Capítulo 2

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Kerem encarava Hande com um olhar de dúvida, obviamente, se perguntando quem era ela, e se poderia confiar em alguém abrindo sua cela. Os barulhos do tiroteio, já havia alertado para um tipo de invasão, mas não tinha mais tantas esperanças de ser encontrado como antes. No entanto, algo no jeito da mulher, fazia-o pensar que ela era boa. Também, pelo fato de ter libertado as mulheres e crianças ali. Não tinha como ela ser como os outros, que o puseram ali.

- Kerem? - ela disse.

Ela sabia seu nome? Kerem ficou intrigado e um pouco impactado por ouvir seu nome, seu verdadeiro nome depois de meses, sofrendo naquele covil, sem direito ao seu próprio nome. Temia esquecê-lo. Por isso todos os dias, dizia-o pelo menos uma vez, para que nunca esquecesse quem era e de onde veio. E naquele momento, ouvir de outra pessoa, era simplesmente tudo o que precisava ouvir.

- Sou eu. - ter uma conversa com alguém também soava estranha para os ouvidos dele - Você é?

- Sou do MIT. Nós precisamos ir, agora. - Hande olhou para um lado e outro, temendo a volta do guardião das celas. Não ouvindo nada, além dos barulhos na parte de cima, deu alguns passos para dentro da cela. Os passos não eram rápidos, seu receio também vinha de encontrar Kerem, principalmente porque ele podia não saber que era seu oponente, mas ela sabia.

Dado à mistura de medo, receio e raiva nos olhos dela, Kerem entendeu o porquê de não revelar seu nome. Entendia que era uma agente e provavelmente estava em uma missão de busca. Além do mais, não o conhecia e parecia de certa forma temê-lo. Em sinal de paz, sem pestanejar, levantou com o resto de forças que tinha para o dia e levantou. Cambaleou um pouco e pensou que talvez uma ajuda da parte dela fosse bem vinda, mas pela distância e pelo receio dela, achou melhor não. Decidiu somente a seguir corredores abaixo.

- Você está sem parceira, senhorita? - ele perguntou enquanto andavam o mais rápido possível. Por mais que quisesse ser discreto, estava curioso sobre a agente que não conhecia e no entanto, fora mandada para salvá-lo.

Hande olhou para o lado, tentando parecer o mais profissional possível. Sem nenhum tipo de expressão no rosto.

- Minha parceira está lá em cima, com Sr. Kivanç. - foi o que reteve a dizer.

Kerem assentiu.

- Então sua parceira é a Beren. Bom saber. - sua voz tinha um misto de curiosidade e diversão. Era dura na queda e parecia não gostar dele também. Se perguntava o que havia feito para receber tal julgamento.

No último corredor, onde havia a abertura, Hande o encarou.

Como sabe que é a Beren?

Kerem a analisou por uns segundos, antes de responder.

- Porque Kivanç não sai em uma missão ou fica em algum lugar que Beren não esteja.

Dito isso, Hande quase perdeu o prumo e começou a comemorar pelo seu ship, mas como uma profissional que era, pensou que "sem tempo para shippar" e sim para trabalhar e tentar não chutar a bunda de Kerem Bürsin para longe.

Algumas pessoas que ela havia libertado, ainda estavam por ali, tentando subir, uma a uma, mas estavam lentos. De forma impressionante, Kerem mesmo fraco, tinha muito jeito para manobrar a situação e fazer com que as coisas andassem mais rápido. No entanto, não estariam sós por muito tempo, pois Hande começava a ouvir passos cada vez mais perto. Já deviam ter encontrado as celas abertas. Sem perder tempo, já estava com suas armas preparadas para atirar, se preciso. Kerem parecia ter ouvido também, pois tocou no braço de Hande e pediu uma das armas. Receosa, ela demorou para aceitar, mas por fim cedeu. Se lembrou das avaliações de Kerem e um atirador como ele não era dispensável em um momento como aquele. Dois atiradores era melhor que um.

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