Capítulo 6

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"Uma vida longa com um coração maligno não é nada além de sofrimento sem fim, e ele está começando a perceber isso

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"Uma vida longa com um coração maligno não é nada além de sofrimento sem fim, e ele está começando a perceber isso. Todo mundo consegue o que quer, mas nem todo mundo gosta".

As Crônicas de Nárnia - O Sobrinho do mago


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Escuto todos da academia, me dizendo o quanto eu sou interesseira. Eles gritam e me empurram, falam que eu não pertenço a esse lugar, que eu não deveria ter nascido.

Eles gritam a minha inutilidade. Eles gritam que me odeiam.

Eu tentava correr, mas minhas pernas pareciam pesadas e lentas, como se estivessem afundando em areia movediça. O terror tomava conta de mim, sufocando-me com sua presença opressora. Cada esquina me lembrava um labirinto e me oferecia uma escolha incerta, e eu temia fazer a escolha errada, temia nunca encontrar uma saída. Não conseguia vê-los, mas escuta suas vozes me seguindo. 

O tempo parecia se esticar, prolongando meu tormento, e eu desejava desesperadamente acordar desse pesadelo. Mas o despertar não vinha, e eu estava aprisionada, à mercê dos horrores da minha própria mente.

Então eu grito.

Finalmente, com um grito de agonia, acordei, respirando fundo e sentindo o alívio ao perceber que era apenas um pesadelo. Mas a sensação angustiante e a lembrança dos sons ainda me assombravam, deixando-me com um medo residual, ciente de que aquela escuridão não podia ser tão facilmente esquecida. Afinal, a única coisa que eu consigo enxergar é a escuridão. 

Lembro-me das palavras afiadas, das mágoas expostas, do fogo das discussões que pareciam não ter fim. Cada acusação parecia um golpe direto em minha alma, e eu me via tentando me defender.

Minha respiração ainda estava agitada após o pesadelo angustiante que acabara de ter. Eu podia sentir a presença de Areun ao meu lado, um bálsamo reconfortante para minha alma aflita.

Com as mãos trêmulas, alcancei a dela e apertei-a com força, buscando segurança em seu toque familiar. Areun, sempre atenta e amorosa, percebeu meu desconforto e começou a acariciar suavemente minhas costas, tentando me acalmar com sua presença gentil.

— Está tudo bem, Genevive. Foi apenas um pesadelo. - disse ela, sua voz suave e tranquilizadora.

Balancei a cabeça, tentando dissipar os sons assustadores que ainda ecoavam em minha mente. 

— Eu sei, mas foi tão real. As vozes, as mãos... tudo parecia tão terrível. - Areun abraçou-me com ternura. Transmitindo um conforto mais que bem-vindo.       

— Não se preocupe, não foi nada real. - ela diz enquanto me entrega um copo de água. 

Pego o copo de sua mão, mas percebo que estou tremendo. Respiro fundo antes de tomar um gole para tentar me acalmar um pouco. Devolvo-lhe o copo para evitar derramar o que eu não bebi.

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