguida, suspirou cansada
—Mas é só a gente ter algumas horinhas de sono que vamos ficar revigorados.-falou Max
—Está bem então.-disse Hina-Que tal sairmos para jantar hoje à noite?
—Ui gostei da ideia!-meu padrinho exclamou animado-Vou procurar alguns lugares depois e mando no grupo.
Conversamos sobre isso por uns trinta minutos até que Any, Saby e minha mãe voltaram com vários cartões de acesso nas mãos.
—Prontinho gente!-Any exclamou enquanto elas distribuíam os documentos e os cartões para os seus respectivos donos
Rapidamente todos nós pegamos nossas coisas e começamos a ir para os quartos. Nour, Alex, Leo e eu decidimos usar o elevador para agilizar o processo e como estamos no mesmo andar iremos usar o mesmo elevador, mas parece que esse elevador resolveu não funcionar tão rápido dessa vez.
—Não acredito que trocou minha companhia pela companhia dela.-disse Alex fingindo indignação e me indicando com a cabeça-Ela é chatonilda e bagunceira em!
Nour gargalhou alto e acertou um tapa no braço dele.
—Eu sou mais organizada que você, era sempre você quem deixava os sapatos de qualquer jeito na entrada.-eu falei e ele sorriu brincalhão e deu de ombros
—Certeza que não podemos fazer uma troca de quartos?-Leo perguntou fazendo cara de cachorrinho abandonado e eu ri e depositei um selinho em seus lábios
—Não vai dar, meu pai te mataria e eu quero que você fique vivo.-eu disse e ele suspirou conformado
—Está bem, está bem.-ele levantou as mãos em sinal de rendição e eu sorri, o que fez ele sorrir também
O elevador finalmente chegou pouco tempo depois e todos entramos nele com as nossas várias malas. Quando chegamos ao segundo andar eu e Nour fomos para o lado direito do corredor enquanto Alex e Leo foram para o lado esquerdo.
Não demorou muito para eu e Nour acharmos o nosso quarto, ele era logo no início do corredor, e ao entramos apenas deixamos as nossas malas em um canto e nos jogamos nas nossas
camas. E em questão de cinco minutos eu apaguei.

O pai da minha filha Onde histórias criam vida. Descubra agora