Capítulo I
Seis meses depois...
A imagem de um cassino nunca fora tão real quanto naquele momento em que Hande andava com seus saltos pelo tapete vermelho, ostentando o mais belo dos vestidos brancos, com uma longa abertura para suas pernas. Não pôde deixar de sorrir, ao ver os grandes lustres, as fortes luzes e o barulho do dinheiro correndo para todo o lado em forma de sons, risadas, roletas e cartas - esse era o seu mundo, a espionagem, um personagem para dar vida. Naquela noite era Dafne, uma mulher rica, pronta para apostar alguns milhões de liras.
- Eu vou para a mesa de Blackjack, recolher algumas informações. Você está com sua escuta ligada? - Beren, sua parceira, estava ao seu lado com um belíssimo vestido preto e uma expressão séria.
-Estou. Você está estranha, Beren. - Observou Hande.
Beren balançou a cabeça, somente.
- Pressentimentos.
- De quê?
- Espero que esteja bem armada.
Beren estava muito estranha.
- Beren, não estou entendendo, o que você quer dizer?
Mas era tarde demais. Beren havia sumido, na verdade a maioria das pessoas do cassino haviam sumido, sobrando meia dúzia, apenas. Estranho. Hande tentou focar para além do arrepio na pele e a desconfiança.
- É uma missão normal, normal, Hande. - disse com um suspiro.
- Que tal uma partida, senhora? - uma voz, masculina, chamou sua atenção. Mais, um cheiro forte de charutos e bebida cara.
Uma olhada e ela já se via encrencada. O homem era conhecido, pelo menos esperava ser quem pensava ser.
- Kerem.
- Sentiu a minha falta?
- Eu não te conheço.
- Mas tem pensado muito em mim, ultimamente. - a satisfação em suas palavras era explícito.
Hande não respondeu. Não se moveu.
- Não vai jogar? - a mão que também segurava o copo, apontava as cartas. Poker.
Algo no peito de Hande implorava para que saísse dali, o mais rápido possível. Era o certo a se fazer, mas seus pés não saíam do chão.
- Senhorita?
- Não, eu não quero. Obrigado pelo convite.
- Uma dança, então? Uma boa música, uma boa luz... - com extrema rapidez, Kerem estava próximo demais e tocando sua mão. Como chegou ali tão rápido e como ela não viu?
Várias peças de um quebra cabeças eram jogadas na mesa e nenhuma parte fazia conexão com a outra. Nada parecia natural, tudo era um grande borrão. A única coisa nítida era Kerem tocando sua mão, levando-a para dançar.
Não podia deixar de estranhar a presença dele, tão forte, segura, mas ainda tão irreal.
- Onde esteve todo esse tempo? - Hande teve coragem de parar de pensar e enfim começar a falar.
Kerem sorriu com o canto dos lábios e puxou-a para mais perto, peito contra peito, deixando que a respiração de ambos estivessem próximas demais para se confundirem. Aquele movimento fora uma surpresa para Hande. Uma das mãos de Kerem passeando por sua cintura e parando em suas costas, também.
- Eu não estou onde preciso estar? - foi ele quem deu o primeiro passo para conduzí-los na dança. Cada vez mais próximo dela. Hande cada vez mais ofegante.
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Partners in Crime
FanfictionAncara, capital da Turquia, lar de Hande Erçel e de seus sonhos de ser livre. Sempre sonhou com o dia em que seria promovida a espiã em campo, sairia do "arquivo" e iria para a sede em Istambul. Finalmente, depois de muito tempo e trabalho duro, é...