[Algum tempo depois]
Agora com a pedra de Solun e o poder sobre Lumina, Balthazar se tornou ainda mais sombrio e temido, pois com o poder dos mares ao seu dispor ele passou a ser impiedoso, como se a morte não lhe fosse um problema.
Lumina, agora responsável por conduzir o enorme navio de Balthazar que se tornou extremamente sombrio mesmo coberto de ouro, derrama suas lágrimas de cristais envoltos com seu sangue azul por onde passa.
Com o poder sobre Lumina, Balthazar passou a destruir toda vida marinha por onde passa, apenas para saciar seu prazer de ver seres implorando por piedade e misericórdia. Embora tentasse lutar contra isso, Lumina é incapaz de usar seu poder contra Balthazar, pois a pedra a impede, causando ferimentos em seu corpo que demoram a se curar.
- Ora minha cara, vamos lá, você já foi melhor do que isso! - Diz Balthazar em um tom sarcástico - Mais rápido, megera cintilante!
Com um tiro, Balthazar ordena que Lumina puxe mais rápido sua enorme embarcação. Enquanto seu sangue azulado se dissolve na água, a dor da ferida faz Lumina derramar uma lágrima que logo se transforma em um perfeito cristal cintilante na forma de uma gota, que afunda no escuro oceano.
- Senhor. Permissão para falar. - Diz um dos tripulantes com a mão sobre a boca.
- O que você quer maldito? - responde Balthazar apontando sua espada para o homem.
- Estamos nos aproximando da costa. A tripulação está pronta para atacar. - diz o homem tentando não demonstrar seu desespero.
- Ótimo. Todos preparados e com os canhões à postos.
Balthazar aponta para cidade com sua escopeta e encena um tiro, depois murmura um bum de canhão com um sorriso sadico e sombrio em seu rosto.
- Está na hora do seu show minha querida. - diz Balthazar apontando para Lumina.
- A maldição de Solun será o seu fim... - murmurou Lumina enquanto as correntes pressas em seu corpo puxam o navio.
Apenas algumas luzes de tochas e o farol iluminam a noite na costa da cidade. Pouco a pouco o navio começa a se aproximar da praia, a medida que as águas vão se agitando e o céu se fechando repentinamente.
- O mar se agitou de repente. - observa um guarda no farol.
- A deusa dos mares está furiosa conosco ultimamente. - responde o outro guarda.
- Lumina esqueceu de nós meu ami... espere, o que é aqui...
Antes mesmo que pudesse completar sua frase, um tiro de fuzil acerta em cheio a cabeça do guarda que despenca de cima do farol.
- De onde veio esse ... Ugh!
O outro guarda tenta localizar a fonte dos tiros mas é atingido no peito.
- Preciso... avisar a... cidade...
Rastejando em seu sangue o guarda tenta se aproximar da sirene para avisar as pessoas da invasão.
- Senhor, ele ainda está vivo! - Diz um dos homens de Balthazar.
- Não me diga idiota, achei que fosse uma miragem. - responde Balthazar com um sarcasmo.
- Devo acabar com ele senhor?
- Não. Deixe que ele comece nossa apresentação. - Diz Balthazar com um sorriso sombrio enquanto encara Lumina puxando o navio.
Em pouco tempo o som das sirenes se misturam aos gritos de desespero dos cidadãos, enquanto a cidade é iluminada por flechas de fogo e bolas flamejantes de canhão.
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Fae Lumina - A Mãe do Oceano
FantasyQuanto vale uma vida? Qual o valor real de bens materiais? Almos Balthazar, um destemido e frio pirata, capaz de matar qualquer um em busca do poder, sofre sua maior penitência por seus crimes. Em tempos antigos, quando os piratas e enormes embarca...