15. finito

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#EUTROUXEAMELANCIA🍉

— Ei, Gguk, acorda — ouvi uma voz distante me dizer. Será...?

Abri os olhos lentamente, confuso. A luz artificial da lâmpada fraca me incomodava e eu sentia pequenas pedrinhas nos cantos dos meus olhos. Esfreguei o rosto, ainda perdido — onde eu estava mesmo?

Uma enxurrada de lembranças me inundou por completo: Jimin havia sido acusado... Eu o defendi... Meu pai... Ah, não.

Arregalei os olhos e me levantei de supetão, sem me importar com a tontura leve que me tomou por ter me movimentado tão rápido. Cambaleei, atordoado, e senti um par de braços me acolher com todo o cuidado possível: Jimin. Ele me observava de olhar preocupado, os lábios naquele biquinho involuntário, a coisa mais linda do mundo. Me firmei no chão e o envolvi em um abraço, me sentindo um pouco melhor só de tê-lo ao meu lado.

Ficamos unidos por algum tempo, meus braços ao redor do seu pescoço enquanto ele me segurava pela cintura, suas mãos deixando um carinho reconfortante nas minhas costas. Me lembrei, com o peito doendo, da minha fuga depois de todo o circo armado pra cima de Jimin e minha tentativa de defesa; da negatividade do olhar do meu pai, de como sua ignorância me fez sentir vulnerável.

Abandonei aquela cena toda e corri por alguns metros pelo resort, perdido e sem rumo. Encontrei um cômodo vazio perto das hospedagens dos funcionários, com apenas uma cama antiga de lençóis brancos e limpos encostada em uma parede escura. A única fonte de luz era uma lâmpada de filamento no meio do teto, mas não me preocupei com esse detalhe; segui direto pra cama e afundei no travesseiro com cheiro de sabão em pó, as imagens daquela manhã desastrosa passando por mim cada vez mais rápido até que fiquei zonzo.

Me afastei alguns milímetros dele, apenas o suficiente pra poder ver seu rosto tão lindo e dizer:

— 'Tá tudo bem? — perguntei.

— Eu que devia te perguntar isso — ele respondeu, subindo uma de suas palmas pra afagar meu rosto delicadamente. Suspirei de leve em resposta ao seu toque sempre tão íntimo, protetor. — Você sumiu por horas, fiquei te procurando pelo resort inteiro.

Pelas suas palavras, deduzi que ele já sabia o que havia acontecido mais cedo, todo o confronto com o sr. Kim e a verdade toda exposta pro hoteleiro e pra minha família. Respirei fundo e, ainda desnorteado com tudo aquilo, comecei:

— Jimin, eu... — não tive a chance de terminar porque fui interrompido com um beijo. Todo o sentimento que compartilhávamos um pelo outro foi demonstrado naquele beijo, com tanta força que me surpreendeu; intensidade, amor... E um toque a mais que não consegui identificar, mas que me deixou um pouco apreensivo.

Nos separamos lentamente, nossos lábios sem a mínima vontade de ficarem separados. Eu ainda me surpreendia com a capacidade que cada toque vindo de Jimin tinha de me deixar quase tremendo de antecipação, de desejo.

— Me perdoa — sussurrei, sentindo tudo ao mesmo tempo.

Jimin me olhava como se eu fosse doido:

— O quê? Por que você 'tá pedindo perdão?

— Ué — comecei, ficando confuso —, 'cê já ficou sabendo do que aconteceu? — perguntei. Agora eu que achava que estava ficando doido; jurava que ele já sabia de tudo. — O senhor Kim veio querer te acusar de ter roubado de um hóspede lá, ele ia te denunciar... Disse que o Gun que te acusou, acredita? E que confiava nele. Eu não consegui ouvir aquilo de graça, Jimin, tive que dizer que eu sabia que não foi você porque a gente 'tava junto naquela hora... Me desculpa, eu tive que falar que a gente 'tá junto...

ritmo quente • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora