Capítulo Nove

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Uchiha Sasuke

Neji não nos deu paz mesmo depois da nossa pequena conversa, que somente serviu para aumentar ainda mais sua desconfiança, ele deixou claro suas intenções, seu objetivo em relação a mim. Mostraria a prima o canalha existente em mim, o vadio que só pensa em sexo e nada mais.

Hinata passou a noite em meu apartamento, pedi para que ficasse comigo, sem sexo — pelo menos esse foi o acordo, se bem que coisas assim não foram feitas para serem cumpridos. Seguidos a risca e com perfeição —, somente nós dois abraçados, deitados sobre a cama de casal, com uma Hinata chorosa encostada sobre mim. Com as janelas fechadas, o ar-condicionado foi ligado no mínimo.

Meu coração se apertou quando a vi chorar, como se uma parte de mim se quebrasse, como se o mais brutal dos golpes me atingisse, mas a realidade era o total oposto, era somente as lágrimas de Hinata fazendo com que o sentimento de culpa visitasse-me. Ela ama o primo, se tentássemos brigar por ela, no fim ela o escolheria, afinal podemos encontrar o amor em qualquer esquina, boteco e bar, mas família só temos uma.

Hinata e Neji, estão juntos desde sempre, e não vai ser agora que irão se separar. Muito menos por minha causa, sou um nada na vida dela comparado a ele. O primo, rei da porra toda.

Sendo sincero, nem eu me escolheria, não valho o prato que como, sou um protótipo de delinquente, com joias na orelha e tatuagens como corpo. Fumante — hábito que estou a parar aos poucos —, uma pessoa com o mínimo de pudor, com um coração rancoroso e um sorriso cafajeste. Sou tudo o que Neji, diz, talvez um pouco menos ou mais; mas o fato de ser uma pessoa perdida não muda, nem ao menos sei o que as mulheres veem em mim.

Sei da minha má fama, de como sou visto e moldado em seus pensamentos, elas querem somente o meu lado sujo. Creio que tudo isso contribui para os sonhos molhados de algumas, e até mesmo de alguns.

Somente o pedido de Hinata me pegou desprevenido — nem tanto assim, mas sempre fui bom em fingir surpresa —, a mulher pediu para que eu a indicasse um estúdio, pois a mesma deseja fazer uma flor, uma rosa em seu braço, na expectativa de esconder algumas pequenas cicatrizes adquiridas na infância.

Fiquei tentado a dar a ela o desenho feito por mim há alguns anos, a rosa que dá um encaixe perfeito ao desenho em minha perna, creio que combinará com ela, o desenho retrata uma rosa em seus múltiplos estados, quando ainda é somente um pequeno botão. Quando ela começa a se abrir, ela em seu total esplendor, depois quando retrata a flor em seus últimos estados, quando suas pétalas caem e ela finalmente morre.

Apesar de detalhado e do excesso de sombreamento é uma das minhas peças favoritas, fora após a nossa primeira vez — com nós dois sóbrios —, senti que o desenho combinava em demasiado com Hinata, a delicadeza do desenho se destacaria sobre a pele clara e delicada, dando a ela um ar romântico, porém, forte. Afinal as fases da rosa representam a vida e seus estágios.

Seguro a folha em minhas mãos, o relógio na parede marca meia-noite, não a levarei para casa e amanhã não iremos para a aula, meu veterano irá fazer a tatuagem de Hinata, mandei para ele a minha ilustração, o questionei sobre a possibilidade de adicioná-lo ao meu portfólio e de apresentar o desenho para a minha princesa, na falha expectativa de que ela o escolha. Meu chefe, quando o viu pela primeira vez, me elogiou. Destacando o significado dado por mim ao desenho.

Não foi a primeira vez que ele me elogiou, mas foi a primeira vez que foi por algo feito completamente por mim. Me orgulho da assinatura, do apelido dado a mim mesmo, Indra, igual ao deus da mitologia hindu. Gosto do nome e de sua origem.

Um deus que devido ao ego acabou sem nada, completamente sozinho e sem amigos, vivendo e lutando contra os asuras sem receber mais nada em troca. Antigo deus das tormentas, Indra foi alguém poderoso, com grande influência, e que teve um fim trágico.

Bocejo, estico meus braços, minha coluna estalar, ri sem humor. Escondo o desenho, odiaria pensar que ela o viu antes da hora, e que o escolheu por pertencer a mim.

Hinata se mexeu desconfortável sob a cama, e pedi para que ela trocasse de roupa, e desconfortável dormir de calça jeans, por isso emprestei para ela uma de minhas camisas, peguei a maior existente em meu guarda-roupa. Temi que ela negasse, ficando com as roupas apertadas contra o corpo.

— Bom dia — Pronunciou sonolenta.

— O certo seria boa noite — Digo humorado. A vi torcer o nariz, levantou-se lentamente. — Mas, bom dia princesa, dormiu bem?

— Sim, mas queria poder dormir mais! Sasuke, deita aqui comigo, por favor, estou cansada e com sono. — Aperto suas bochechas, arrancando um exclamou de dor por parte de Hinata, que se encolhe, puxando as cobertas e tentando esconder o seu rosto.

— Já dormiu demais.

— Quanto mais eu durmo, mais sono eu sinto, me julgo capaz de hibernar em cima dessa cama — ri da sua expressão.

Principalmente depois de ver como ela ficou quando escondeu-se debaixo das cobertas, foi como se tivesse entrado em uma cápsula, se fechando em uma bolha, apesar de saber como abrir e desarmar todas as suas falhas defesas. Toco em sua barriga, subindo em direção aos seios.

A escuto gemer, baixo. Meus dedos encontram-se sobre a auréola, apertando com delicadeza os bicos rígidos.

— Você não tem ideia do quanto eu te quero, por Deus, Hinata, não me provoque tanto, não me enlouqueça — sussurrei.

— Não se segure, pois eu sou sua, da mesma forma, em que você é meu — os lábios rosados foram pressionados contra os meus, seu quadril moveu-se lentamente sobre mim. — Não se acanhe — meus pelos se arrepiaram ao sentir seus toques sobre a minha clavícula. — A noite é uma criança, você melhor do que ninguém sabe disso.

"Eu quero ser o seu amor

Por que você não entende que meu coração é seu?

Mesmo se você fingir que não me conhece

Eu não consigo te afastar de mim"

Boy In Luv — Bangtan Boys

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