Só Ladeira Abaixo.
Uchiha Sasuke
Fui convocado pelo meu pai, obrigado a sair do conforto do meu apartamento para ir vê-lo. Avisei Hinata, disse que não a veria hoje e que ligaria para ela quando retornasse para casa, para o desconforto do lar que divide com os meus pais até os meus dezoito anos; quando me mudei para o lugar onde moro, que deixou de ser minha casa quando resolvi vender minhas artes na praia, mas que voltou logo em seguida quando fui obrigado a voltar, iniciando assim a minha conturbada vida universitária; sendo que até hoje não me formei, Itachi já assumiu uma parte da empresa, eu cuido da minha, da minha forma, mais cuido, não presto para usar terno e gravata, ficar um dia inteiro no escritório; faço tudo via minha casa, mandando tudo o que faço por e-mail, são rara as vezes em que tenho que ir na empresa, me aventurando na floresta de concreto que rodeia o edifício principal.
Já fiz vários desenhos para o meu pai, que quer que eu cuide do ramo de pedras preciosas, apesar de não ser para a parte de designer, mas sim, como um administrador, me fazendo ficar atrás de uma mesa durante dez horas por dia e me privar de uma vida não saudável como um jovem imaturo que sou.
Não estou tentando ser diferente
Não estou tentando ser descolado
Só estou tentando me entregar a isso
Diga-me, você também está?
Por isso fiquei mais de seis meses sem vir aqui, sem nem ao menos ligar para eles. Somente no aniversário de Rei me aventurei a comparecer, pois seria em um lugar diferente e meu pai não queria a minha linda presença na festa da minha irmã, tanto que para afrontá-lo 'brotei' na festa usando um jeans preto, com rasgos no joelho, coturnos e blusa de banda, sem contar a bandana na cabeça, deixando a minha orelha e braços a mostra. Pensa em uma pessoa puta por causa da minha aparência, Rei foi a única — além de Itachi — a ficar feliz em me ver. Era o aniversário de cinco anos da minha irmã, foi no mesmo dia em que me mandaram cortar o cabelo e usar blusas de manga, para que vestisse melhor e parece de parecer um maloqueiro, um arruaceiro. Briguei com o meu pai, mandando que ele aprendesse a me aceitar como sou, ou somente me ignorasse. Me deixasse de lado, se o deixasse satisfeito que me demitisse, poderia morar no estúdio ou viver com Itachi por um tempo. Que tomasse todos os meus bens, me deixasse sem nada, realmente não me importo com isso, tudo o que eu quero é fazer o que amo! Sem me prender ou me delimitar, se um dia eu me casar, se eu quiser ter uma família, filhos, será com alguém que amo e não com alguém que me foi apresentado, arranjado e forçado por meus pais. Dinheiro compra sim felicidade, tolo quem diz que não, pois ao invés de ficar triste em casa eu poderia ficar triste em Paris — brincadeira.
Sou dono de um espírito, um do tipo que vai onde der na telha, que não gosta das cordas que tentam prendê-lo.
Desço do carro quase me arrastando, está quente, não consigo nem ao menos usar preto, calças e tênis. Então resolvi ir de bermuda, regata e chinelo — agora que o velho surta e mete os dois pés no meu peito, junto com a minha expulsão, oficial e real, da família.
— Sasuke! Corre, pelo amor de Deus! — Itachi gritou ao me ver chegando, logo atrás dele, Fugaku, também conhecido como o meu pai. Com uma cara de poucos amigos, na realidade de nenhum amigo, apareceu, o vi jogar o chinelo na direção de Itachi, que desviou, fazendo o calçado emborrachado me acertar no braço.
Grito, xingando-o. Chamando, assim, a atenção do meu pai que para, me encarando fixamente. Especialmente para os desenhos nos meus dedos, para o cabelo que ainda não cortei e para os furos na minha orelha. Venho de uma família conservadora, tanto que quando me tornei aspirante a delinquente, acabei me tornando a ovelha negra, o filho que deu errado, mesmo tendo sido educado rigorosamente até os doze anos, quando descobri a internet. Depois foi só ladeira abaixo, se bem que não foi só ladeira abaixo, foi o morro! A ribanceira, juntamente com a montanha, abaixo. Me tornei tudo o que eles menos queriam, fiz tudo o que ele mais abominam, a única coisa que não fiz foi descolorir o cabelo — vontade não faltou, mas o fato do meu cabelo ser lindo preto e ser fraco para esse tipo de procedimento ajudou bastante, na realidade foi crucial —, mas de resto fiz tudo. Fumo, bebo e sou espírito livre, bagunceiro e brigão. Vou onde o vento manda, tanto que na última semana ele me mandou trabalhar, fingir estudar para as provas e ainda namorar. Minha princesa me ajudou com os estudos, mesmo não entendendo a matéria, mas a cada conteúdo decorado ela tirou uma peça da roupa, até acabar nua e comigo entre as suas pernas.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Prometido
FanfictionEle não é o menino mais perfeito do mundo, na realidade ele tá longe de ser santo. Na realidade ele faz o tipo menino errado, que raramente faz algo que é certo. Começando pelo seu corpo, indo para os seus lábios e terminando em sua voz; que insiste...