17. outono

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#EUTROUXEAMELANCIA🍉

bom, é isso! último capítulo de ritmo quente! aaaaaa

vou falar mais coisas no final, mas já adianto aqui: muito obrigada mesmo a você que deu uma chance pra ritmo quente e pra mim. espero que você tenha gostado dessa fanfic que é simples, mas é um pedaço especial de mim <3

🌿

Pra um bom observador, já era possível encontrar os sinais de que o outono havia chegado: a mudança sutil na temperatura, os dias ficando mais curtos e o ar frio da manhã que envolvia meus braços nus enquanto eu andava pelo caminho já conhecido em tão pouco tempo. Era curioso porque tudo parecia tão diferente, mas eu sabia que materialmente nada tinha mudado: a grama continuava fofa, as folhas secas das árvores ainda caíam no chão e as cabines dos funcionários continuavam de pé, sólidas.

A única coisa que realmente tinha mudado era a presença na cabine treze — ou melhor, a falta dela.

Parei na frente da porta de madeira com o 13 na frente e senti o coração pular no peito e quase sorri ao lembrar de outra vez que tinha feito a mesma coisa, mas por um motivo totalmente diferente: o nervosismo de encontrar Jimin depois de ficar sem falar com ele por algum tempo, envergonhado pelas atitudes do meu pai e com medo de confessar o tamanho dos meus sentimentos por ele. Naquela vez, eu tremia de ansiedade por vê-lo, mas agora, eu só era capaz de sentir uma saudade que não imaginava ser possível. Talvez por Jimin ser minha primeira paixão de verdade, eu podia ter a impressão de que tudo era muito mais grave do que realmente era; mas como negar o aperto dentro de mim que me dizia que sem ele, estava tudo errado?

Entrei no cômodo, respirando fundo e, de alguma forma, ele parecia menor ainda sem as luzes e fotos de Jimin. As paredes de madeira eram frias ao toque da minha palma, que percorria cada centímetro de forma saudosa. O cheiro bem suave da colônia de Jimin ainda perdurava no ar, leve como a sua presença, e por mais que fosse difícil estar ali sem ele, fiquei agradecido de ter ido até aquela cabine. Pelo menos, era uma chance de me despedir direito de uma parte importante de tudo o que vivi nas últimas semanas.

Eu não queria chorar ali. Queria apenas manter as lembranças boas e deixar aquele espaço como um pedacinho de todo o amor que compartilhamos. Me despedindo baixinho, saí da cabine silenciosamente, tentando compartimentalizar a confusão de sentimentos rodando sem parar dentro de mim.

Ouvi meu nome ser chamado ao longe e quase gelei no lugar — mas logo dei de cara com uma cabeleira azul e relaxei.

— O que 'cê 'tá fazendo aqui? — Jiyoung perguntou com um sorriso bonito no rosto.

— Err... Eu... Vim te desejar boa sorte amanhã!

Vi nos olhos escuros da dançarina que não a tinha enganado com aquela frase e mesmo assim, recebi uma risada cheia como resposta. Eu realmente era péssimo com desculpas esfarrapadas.

— Eu vou fingir que 'tá tudo certo, vai. De qualquer forma, foi bom te encontrar! 'Tô indo praticar com a sua irmã agora mesmo, vem ver o nosso ensaio?

— Ahn... — tentei pensar em alguma negativa que fizesse sentido, mas imaginei que Jiyoung não aceitaria; e não estava errado, porque ela já entrelaçou um dos seus braços no meu e me arrastou até uma das salas de prática do resort.

Talvez passar um tempinho com outras pessoas e não ficar só trancado na minha cabine assistindo dorama romântico fosse uma boa mudança de ares.

Minha irmã já estava lá dentro da sala, de roupas de ginástica e expressão séria no rosto, como se ela fosse pra batalha ou algo assim. Me recebeu com um estreitar de olhos que me deixou confuso, mas não quis me envolver naquela aura maluca de Jeongsoon e me sentei no chão da sala, encostado na parede que era totalmente coberta por um espelho enorme. Jiyoung cumprimentou minha irmã com um tapinha nas costas e, sem perder nenhum segundo, já colocou a música pra tocar e começou a ensinar os passos.

ritmo quente • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora