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Oi, meninas! Ansiosa para começar mais esse projeto com vocês! Antes de tudo, vote! E comentem bastante! É sexta-feira, será que tem dose dupla?

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01 | Kat.

Abri os olhos desconfiada. Estava muito claro para o meu despertador não ter tocado. Sonolenta, tateei a cama, procurando o meu telefone e ouvi o barulho na maçaneta.

— Katrina! Estamos atrasadas! — Mamãe gritou, aparecendo com a calça do seu uniforme hospitalar, de sutiã e os cabelos todo em pé. — Levanta! Eu tenho que estar lá em trinta minutos.

Tentei me desvencilhar dos lençóis, caí de joelhos no chão e corri para o banheiro. Não daria tempo de tomar banho, o que para mim, era uma coisa nojenta sair de casa com cheiro de cama. Passei uma toalha molhada com sabonete líquido, renovei o desodorante e o perfume. Escovei o meu cabelo, prendendo em um coque para ficar domado quando precisasse soltar. Vesti a calça jeans pulando, tentando escovar os dentes junto e procurei a minha bolsa, jogando tudo que precisava dentro dela.

Recolhi o meu celular, carregador e peguei as chaves do carro, com o tênis nas mãos e as meias debaixo do braço. Minha mãe já estava do lado de fora, tranquei a porta da frente e pulei até o carro para não sujar os meus pés. Abri o meu fusca laranja, carinhosamente apelidado de Bertie e rezei para ele pegar de primeira. Felizmente, Bertie colaborou, soltando o seu famoso estrondo e me deixando sair de casa com rapidez.

Cresci em um dos bairros mais distantes do centro da cidade, era preciso pegar a estrada no meio do deserto para chegar até o hospital que a minha mãe trabalhava desde que nasci.

Parei na entrada de funcionários, estive ali para buscá-la no meio da madrugada, ela estava fazendo turnos duplos para juntar um dinheiro. Precisamos reformar o telhado, estava chovendo na cozinha e ao contrário de muitas famílias, nós não tínhamos dinheiro na poupança. Gastamos tudo que juntamos em uma viagem maluca que fizemos até a praia e voltamos. Mamãe e eu gostávamos de viver alucinadamente. Ela saiu depois de me dar um beijo e reparei que o meu telefone estava tocando.

Nick.

Meu recente ex-namorado. Rejeitei a chamada. Não estava com cabeça para falar com ele depois do término tão estressante e intenso na noite anterior.

Nick e eu nos conhecemos a vida inteira, crescemos como vizinhos e os seus pais ainda moravam no mesmo lugar. Ele sempre gostou de mim e nunca desistiu de me convidar para sair. Oito meses atrás, finalmente, decidi dar uma chance. Ele era alguém que conhecia a vida inteira, carente, aceitei ir a um encontro. Ele parecia querer me dar tudo que precisava: companhia, um ombro amigo, sexo até era ok, mas tudo foi ficando intenso muito rápido. Não era só o fato que ele não deixava a minha casa, como também começou a querer controlar todos os meus passos.

No começo, tentei conversar, orientar, falar que não gostava, por fim, as nossas brigas foram ficando cada vez mais sérias, frequentes e eu não ia ceder. Não ia permitir que ele me fizesse sentir refém. Sempre fui uma mulher livre. Com vinte e sete anos, apesar dos relacionamentos que tive, sempre fui dona de mim mesma. Nick não conseguia entender a importância de cada um ter o seu espaço pessoal. Se ele me visse online, perguntava porque não estava falando com ele, o que estava fazendo, se ele via o meu carro na garagem, questionava porque não avisei imediatamente ao chegar em casa.

Fiquei sufocada. A paixão e empolgação do começo desapareceram como um vapor. Em nossa última briga, ele me segurou forte pelos braços e sacudiu. Assustada, acalmei a situação e por fim, terminei tudo por e-mail. Disse que ele nunca mais iria encostar em mim. O medo me fez dar a notícia dessa maneira. O que ele poderia fazer ao ser contrariado? Não gostava da ideia. Minha mãe não aprovava o namoro, deveria ter prestado atenção na sua opinião, assim como a minha melhor amiga nunca sentiu-se confortável.

Amor Em Jogo (Livro I - Cidade do Pecado)Onde histórias criam vida. Descubra agora