Oi, gatosas! Que tal um extra nesse dominguinho da preguiça?

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2 | Kat.

Me esgueirei em meio a umas plantas espinhosas, me arrastando pela terra até o canteiro, apoiando a minha câmera na grade de madeira e fotografei o descampado que a empresa de construção deixou. Ali era uma reserva ambiental protegida, que foi vendida para construção de um resort com a promessa de que eles manteriam a rara vegetação intacta. Las Vegas era um deserto quente infernal, qualquer vegetação era rara, mesmo assim, eles destruíram e pior ainda, fazia dias que não tinha movimentação nas obras.

Cliquei os maquinários abandonados, reparei que havia uma água vazando de um dos lados. Parecia ser o buraco de uma das piscinas. Olhei ao redor, o segurança estava comendo na parte da frente, não seria um problema entrar e sair sem ser vista, seria um enorme problema ser pega, ele andava armado e não queria levar um tiro. Pulei a cerca com a câmera no pescoço e andei entre as máquinas, sendo o mais silenciosa possível e cheguei perto.

O cheiro era podre. Eca. Uma mistura de água de lixo com amônia. Havia diversos sapos mortos, entre outros bichos que eu não podia identificar. Fotografei porque parecia que o problema era a água. Ouvi um barulho de carros passando pela estrada de terra e corri de volta para a cerca, pulando, peguei a minha bolsa no chão e voltei para o carro, saindo de lá o mais rápido possível.

Então... O que tinha com o abastecimento de água da região?

Dirigi batucando os meus dedos, pensativa e no primeiro lugar seguro que encontrei, estacionei, tirando o meu caderninho e anotando tudo que vi com o máximo de detalhes, repassando as fotos, dando zoom e circulando coisas que precisaria investigar com mais calma. Meu telefone estava tocando e ignorei, poderia ser o Nick pela décima vez no dia. Ele estava me ligando todos os dias, como a minha mãe andou trabalhando de madrugada na última semana, não dormi em casa, fiquei com a Vanessa e me dedicando a fazer dessa matéria, a minha porta de entrada para o jornalismo investigativo.

Não tinha horários todos os dias na revista e eu não iria lá para ser enxotada, primeiro, teria mais informações. Mandei uma mensagem para minha mãe e em seguida, para Vanessa, assim elas não ficariam preocupadas. Voltei para casa, estava um calor insuportável, toda suada, estacionei na minha garagem e saí com as minhas coisas.

— Kat?

Merda.

— Oi, Nick. — Suspirei e me adiantei para porta.

— A gente precisa conversar. Você não pode terminar por e-mail assim... — Ele passou a mão na cabeça. — Olha, eu já pedi desculpas por ter perdido a paciência e ter te machucado. É que você me tirou do sério e eu...

— Eu te tirei do sério? — Cortei, incrédula. Nick era um homem lindo, moreno, latino, malhado, que deixava a mulherada da vizinhança com a calcinha pegando fogo. Se elas soubessem que ele gozava rápido, me deixava frustada e queria transar o tempo todo com meia foda irritante. — Nós estávamos discutindo sobre a sua tendência de ser sufocante.

— Eu estava errado, ok? Eu preciso aprender a ser um homem melhor, quero ser homem para você, por favor, não faz isso comigo. Não faz isso conosco. — Se aproximou, sinalizei para não andar mais. — Kat...

— Nick, eu sinto muito. — Suspirei e a Vanessa parou o seu carro esportivo no meio fio, buzinou e saiu. — Não vai dar. Tenho que entrar agora. — Abri a porta. Vanessa passou por ele sem falar nada, entrou atrás de mim, fechou a porta e trancou. — Ele queria conversar. — Liguei o ar-condicionado. — Eu fico mal em vê-lo assim, mas ele teve coragem de dizer que foi culpa minha que perdeu a paciência.

Amor Em Jogo (Livro I - Cidade do Pecado)Onde histórias criam vida. Descubra agora