.2: Não Desafie o Destino

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Sentado à mesa de jantar perto da sala, Jason digita rapidamente no notebook que Kelly lhe deu, enquanto o gigante bombeiro o observa atentamente. As luzes do cômodo foram apagadas para não chamar ainda mais atenção do que o tiroteio de alguns minutos atrás. Apenas a tela do notebook ilumina a dupla, que olha para trás assim que Sarah abre a porta do quarto onde estava tratando da sua perna.

ㅤㅤㅤㅤ— Tudo certo aí? — pergunta Kelly, apoiando o braço nas costas da cadeira.

ㅤㅤㅤㅤ— Seria melhor com uma anestesia, mas sim, deu certo. — ela caminha ainda um pouco cambaleante, na direção dos dois homens.

ㅤㅤㅤㅤ— Ótimo, porque você chegou em boa hora. Achei o e-mail que recebi de um contato na polícia de Denverport. — Jason exibe o notebook, com a longa mensagem escrita.

ㅤㅤㅤㅤ— Dá pra resumir? Tem muita coisa aí. — pede o bombeiro, colocando no rosto um pequeno par de óculos para leitura e olha para Jason, após o mesmo ficar em silêncio. — O que foi?

ㅤㅤㅤㅤ— Se pintasse seu cavanhaque de branco, você daria um belo bibliotecário. — o policial sorri e segura o riso.

ㅤㅤㅤㅤ— Mostra essa porcaria antes que eu te bote pra correr da minha casa. — Kelly o encara com uma feição zangada.

ㅤㅤㅤㅤ— Ok, ok... vamos voltar aqui. — Jason se levanta da cadeira e caminha até o outro lado da mesa. — Certo. — e pigarreira. — Eu tenho muito contato com policiais da capital, que têm contato com o Comando de Libertação de Denverport, ou, como são mais conhecidos, CLD. Eles são um grupo de ativistas que surgiram há dois anos, após as manifestações políticas que mataram dezessete pessoas--

ㅤㅤㅤㅤ— Vai direto ao ponto, Jason, todo mundo sabe disso. — Sarah o olha com indiferença.

ㅤㅤㅤㅤ— Não me interrompe enquanto eu explico, droga. Preciso dar contexto nas coisas. — Jason a olha visivelmente incomodado.

ㅤㅤㅤㅤ— Deixa ele, Sarah. Eu gosto de histórias — diz Kelly, de braços cruzados e olhando para o policial. — Pode continuar.

ㅤㅤㅤㅤ— Pelo menos alguém que aprecia uma boa história. Obrigado, Kelly.

ㅤㅤㅤㅤ— Tá, anda logo, tô impaciente com isso — fala Sarah.

ㅤㅤㅤㅤ— Tá bem, tá bem. Onde eu tava…? Ah! Sim. Bom, apesar do nome, a CLD atua em quase toda Finger. São um grupo ativista, mas também estão prontos pra tudo, ou seja, eles não têm medo de usar armas e tal. E o líder deles, conhecido apenas por Yuri temia que uma guerra civil acabasse com tudo em Finger e então ele investiu milhões na construção de uma cidade sustentável, pra abrigar os membros da CLD e também civis que não quisessem saber de conflitos. Mas o lugar tem outras serventias, como abrigar os sobreviventes do juízo final.

ㅤㅤㅤㅤ— Tá dizendo que tem uma cidade inteira--

ㅤㅤㅤㅤ— Com muros, energia sustentável, proteção armada e muitos suprimentos. — Jason interrompe Kelly.

ㅤㅤㅤㅤ— Com tudo isso e aceitando pessoas? Sei não… tô bem com o pé atrás. — o afrodescendente pega o notebook e começa a ler a mensagem.

ㅤㅤㅤㅤ— É uma opção além do exército. Eu vi nos noticiários que eles estão matando as pessoas. São uns bostas-- — ele para de falar e olha Sarag: — Sem ofensa.

ㅤㅤㅤㅤ— Não, de boa, eu vi de perto como eles agem. — a mulher da de ombros.

ㅤㅤㅤㅤ— Pois é, temos três opções se quisermos sobreviver: nos viramos como pudermos pelo mundo acabado, procuramos o exército e vivemos debaixo da asa e das regras deles, ou vamos até o Colonial; o Centro de Refugiados.

Sangrentos: A EstradaOnde histórias criam vida. Descubra agora