Capítulo 8

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"A coragem não é ter medo, mas avançar mesmo assim

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"A coragem não é ter medo, mas avançar mesmo assim."

As Crônicas de Nárnia


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O sol da tarde banhava o jardim do orfanato, trazendo consigo o calor mais que bem-vindo àquela semana fria e chuvosa. Eu estava sentada na varanda, sentindo o calor em meu rosto e a brisa suave em minha pele. Um menino sempre trazia flores para mim quando brincávamos. Ele as escolhia com cuidado e se ajoelhava ao meu lado, segurando a flor com gentileza.

— Genevive, esta é uma rosa-dos-ventos. - ele me dizia, enquanto deslizava suavemente a flor em minhas mãos — Suas pétalas são macias, como o toque de uma brisa, e elas se movem para seguir o sol, como nós seguimos nossos sonhos.

Eu sorria e acariciava a flor com os dedos, sentindo as delicadas pétalas sob meu toque. Ele me explicava as nuances das flores com paciência, descrevendo cada detalhe, cada textura e cada aroma. Suas palavras faziam com que as flores ganhassem vida para mim, e eu podia imaginar suas cores vibrantes, suas formas graciosas e suas fragrâncias suaves. Mesmo não tendo certeza se aquilo que imaginava era o certo, mas era lindo mesmo assim.

Ele continuava a compartilhar seu conhecimento botânico de maneira tão detalhada que eu podia sentir o mundo das flores como se estivesse vendo. Através de suas palavras, as flores se tornavam minhas amigas, minhas confidentes e minha conexão com a natureza que me cercava.


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Essas lembranças inundavam meus pensamentos após as palavras de Vicenzo. Recordações de um menino gentil e atencioso. E agora, Vicenzo, está me dizendo que esse mesmo garoto, é Lorenzo. Isso não tem o menor sentido. Lorenzo não pode ser esse menino doce. O Lorenzo que eu conheço, é manipulador e preconceituoso.

— Vicenzo, digo e repito. É impossível que seja Lorenzo! - estou convicta de minhas palavras.

— Genevive, digo e repito. Era Lorenzo! - ele diz com a voz carrega de certeza.

— Isso não... - ele me interrompe.

— Ele lia enciclopédias de flores, para poder explicá-las a você. Ele descrevia as cores, mesmo sabendo que você não poderia imaginá-las.

Então, ele focava nas texturas e nos cheiros, para que você nunca esquecesse. - tudo que ele acabou de falar, o menino das minhas lembranças, também fazia. Exatamente assim.

— Mas... o Lorenzo, ele... - não consigo explicar minhas dúvidas.

— Infelizmente, ele teve que sair da Itália, para um intercâmbio, e não pode manter contato com você. - ele explica.

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