Final

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Prometida

PROMETIDO

Uchiha Sasuke.

Me sinto um lixo, mas não é somente no sentido relativo da palavras, mas também no literal. Rei não me deixa em paz, minha mãe fica mandando mensagem e pedindo para que desça, mesmo depois do meu lindo e elaborado discurso ela não se tocou, não se deu conta do meu posicionamento em relação a todo esse circo. Passei as primeiras duas horas no modo 'fodasse', depois decai para o 'não ligo', agora estou na fase de 'negação'; onde não aceito toda essa bosta e ainda fico puto por qualquer comentário. Não tenho paciência, estômago, ânimo para nada relacionado ao meu enterro.

Quero que as pessoas responsáveis pelo meu tormento, o motivo da morte do Júnior, vão para o raio que o parta, para o inferno! Para a puta que pariu, de preferência bem longe de mim.

— Rei me deixa! — Clamo para a criança que segura o meu braço. — Por favor, vai para o seu quarto, quero ficar um pouco sozinho, vai ficar com Mikoto, encher o saco dela ou do trouxa do Fugaku!

Com ela do lado não falo palavrão, apesar da vontade de abrir a boca ser bem grande. Há momentos em um ou outro escapa, quando isso acontece ganhou um tapinha na boca — sim, minha irmã de cinco anos me repreende, apesar de não reclamar quando eu o faço.

Mas voltando ao assunto, Rei tá um grude, literalmente, ela não me deixa em paz! Não aguento mais ficar com ela do meu lado, me impedindo de realizar a minha única missão dormir, quem sabe esquecer, mas quero fazer isso depois de beber todas nas quais tenho direito; não quero me casar, já tenho um alguém, uma pessoa importante.

Ela é a responsável por cada batida que o meu coração erra, pelas minhas noites em claro; com ela parei de foder e passei a fazer amor. Mas a minha família parece não ligar para esse detalhe, para o fato de já haver um alguém, a minha bela flor, a minha doce Hinata. Queria estar deitado na cama com ela do meu lado, enquanto lê 'O Exorcista' e fica me questionando o quão errada estava sobre o meu gosto por livros, músicas e afins. De como me fantasiou errado, apesar de ter acertado em certos aspectos, como, por exemplo: tatuagens, o meu hábito de jogar os cabelos para trás somente para aumentar a tensão sexual existente no ar — se bem que não é uma hábito, tá mais para uma provocação bem fajuta.

— Sasuke? — Escuto a voz de Mikoto do outro lado da porta, Rei não corre em direção à porta, pelo contrário, ela pega a coberta e tenta me esconder. Deitando-se ao meu lado logo em seguida. — Filho, preciso que você desça, sua noiva e os tios dela querem conversar com a gente. Sasuke, vamos, isso não é o fim do mundo!

— Minha bunda que não é o fim do mundo! — Grito, repreendendo-me de tê-lo feito, pois se tivesse ficado em silêncio eles teriam pensando que dormi, que no pior dos casos pulei a janela e fugi; ou de que tentei me matar usando papel higiênico — só pra falhar mesmo.

A ignoro, abraçando a minha irmã, puxando o corpo pequeno contra o peito, ela resmunga, pedindo para a minha mãe deixá-la dormir e para que falasse baixo, controlasse o tom de voz. Puxo a sua bochecha, ela não sorri, na boca pequena, onde alguns dentes de leite caíram, Rei protesta. Ela me lembra tanto Hinata. Porra! Como ela me lembra a minha namorada, fofa e apaixonante — essas são as palavras chaves as que melhor as definem, além de serem os amores da minha vida.

— Filho, abra a porta, ou quer que chame o seu pai? — Sua voz soou autoritária, todavia continuei deitado, com Rei ao meu lado, cantarolando uma música, enquanto aparentemente a criança tenta me fazer dormir.

Não quero continuar acordado, desejo dormir, ao invés de encarar o meu pesadelo, também conhecido como o meu casamento é a única opção. Era eu ou o meu irmão, e de coração, cansei de vê-lo sacrificar tudo por causa de mim, é assim desde que me entendo por gente, quando ainda éramos somente duas crianças, com sonhos diferentes. Queria conhecer o mundo e ele ser o bom menino, éramos opostos, apesar de tentar 'copiá-lo', mas como podem notar falhei bem miseravelmente, então passei a seguir o plano original, que era não ter um 'plano'! Para você, pessoa que lê, que às vezes pula capítulo, parte, até mesmo as notas finais e iniciais pode não entender. Afinal mesmo alguns detalhes sendo "desnecessários" no começo, se tornam importantes no final.

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