Capitulo 5 - Pacto Real

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Mesmo com o navio repleto de tesouros e itens roubados, Balthazar continua sua série de crimes, mas passa a buscar algo mais a cada nova cidade destruída.

Sua tripulação e navio se tornam cada vez mais sombrios, quebrando a barreira da morte. Apenas homens decrépitos consumidos pela vida marinha ao cair da noite e que se tornam humanos ao nascer do sol. Um capitão sombrio e sem misericórdia até mesmo pela própria vida.

Com a interferência da alma maligna de Balthazar, Lumina se tornara uma deusa caída de aparência obscura, longe de ser a mãe dos mares repleta de vida que foi um dia.

- Você caça tantos tesouros, mas o que você procura não é o que você quer. - Diz Lumina em sua caixa de vidro que se tornou parte do navio.

- Cale a boca sereia de merda! Ou eu...

- Ou você vai fazer o que? Atirar em mim com essa pistola de criança pela centésima vez? - Interrompe Lumina com um sorriso sarcástico.

Balthazar saca sua arma que se transfigura em algo mais potente e aponta para Lumina. A tripulação se contorce enquanto olham para a cena.

- VAMOS, ATIRE! - Grita Lumina enquanto seu corpo aumenta junto com a caixa de vidro.

Mesmo sabendo o que acontece, por sua arrogância Balthazar atira várias vezes, porém a arma não efetua um único disparo.

- Você é realmente um piratinha de meia tigela. Tão cego quanto aquele que só olha para luz, mal é capaz de ver o que está a sua frente. - Diz Lumina virando-se para ver o mar na noite sem lua.

- Hora sua...

Ao mirar para o chão, a arma de Balthazar dispara várias vezes como se descontasse a raiva de seu dono.

- Por mais que tente, você não pode me matar, pois agora somos parte da mesma coisa.

A arma de Balthazar para de atirar e ele se senta um trono sombrio que se ergue no convés, próximo a Lumina.

- Qual é a sensação de estar unido a quem mais odeia e ainda não ter o que mata para encontrar? Humanos como você são realmente patéticos e burros.

A fúria consome Balthazar, mas como um truque de mágica, ele desaparece dentro no chão do convés como se fosse sugado.

- Hum, sempre foge quando sabe que não vai ganhar uma luta. Típico.

Enquanto admira o mar calmo, Lumina ouve o som de uma gota e sua atenção é tomada por um objeto cintilante no oceano. Um cristal em forma de onda brilha como um sinal. Depois de meses, seus olhos brilham e um sopro de esperança sai de seus lábios.

- Será que...?

- Vocês homens são tão burros quanto a cadeira que os sustentam. - Diz a voz misteriosa.

- O que uma mulher como você está fazendo aqui sem qualquer tipo de autorização? - Questiona o rei da Espanha.

A mulher de capuz adentra a sala e para em frente a mesa onde estão os governantes.

- Hora essa meus caros... - Diz a mulher tirando o capuz e revelando um longo cabelo escuro como a noite balançando no ar - Eu sou Tenebris, filha de Eridanos.

- O que!? - Questionam os reis quase que em uníssono.

- O que a suposta filha do Deus dos mortos faz aqui? - Pergunta um deles.

- Eu quero a mesma coisa que vocês, a cabeça de Balthazar. - Responde Tenebris sentando-se em uma cadeira que se transforma sombriamente em um trono.

- Hahahaha, não me faça rir vadia mesquinha, acha que eu, rei da Inglaterra iria acreditar em você?

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- Hahahaha, não me faça rir vadia mesquinha, acha que eu, rei da Inglaterra iria acreditar em você?

Os olhos de Tenebris se tornam escuros e com o sussurrar de algumas palavras, o rei da Inglaterra se contorce enquanto grita de dor com o som de seus ossos se quebrando. Todos na sala observam aflitos a cena. Em segundos, o corpo do rei cai sobre a mesa pálido e decrépito, como se sua vida tivesse sido arrancada a força.

- Poxa, eu não achei que ser uma linda mulher fosse sinônimo de algo ruim pra você querido. - Tenebris volta seu olhar para os demais enquanto seus olhos vermelhos voltam ao normal - Os macarongos aqui tem mais alguma objeção?

Todos se ajeitam em suas cadeiras, demonstrando aceitação com Tenebris e permanecendo em silêncio.

- O que aconteceu, o marido de vocês comeram suas línguas? - Tenebris aponta para a governanta - Você aí minha querida, pode ir pra casa cuidar do seu filho, eu cuido de agora em diante, leve isso com você.

Tenebris se levanta e tira um quadro da parede, revelando um grande cofre. Ela tira um saco de moedas e o dá para a governanta que chora de emoção.

- Obrigado senhora, que os deuses te abençoem. - Diz a moça agradecendo Tenebris e saindo da sala as pressas.

- Co... como sabia que havia um cofre atrás do quadro? E pegou algo atravessando a porta de ferro? - Pergunta o rei de Portugal.

- Hahahahahaha

Todos ficam imóveis e aflitos temendo o pior.

- Bu!

Tenebris assusta os homens aproveitando-se do medo deles, que demonstram claramente o desespero.

- Vocês homens são realmente um bando de sacos de batatas. Eu sou filha de um Deus, acham que isso é problema pra mim?

Tremendo e transpirando, o rei da Espanha questiona o que Tenebris quer com eles.

- Nós deuses estamos com sérios problemas por causa de certos humanos que se julgam superiores, e eu quero o fim deles, assim como vocês.

- Mas...

- Mas é claro que sabem que não quero só isso. - Diz Tenebris interrompendo um dos reis. - Mas isso não vem ao caso no momento. Apenas irei observar Balthazar por algum tempo. Ele virá para esta cidade em alguns dias, precisam estar preparados.

- O que devemos fazer? - Pergunta um dos reis

- Me deem a alma de vocês!

Inaudita altera pars. Conhecer o outro lado da história nem sempre significa saber a verdade.

Fae Lumina - A Mãe do OceanoOnde histórias criam vida. Descubra agora