.10: A Chegada

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Pela primeira vez desde que o inverno começou, o sol brilha com certa intensidade, embora esteja parcialmente coberto por nuvens. Após dias de viagem, a Nissan Titan Warrior vermelha finalmente se encontra na parte mais ao sul do Estado de Finger e seus três ocupantes estão cada vez mais próximos do seu destino.

ㅤㅤㅤㅤ— Cara, nem acredito que vamos finalmente chegar na Colonial — diz Jason, ao volante da caminhonete.

ㅤㅤㅤㅤ— Na verdade, estamos próximos — comenta Kelly, sentado no banco de trás. — Segundo esse mapa, nós ainda temos que seguir uns trinta quilômetros pela fronteira. — Assim como Jason, ele está com alguns curativos espalhados pelo rosto, principalmente nas maçãs e no supercílio direito.

ㅤㅤㅤㅤ— Pra quem já rodou até aqui, trinta quilômetros não são nada, cara.

ㅤㅤㅤㅤ— Pior que você tem razão — diz Sarah, com o cotovelo direito apoiado no encosto da porta.

ㅤㅤㅤㅤ— Mas nós ainda temos que ver se a sorte vai nos deixar achar esse lugar com pessoas.

ㅤㅤㅤㅤ— Para de jogar praga, Kelly. Nós vamos achar esse lugar e ele vai estar lotado de gente. — Jason olha o bombeiro pelo retrovisor.

ㅤㅤㅤㅤ— Presta atenção na estrada, Jason. Estamos chegando numa cidade — pede Sarah, olhando as primeiras construções se aproximando.

ㅤㅤㅤㅤ— Tô ligado. Vamos parar pra procurar suprimentos e ir num posto, o Demônio Vermelho tá com sede. — ele olha o medidor da picape quase no zero.

ㅤㅤㅤㅤA grande pá na frente da caminhonete empurra a neve do pátio em torno do posto de gasolina Shell. Porém, o que mais chama a atenção no local são as dezenas de infectados congelados, que parecem estátuas grotescas. Alguns estão inclusive com os braços erguidos, tornando todo o cenário ainda mais assustador.

ㅤㅤㅤㅤ— Credo, parece que brincaram de estátua e esqueceram de voltar ao normal. — Jason manobra a Nissan até próximo das bombas de combustíveis e desliga o motor.

ㅤㅤㅤㅤ— Vamos procurar outro lugar... esse aqui é estranho.

ㅤㅤㅤㅤ— Ah, Sarah, ele estão congelados. É cem porcento seguro aqui. Né não, Kelly? — ele se vira para o bombeiro.

ㅤㅤㅤㅤ— Esquisito, é. E muito... mas estamos quase sem gasolina. A gente precisa pegar daqui logo. — Kelly abre a porta à sua esquerda, cuja a janela foi coberta com fita adesiva após ser destruída pelo tiro que Omoi disparou anteriormente.

ㅤㅤㅤㅤ— Saiam com as armas. Qualquer coisa, a gente dá um jeito aqui mesmo. — Jason também desembarca.

ㅤㅤㅤㅤSarah desce da caminhonete apreensiva, com o fuzil AR-15 nos braços, observando atentamente os infectados petrificados e para ao olhar um que parece estar lhe encarando, com o rosto coberto de gelo e neve. Apenas seus dentes são visíveis, já que seus lábios sumiram. Tal visão faz os pelos da nuca da militar se arrepiarem. Jason verifica as bombas de gasolina e encontra uma que ainda possui combustível, começando a abastecer a caminhonete.

ㅤㅤㅤㅤNão muito longe deles, Kelly verifica o porta-malas de um Pontiac GTO modelo 1967, que está com os dois pneus traseiros murchos e muitos buracos de tiros na traseira. Com a AA-12 pendurada pela bandoleira, o bombeiro abre algumas malas e bolsas que estão no veículo, achando algo que fisga sua atenção imediatamente:

ㅤㅤㅤㅤ— Aí, pessoal! Olha só isso! — ele se vira após pegar o objeto e caminha até a caminhonete, com a Polaroide nas mãos e a pequena bolsa que acompanha a câmera.

ㅤㅤㅤㅤ— Não acredito... olha só essa relíquia! — Jason deixa o veículo sendo abastecido e caminha até seu amigo.

ㅤㅤㅤㅤ— Uau, isso sim é um achado interessante. — Sarah também se aproxima de Kelly.

Sangrentos: A EstradaOnde histórias criam vida. Descubra agora