003.

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𝕬 𝖓 𝖞 𝕲 𝖆 𝖇 𝖗 𝖎 𝖊 𝖑 𝖑 𝖞

Vou até a casa e toco a campainha, mas ninguém atende, toco denovo, mas nada, consigo escutar o som ecoando pela casa.

Quando eu ia sair, encosto na maçaneta e a porta se abre, rangendo. Não dá para ver quase nada, a única iluminação são os postes da rua, mas alguns estão piscando, o que não ajuda muito e deixa tudo mais sinistro.

Entro na casa com paços lentos, mas seguros. Sinto algo em mim se florescer ou se mostrar, quando piso na casa, como se algo em mim quisesse sair.

Deixo essa sensação de lado e me concentro para achar um interruptor, mas não o encontro.

Forço um pouco mais minha vista e de repente consigo ver algumas coisas, fico feliz mas logo essa felicidade vai embora quando eu escuto a porta se batendo, vou até ela e tento abri-la, mas parece trancada.

"Devo estar ficando louca."

── Você não está não querida... ─ Escuto uma voz masculina e me viro vendo uma silhueta, e um tronco forte.

── Oi? ─ Falo confusa com o que ele disse.

── Você não está ficando louca. Acho que você nunca se sentiu tão viva e sã em toda sua vida. ─ Ele diz com uma voz sombria.

Fico sem saber o que responder. Mas então lembro da minha irmã, preciso pegar doces e sair daqui, mas não antes de saber quem é ele.

── Quem é você? ─ Pergunto a ele que solta uma risada.

── Me chame de JK. ─ Ele diz.

── Hm... okay, JK... eu só vim aqui para pegar doces, mas pelo visto você não tem, então já vou indo, tenho que achar minha irmã... ─ Me viro novamente em direção à porta, antes de eu tocar a maçaneta, sua mão se envolve em meu pulso, me virando para ele.

── Tenho certeza de que sua irmã sabe se cuidar... ─ Ia o xingar, mas ele foi mais rápido me cortando ─ Vou pegar alguns doces, não saia daqui. ─ Ele diz e eu penso, revirando os olhos "nem se eu quisesse". Ele ri e sai.

Depois de um tempo escuto paços e uma luz é acesa, depois de uns segundos me acostumando com a claridade, me viro para ele.

E... nossa... ele não é nada do que eu imaginei.

── Não sou o que você imaginou? ─ Ele pergunta soltando um riso.

Ele é branco, um pouco mais do que o normal, seus olhos são azuis, seu nariz fino, seu maxilar marcado e quadrado, cabelos cacheados loiros, um corpo musculoso, mas nada exagerado.

Ele é lindo e essa seriedade faz ele ficar sexy.

── Talvez... ─ Respondo em um sussurro e ele sorri de lado.

── Aqui estão seus doces... ─ Ele se aproxima e coloca os doces na sacolinha.

── Obrigada... ─ Digo baixinho, por ele estar perto de mais.

Seu cheiro inibrante, misturado com seu sorriso encantador, com malícia, e seus olhos hipnotizantes, me deixaram sem jeito.

── Hm... já vou indo, então... mas a porta não quer abrir... ─ Falo saindo de perto dele e indo para perto da porta.

Ele sorri e pega na maçaneta a girando com facilidade e abrindo a porta.

"Mas... que merda..."

── Mas... que merda... ─ Falo em voz alta meus pensamentos.

── Acho melhor você ir atrás de sua irmã, por mais que ela saiba se cuidar, existem pessoas e coisas horríveis por aí... ─ Arqueio a sobrancelha com tal comentário.

"Como ele tem certeza de que ela sabe se cuidar?"

Passo por ele, saindo da casa e o dando as costas, mas antes de eu sair para a calçada ele me chama e me viro para ele.

── A propósito... bela fantasia. ─ Ele diz sorrindo, me olhando de cima à baixo, com uma certa maldade ou talvez malícia.

O mesmo fecha a porta e tudo volta a ficar escuro e mais sinistro, se é possível.

Franzo as sobrancelhas e abano a cabeça saindo de seu território. Mas, quando eu saio, aquela coisa boa, aquela sensação boa, sai de mim.

Paro de andar, olho para a casa e consigo ver sua silhueta pela janela.

── Quem é você JK? ─ Murmuro para mim mesma, ainda em frente à casa, e depois saio para procurar minha irmã.

✓│𝐎𝐍 𝐇𝐀𝐋𝐋𝐎𝐖𝐄𝐄𝐍 𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓Onde histórias criam vida. Descubra agora