11. encontros

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#EUTROUXEAMELANCIA🍉

            Os dias pareciam cada vez mais quentes enquanto o verão ia chegando ao seu clímax no Naksansa. Os hóspedes aproveitavam as piscinas, o lago e as suas margens tranquilas — quer dizer, a maioria deles. Eu, por outro lado, arrumava caixas e mais caixas de adereços decorativos em um dos almoxarifados do hotel a mando de Chaewon, que verificava os conteúdos de cada caixa, anotando tudo na sua prancheta.

Como isso aconteceu? Bem, depois de toda a cena feita pelo meu pai pra ir embora do resort antes do esperado, ele decidiu que o melhor pra mim seria passar a maior parte do meu tempo com Chaewon, que aparentemente era uma companhia adequada, segundo suas próprias palavras. Eu segurei meus olhos ao máximo pra que não revirassem; não queria dar qualquer motivo pra que ele realmente decidisse voltar pra casa. Sem muita escolha, tive que me comprometer a ajudar Chaewon com os preparativos pra festa de fim de temporada, dali algumas semanas.

Pelo menos, passar o dia ajudando Chaewon significava que eu não tinha que ficar tanto tempo junto com minha família, que naquele momento não era o mais confortável. Eu ainda estava muito magoado com todas as atitudes de meu pai, principalmente com aquela divisão de classes sociais em sua mente. Era tudo um tanto confuso pra mim e nós dois nos evitávamos, um sem entender o ponto de vista do outro. Não era um assunto do qual eu gostaria de lidar naquela hora.

— Gguk, coloca essas caixas aqui, por favor? Ainda temos que dar uma olhada nelas — disse Chaewon com a voz exausta enquanto limpava o suor da testa. Realmente estava muito quente naquele quartinho apertado.

— Noona, vamos descansar um pouco, vai — pedi, desesperado. Meus braços doíam pelo esforço de levantar e abaixar caixas o dia inteiro, o calor me fazendo ficar cada vez mais fraco.

— Ai, eu não 'tô aguentando mais também — exalou — Vem, vamos tomar um sorvete — e me puxou em direção à saída. Eu nem reclamei, só segui Chaewon até uma das muitas barraquinhas de sorvete espalhadas pelo resort.

Fizemos nossos pedidos e depois de receber as massas geladas nas casquinhas, nos sentamos em um banco convenientemente colocado embaixo da copa de uma árvore enorme. Aproveitando a sombra e a brisa leve que surgia, nos concentramos nos nossos doces.

Depois de alguns minutos numa paz absoluta, ouvi a voz tímida de Chaewon me chamando:

— Gguk... Você 'tá aqui só porque o seu pai te forçou, né?

Engoli o pedaço de sorvete na minha boca, de repente nervoso com aquela pergunta.

— É... Então, noona...

— Por favor, não mente pra mim.

Ela me encarava de olhos escuros sérios em contraste com seu semblante calmo, bondoso. Chaewon, naquele momento, não parecia em nada com a imagem que eu tinha dela — uma garota jovem, brincalhona e talvez um pouco desconectada com a realidade.

— Sim, noona. Se meu pai não tivesse me empurrado, eu não estaria aqui — respirei fundo e a respondi, logo desviando o olhar do dela. Me senti completamente envergonhado de dizer aquelas palavras, mas eu não podia negá-la a verdade quando me foi pedida tão diretamente.

Senti uma mão acolhedora em um dos meus ombros e levantei a cabeça, encontrando Chaewon com um sorriso leve no rosto.

— Você estaria com outra pessoa, certo? — um tanto sem-graça, assenti depois de alguns segundos. — Talvez uma dançarina de cabelos azuis?

ritmo quente • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora