Significado da palavra cego: Aquele que é privado da visão.
Ser privado de algo, qualquer coisinha que seja, é extremamente terrível. Como uma criança pobre que não pode ter o seu brinquedo favorito, ou uma adolescente que não pôde ir à festa porquê...
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Só Deus sabe o que você passou
Só Deus sabe o que dizem sobre você
Só Deus conhece quem você é de verdade
Mas há um tipo de amor que só Deus conhece
God Only Know– For KING & COUNTRY
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A chuva está gelada enquanto desce pelo meu rosto. Tento respirar fundo, mas a ansiedade me impede. Nem me preocupo mais com a apresentação. Só quero ir embora.
De repente a chuva para cair, mas só em mim.
— Você vai ficar doente, deve se cuidar melhor. – essa voz continua aparecendo.
— Deixa que da minha vida cuido eu! – sei que deveria agradecer, mas essa hipocrisia dele me deixa irritada.
— Só estou preocupado com você. – sinto um lenço no meu rosto — Você saiu correndo e não parecia bem. – ele está secando meu rosto.
— Não tem porque se preocupar. – tento afastar meu rosto, mas ele segura meu braço.
— Um simples obrigado bastaria. – ele começa a caminhar para dentro do prédio, como ele ainda me segura, acabo indo junto.
Percebo que já estamos do lado de dentro quando fica um pouco mais quente. Não consigo pensar direito, pois ele continua segurando meu braço. Ouço os aplausos e me dou conta que estamos indo para o auditório. Travo meus pés no chão e isso faz com que ele pare também.
— O que foi? – ele ainda me pergunta?
— Não estou nas minhas melhores condições para fazer uma apresentação agora. – tento me soltar, mas ao invés disso, ele segura minha mão e sinto o meu rosto esquentar com o toque mais carinhoso.
— Acredito que você está perfeitamente bem para se apresentar. – acho que o cego aqui é ele, afinal estou toda molhada e nem um pouco calma — Você está me devendo uma apresentação, senhorita Genevive.
— Estou?
— Está sim! – ele me solta, para colocar um casaco em mim, seu casaco — E estou muito ansioso para vê-la tocando algo presencialmente. – presencialmente?
Ele segura minha mão mais uma vez e voltamos a andar. Dentro do auditório está ainda mais quente. Sinto ele me puxar levemente quando percebe que vou para de novo. E novamente meu rosto volta a esquentar, afinal ele está segurando minha mão em um auditório lotado, nem sei por onde a gente entrou, se foi por trás ou pela frente, onde todos podem nos ver.
