Capítulo 2

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Cultive somente os hábitos que gostaria que dominassem sua vida

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Cultive somente os hábitos que gostaria que dominassem sua vida.

Elbert Hubbard

Solto mais um suspiro enquanto entro no quarto. A conversa com o doutor Bertolini e a dona Mercedes foi longa e cansativa, mas consegui convencê-los de que não é preciso fazer mais exames, infelizmente ele me mandou tomar alguns remédios.

Deito na cama com a mesma roupa e pego o despertador dando corda para daqui a uma hora. Ainda tenho que dar uma aula à tarde, mas preciso muito dormir um pouco.

|...|

Acordo com o barulho do despertador e me levanto para desligar e acabar com esse som estridente. Vou direto para o banheiro tomar um banho e aproveito para lavar o cabelo. Já de banho tomado e roupa trocada, desço para a sala de música e começo a abrir as cortinas. Abro somente a janela da varanda, pois continua chovendo e não é bom muito barulho.

Sento no piano e verifico as notas enquanto as crianças ainda não chegam. Vou verificando como posso os outros instrumentos, como o violino, o violão e até mesmo a harpa, e quando acabo tudo as crianças chegam correndo e falando alto.

— Vocês têm o tempo perfeito. - elas riem e começam a falar todas juntas de como foi o dia delas, não consigo entender quase nada, mas concordo com tudo.

— Tia Genevive? - me viro para a voz doce, Anelise.

— Sim, querido? - respostas a ela enquanto me sento no piano.

— Vimos você chegar de carro com um homem muito bonito. - me engasgo com saliva diante seu comentário, antes que possa respondê-la, ela volta a falar com um ar sonhador — Ele ficou todo molhado da chuva só para poder pegar um guarda-chuva para você. - ele fez isso? Nem tinha percebido que ele estava molhado.

— Ele é seu namorado? - dessa vez quem fala é o Davi.

— Não sei onde vocês aprendem essas coisas, não somos namorados. Ele apenas me deu uma carona.

— Mas ele é tão bonito! - Maria e Angelina falam juntas.

— Beleza não é tudo meninas, isso serve para os meninos também. Beleza não é a coisa mais importante em um relacionamento. - tento segurar minha raiva na frente das crianças — Só porque ele é bonito não significa que ele seja bom.

— Ele é malvado? - não posso dizer para as crianças que ele é ruim, pois ele ainda me ajudou.

— Ele não voltará mais aqui, então não pensem muito nele. - me levanto para que todos possam me ver e ouvir — Chega de fofoca! Vamos começar a aula.

Eles riem e começo a escutar todas as suas apresentações. Começo a pensar em como as crianças são inocentes e felizes, apesar das dificuldades. Me pergunto quando perdemos essas qualidades e nos tornamos mais um adulto amargurado e ocupado.

Onde os olhos não enxergamOnde histórias criam vida. Descubra agora