A cabeça de Hande pesava cinco quilos quando, finalmente, despertou. Suas pálpebras sofriam com o incômodo causado pelos raios de sol, que transpassavam a janela do quarto. Quarto que ela demorou uns minutos para reconhecer. Já tinha estado naquele cômodo antes. Tentou esconder seus olhos com uma das mãos, mas estava encoberta por outra mão. No susto, abriu seus olhos e mirou sua mão encoberta pela de Kerem. Piscando duas, três vezes, Hande tentou lembrar do que havia acontecido na noite anterior e muito pouco lhe veio à mente. Mas lembrava que tinha colocado a cabeça em seu ombro e adormecido. A mão de Kerem segurando-a, em seu peito, a surpreendeu. A vez sorrir, mesmo que sua cabeça doesse mais do que deveria.
Hande tentou tirar a mão e sair da cama, sem acordar Kerem, mas não teve sucesso. Assim que moveu seus dedos, ele a segurou mais forte e abriu os olhos, assustado.
- Hande, está tudo bem? - sua voz era ofegante, de quem estava realmente esperando o pior.
Hande o acalmou deixando sua mão com ele.
- Shiii, fala baixo, minha cabeça dói. Mas está tudo bem, sem pânico. - sua voz era pesada, arrastada.
Depois da resposta, Kerem respirou fundo e começou a se acalmar do susto. Aos poucos o medo ia embora, mas a dor de cabeça e o estômago embrulhado começavam a surgir no cenário. Outra coisa que também lhe causou náuseas, foi o terrível cheiro que estava pelo quarto.
Kerem olhou para Hande reclamando de dor, na cama, e para o chão do quarto. Lembrou imediatamente de seu sapato vomitado e encontrou o motivo do cheiro.
- Droga. - praguejou - Você não está sentindo esse cheiro horrível? - perguntou um pouco surpreso por Hande não ter comentado nada.
Hande se pôs sobre os cotovelos e olhou para o quarto. Respirou fundo e por fim fez uma careta infeliz.
- Eca. Não tinha notado. Obrigado por tirar meu olfato da ignorância - estava sendo sarcástica.
Kerem revirou os olhos e se afastou de Hande, fazendo de tudo para manter sua dignidade ao levantar e não cair, muito menos vomitar.
- Precisa de ajuda aí? - Hande provocou, notando a dificuldade do amigo.
Kerem estreitou ambos os olhos e encarou Hande.
- Estou bem. - disse já de pé.
Caminhou até o calçado que estava podre e o pegou com uma dose de nojo e consternação. Levou-o até o banheiro e o embalou em uma sacola. Depois de lavar as mãos, começou a abrir as janelas e a porta para se livrar do cheiro.
Hande aproveitou que Kerem fazia sua caminhada para se livrar do cheiro e foi ao banheiro, o do corredor, lavar o rosto e escovar os dentes com o que tivesse por lá. Lavou também o rosto e notou que tinha duas manchas roxas, em seu pescoço, muito estranhas. Imediatamente analisou melhor as manchas e ao saber do que se tratavam, seus olhos se abriram em surpresa e seus lábios se comprimiram em fúria.
Deixando a toalha para trás, sem se importar se estaria no chão, rumou até o quarto de Kerem e pegou a primeira coisa que avistou e arremessou contra ele.
- Ai! O que é isso? - Kerem estava chocado com a violência aquela hora da manhã.
Hande não respondeu. Buscou outra coisa para jogar, mas não encontrou nada tão rápido como a toalha atrás da porta. Kerem percebeu o que ela ia fazer e começou a fugir da toalha.
- Volta aqui, seu abusado, safado! - Hande gritava e corria pelo quarto, pronta para bater em Kerem com uma toalha esticada.
- Mas o que eu fiz? - Kerem subiu na cama, tentando se salvar, mas foi impossível escapar de uma toalhada.
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Partners in Crime
Fiksi PenggemarAncara, capital da Turquia, lar de Hande Erçel e de seus sonhos de ser livre. Sempre sonhou com o dia em que seria promovida a espiã em campo, sairia do "arquivo" e iria para a sede em Istambul. Finalmente, depois de muito tempo e trabalho duro, é...